Que montante colocar de parte para poupar para a reforma? Quando começar a poupar para a reforma? E em que aplicar essas poupanças? Estas são algumas das perguntas que fazermos quando se trata de investir para a reforma.
4 perguntas e respostas sobre investir para a reforma
Cada caso é um caso e há vários fatores que influenciam o montante disponível para poupar e investir para a reforma. A idade, estilo de vida, impacto dos impostos, o ordenado líquido, a existência de dívidas ou as taxas de juro são alguns dos elementos que condicionam quer o nível de poupança, quer e o retorno a obter com o seu investimento.
1. Quanto investir?
Os especialistas indicam que 10% a 15% do seu salário mensal deve ficar de parte para investir para a reforma. Mas para fazê-lo de forma segura e consciente deve ter algumas coisas em conta, como as despesas correntes do mês, as poupanças e o valor da reforma.
Despesas fixas e essenciais
A prestação da casa, os transportes, a alimentação, os seguros, o colégio dos filhos são algumas das suas despesas correntes mensais a que não pode fugir. Quando pensa em poupar e investir para a reforma, a primeira etapa deve ser ter controlo sobre estas despesas. Isto para não cairmos no erro de sobrestimar a nossa capacidade de poupança.
Depois vem o cálculo da sua taxa de esforço, isto é, o quociente entre a totalidade dessas despesas e o seu ordenado líquido. Perceberá qual a sua margem para poupar e investir para a reforma.
Nível de poupança
Sabendo o que lhe sobra depois de pagas as despesas correntes, pode distribuir o excedente por gastos extra, poupança e reforma. Se ainda não possui uma conta poupança que lhe permita ter alguma estabilidade, então o primeiro passo será abrir uma antes de começar a investir para a reforma. Os especialistas aconselham ter um montante de poupança que perfaça pelo menos seis meses de despesas fixas.
Existência de dívidas
A quantia a investir mensalmente em investimentos para a reforma deve ser adaptada ao seu perfil e deve ter também em atenção a possível existência de dívidas como crédito automóvel ou cartões de crédito, cujas prestações devem ser naturalmente pagas para não entrar em incumprimento.
Para ficar com uma folga financeira maior e poder ter dinheiro disponível para investir para a reforma, pode considerar fazer um crédito consolidado.
2. Quando começar a investir?
A resposta é simples: o mais cedo que conseguir. Quanto mais tempo tiver investido até chegar à idade da reforma, maiores são as possibilidades do seu dinheiro crescer, através da capitalização de investimentos. Trata-se de um investimento de longo prazo do qual só irá colher frutos a partir da idade mínima legal de reforma, no mínimo, só a partir dos 65 anos de idade.
Para que o esforço financeiro seja mais reduzido, deve aplicar o dinheiro poupado e constituir uma carteira de investimentos.
Estratégias de poupança em função da idade
Diz-nos a teoria financeira que quanto mais novos são os investidores, maior deverá ser o risco que assumem nas suas carteiras. Porquê? Quanto maior o risco, maior a probabilidade de o investidor sofrer perdas. Ora, sofrer uma perda financeira aos 30 anos não é a mesma coisa que sofrê-la aos 55 em que as probabilidades de recuperar são menores.
3. Como investir?
Antes de pensar em que produtos investir para a reforma, não deixe de lado as próximas questões e procure responder de forma sincera. Assim será mais fácil encontrar produtos financeiros mais adequados ao seu perfil.
- Quais são os meus objetivos e expectativas de rendibilidade?
- Quanto tempo tempo falta para a reforma?
- Qual a minha disposição para correr riscos?
- Quais os meus conhecimentos e nível de literacia financeira?
4. Onde investir?
Tem à sua disposição diferentes alternativas que não se resumem apenas a seguros, ações ou fundos. Existem outras formas de aplicar o seu dinheiro, como o investimento em imobiliário, propriedades ou bens de valor como obras de arte e cujo valor pode aumentar ao longo do tempo.
Ter um património diversificado significa que os seus investimentos estão menos vulneráveis às oscilações dos mercados financeiros. Deixamos-lhe algumas das características das soluções mais clássicas.
PPR – Planos Poupança Reforma
Quando pensamos em investir para a reforma pensamos em Planos Poupança Reforma: têm capital garantido e muitos garantem ainda uma taxa mínima de remuneração anual.
Estes produtos podem ser subscritos nos bancos e seguradoras. Os PPR são também conhecidos pelas vantagens fiscais que oferecem. As mais-valias são taxadas a uma taxa inferior que a generalidade dos produtos de poupança e têm benefício fiscal no IRS. No entanto, o dinheiro investido nestes produtos só pode ser resgatado em determinadas circunstâncias e com penalizações.
Fundos PPR
Os fundos PPR apresentam as mesmas vantagens que os PPR. Contudo, a sua remuneração depende das flutuações do mercado e por isso apresentam um grau de risco maior que os PPR.
Ainda assim, há entre os fundos PPR diferentes níveis de risco: os da categoria A são considerados conservadores, tendo uma reduzida exposição a ações (geralmente até 15%). Os fundos PPR mais arriscados são os da categoria D, que apresentam por norma uma exposição a ações superior a 35%.
Certificados de Reforma
Os certificados de reforma são também conhecidos por “PPR do Estado”. Esta opção permite que os trabalhadores independentes e por conta de outrem descontem todos dos meses entre 2% e 6% do seu salário para um fundo de capitalização à parte da segurança social, que capitalizará e virá a complementar a poupança para a reforma via descontos para a Segurança Social.
Apresentam as mesmas vantagens que os PPR privados, mas têm condições de resgate mais apertadas.
Fundos de investimento
Uma outra solução poderá ser adquirir unidades de participação de um fundo de investimento. A carteira de investimento deve tornar-se mais conservadora à medida que a idade da reforma se vai aproximando.
Existem mesmo fundos de investimento que são específicos para acompanhar o ciclo de vida do fundo de investimento. São os “target funds” e investem com base numa data de resgate pré-definida. No início investem de forma mais agressiva e perto da maturidade tornam-se mais conservadores. No entanto estes são produtos que não têm capital, nem remuneração garantida.