Investir a longo prazo é uma forma de o seu dinheiro não ficar parado e de render mais. Porquê? Porque quanto mais alargado o período de investimento, mais elevado será o rendimento que pode esperar obter.
Poupar é o primeiro passo para poder investir a longo prazo. Significa que está a adiar o consumo que poderia fazer no presente para poder ter maior segurança financeira no futuro. Eis algumas sugestões de investimento a longo prazo.
Como investir a longo prazo
Antes de começar a pensar que tipos de investimento a longo prazo são mais adequados ao seu perfil de risco, há um passo prévio que não pode ser esquecido: criar uma almofada financeira para alguma emergência ou despesa inesperada. Esse dinheiro deve ser equivalente a seis vezes o seu rendimento mensal e deve estar permanentemente disponível.
Por isso, o melhor é guardá-lo na sua conta à ordem ou sob a forma de depósito a prazo, desde que permita a sua mobilização em qualquer momento.
O seu perfil de risco conta
Deve tomar as suas decisões de investimento a longo prazo e escolher em que aplicação investir com base no seu perfil de investimento e tolerância ao risco.
Se tem um perfil mais conservador deve optar por investimentos mais seguros. Se gosta de arriscar, então tem um perfil de investidor mais dinâmico e pode apostar em investimentos mais rentáveis. Mas tenha sempre presente no momento de tomada de decisão de investimento o valor máximo que pode perder. Pode mesmo acontecer.
Tipos de investimento a longo prazo
1. Depósitos a prazo
Os depósitos a prazo são aplicações financeiras de capital garantido. Existem várias modalidades de depósitos a prazo, desde os que têm taxa de juro fixa até aos depósitos indexados que têm uma taxa de juro variável, indexada a índices bolsistas ou à cotação de matérias-primas.
Ainda assim, a maior vantagem deste produto não é a rendibilidade, mas sim a segurança, uma vez que os depósitos a prazo são considerados produtos de capital garantido.
2. Seguros de capitalização
Os seguros de capitalização podem ser uma opção um pouco mais atrativa em termos de rendibilidade, mantendo a segurança. No entanto tem o inconveniente de não poder mexer no dinheiro que aplicou nestes seguros durante alguns anos, ou seja, não tem mobilização antecipada de capital.
3. Obrigações
As obrigações são títulos de dívida que representam partes de um empréstimo que o Estado ou empresas emitem. Algumas dessas emissões de empréstimos destinam-se ao público em geral, dando assim a possibilidade a cada um de emprestar dinheiro diretamente ao Estado ou a empresas, por um prazo e taxa de juro previamente definidas.
O investidor tem direito à restituição do capital emprestado na data de vencimento e ao pagamento de juros.
Obrigações do Tesouro
As obrigações do tesouro são considerados investimentos (quase) sem risco porque está a emprestar dinheiro ao Estado. Podem ter períodos variáveis que vão desde 1 até 50 anos. Os rendimentos com as obrigações do tesouro, se as mantiver até à respetiva data de vencimento, são mais atrativos que outros produtos como os depósitos a prazo.
Obrigações Empresariais
As obrigações emitidas por empresas concedem uma taxa de juro superior à taxa de juro das obrigações do tesouro por serem mais arriscadas. Neste caso, o risco de crédito, ou seja, de a empresa poder não pagar juros ou restituir o capital no fim do empréstimo, é mais elevado. Efetivamente, é mais fácil uma empresa falir e não poder pagar as suas obrigações, que um Estado soberano.
4. Ações
Se as obrigações são títulos que representam capital em dívida, as ações são títulos que representam o capital social de empresas. Ao comprar ações torna-se proprietário de uma empresa, mas o seu capital não está garantido, isto é, pode perder o capital investido.
Ainda assim, construir uma carteira de ações pode ser um bom investimento a longo prazo, dependendo do risco que esteja disposto a correr. Deve, no entanto, apostar numa carteira diversificada escolhendo ações de empresas de setores e/ou países distintos. Desta forma evita que a sua rendibilidade esteja correlacionada e diminui as probabilidades de perda de valor da sua carteira.
5. Fundos de Investimento
Se não sabe em que ações ou obrigações investir, que tal procurar um mix em função do risco que quer correr? Para isso pode investir em fundos de investimento de ações, obrigações ou mistos. Pode também optar por fundos imobiliários, que investem em imóveis.
Os fundos de investimento são a solução mais adequada para a maioria dos perfis. Apesar do rendimento incerto, os fundos permitem usufruir de retornos financeiros de forma sustentada.
Porquê fazer investimentos a longo prazo?
Maior rendibilidade
Se o risco aumenta consoante se dilata o tempo do investimento, a história mostra que o investimento nos mercados financeiros pode ser bastante rentável: no último decénio, verificou-se uma valorização global de 12% ao ano nas bolsas de valores.
Maior probabilidade de ser bem sucedido
O sucesso financeiro depende em grande medida dos investimentos em que escolhe aplicar o seu dinheiro. Para isso, escolher investimentos que permitam um contínuo e sustentado crescimento das poupanças é mais aconselhável. E consegue-o com investimento a longo prazo.
Investir no curto prazo pode sair caro e o que parecem ser oportunidades de aumentar a rendibilidade, podem ser diluídas nos custos de transação por operação.
Efeito de capitalização
Outra das vantagens de investir no longo prazo é o efeito capitalização. Se pensarmos num horizonte temporal de um ano, a rendibilidade do investimento no fim desse período é o juro simples. No segundo ano, porém, começa a notar-se o efeito da capitalização, pois obtêm-se juros dos juros ganhos em períodos anteriores.
Com o passar do tempo, o capital sobre o qual recaem os juros é sempre maior, logo maiores serão os juros futuros, que vão capitalizando de forma sucessiva até ao fim da aplicação.
Diversificar para controlar o risco
Uma forma eficaz de mitigar o risco especialmente no investimento a longo prazo é manter uma carteira de investimentos diversificada. Isto significa que não deve apostar apenas em determinados produtos, por exemplo, ações, mas deve complementar esse investimento com outros produtos que evoluam de forma diferente, para não pôr em causa os seus rendimentos.
Se quer investir a longo prazo é prudente manter uma parte das poupanças em aplicações mais seguras, quase sem risco, como depósitos ou obrigações do tesouro.
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