Antes de mais, o que pode levá-lo a querer saber “como me despedir do emprego?”. O que o pode levar a decidir que o melhor é deixar o seu trabalho atual?
Estas são perguntas com que se depara uma minoria de pessoas, considerando que o normal é que quando pensamos em despedimentos, isso seja algo da responsabilidade de patrões e não de trabalhadores. Porém, há profissionais que decidem despedir-se e são várias as razões que podem estar na base de tão importante decisão. Entre elas, apresentam-se as seguintes:
- Ter encontrado (ou recebido uma proposta para) um trabalho melhor;
- Já não se identificar com a empresa ou funções que desempenha;
- Estar descontente e preferir não continuar;
- Decidir mudar de área profissional;
- Criar um negócio próprio;
- Emigrar.
Uma mão cheia de motivos muito válidos que justificam um despedimento. Mas antes de comunicar a intenção de saída à entidade empregadora, é fundamental avaliar muito bem cada uma dessas possibilidades, refletir e ponderar e só depois agir, consciente de que é essa a direção a seguir.
Depois de tomada a decisão, surge a dúvida: Mas, e agora, “como me despedir? Como é que o devo fazer, efetivamente?”
Pode ser fácil ou mais complicado, isso não depende apenas de si. Considerando aquilo que está ao seu alcance, pode tomar todas as medidas necessárias para não tomar o despedimento a coisa mais difícil do mundo. Basta cumprir alguns procedimentos para garantir que o faz da melhor maneira possível.
Independentemente do motivo, ninguém quer correr riscos ou fechar a porta, sobretudo se a empresa de onde agora se despede lhe proporcionou uma experiência profissional positiva. Por vezes, o futuro reserva-nos surpresas, os planos nem sempre correm como sonhamos e por isso, é bom se soubermos como agir corretamente e pudermos deixar em aberto a possibilidade de regressar.
10 coisas a fazer para me despedir do emprego
1. Não comentar
Quando tomar a decisão de se despedir do emprego, pode ter vontade de partilhar com alguém, mas não o faça. Não diga nada a ninguém, mesmo que se trate de uma pessoa da sua absoluta confiança. Só deve abordar o tema depois de comunicar a sua decisão à entidade empregadora, é a ela que deve informar em primeiro lugar.
Comentar com colegas ou amigos, pode ser arriscado. Uma novidade dessas é muito difícil de manter em segredo e se, mesmo que sem intenção, a informação for revelada, ela poderá chegar ao conhecimento do seu patrão antes do tempo devido através de terceiros, o que para além de desagradável pode prejudicar (e muito) todo o processo.
2. Fazer a carta de demissão
É, sem dúvida, difícil o momento de comunicar à empresa que quer despedir-se. Deve escrever a carta de demissão a entregar à entidade empregadora.
Apresente a informação necessária, seja breve, não entre em pormenores e não se esqueça de agradecer. Guarde uma cópia da carta enviada.
Outra coisa que deve fazer e que o pode ajudar a deixar uma porta aberta é falar com o seu chefe, antes de enviar a carta à empresa. É um gesto de especial apreço que será, certamente, apreciado. É sempre mais agradável que ele saiba por si antes de receber a carta.
A carta de demissão deverá ser entregue com antecedência, tendo em conta questões que poderão interferir com a data de início noutro emprego. Porém, se o despedimento for com justa causa exclui-se a necessidade de aviso prévio. Informe-se.
3. Gozar férias
Se ainda tem dias de férias por gozar, pode e deve aproveitá-los antes de se demitir do trabalho. É um direito seu, garanta-o. Não haverá maneira mais agradável para responder à pergunta “como me despedir?”.
Informe-se ainda junto dos serviços de recursos humanos da empresa relativamente a eventuais subsídios de férias e outros direitos.
4. Guardar contactos
É importante que reúna todos os contactos profissionais estabelecidos durante o tempo de trabalho – eles podem ser-lhe úteis no futuro. Pode mesmo contactar algumas pessoas com quem tenha criado uma relação mais próxima e informá-las da sua saída da empresa e eventual disponibilidade para continuar a trabalhar com as mesmas, anunciando-lhes a sua disponibilidade para trabalhar.
A par dos contactos, leve toda a informação que considerar pertinente. Porém, tenha algumas reservas relativamente a dados confidenciais. Seja correto.
5. Atualizar o CV
Aproveite o momento para atualizar o currículo. Considerando que ainda está tudo muito presente, vai conseguir acrescentar toda a informação relevante, sem se esquecer de nenhum detalhe. Por outro lado, melhorar o CV vai ser útil para conseguir um novo emprego.
6. Conhecer os direitos e deveres
Quando alguém se despede por iniciativa própria, não terá direito a indemnização ou a grande parte das regalias associadas a um despedimento por parte da empresa, como por exemplo o subsídio de desemprego.
No entanto, informe-se bem sobre aquilo a que tem direito e saiba exatamente quanto tem a receber, nomeadamente subsídios de férias ou subsídios de Natal ou diuturnidades (direitos relacionados com o tempo de serviço). Fale com os Recursos Humanos da empresa. Caso tenha dúvidas, poderá aconselhar-se com a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) da sua área de residência ou com um advogado.
Procure saber, antes de se despedir, dos apoios sociais que pode vir a ter direito. Caso o despedimento seja por justa causa e consoante o tempo de trabalho, pode vir a usufruir do subsídio de desemprego ou do subsídio social de desemprego. Para saber, com certeza, aquilo a que tem direito, vá a um balcão da Segurança Social.
7. Planear o futuro
Ao decidir deixar o emprego, pode estar a correr um risco. Caso a decisão não se prenda com um novo trabalho, estará a perder a sua fonte de rendimento, o que pode gerar dificuldades. Nesse sentido, é fundamental que encontre uma alternativa, mesmo que temporária, e planeie o dia de amanhã, de forma a precaver-se.
Antes de comunicar a sua demissão, comece uma procura ativa de emprego ou pense numa ideia de negócio próprio, de modo a sair numa situação relativamente confortável. Caso preveja algum tempo livre, trace um plano de tarefas e objetivos a cumprir. No caso de se demitir para assumir funções num novo emprego, então organize-se de forma a preparar-se para o mesmo.
8. Responder a uma contra-proposta
Após formalizar o seu anúncio de saída, a entidade patronal pode tentar demovê-lo da decisão e, para o efeito, propor-lhe novas condições de trabalho, como um aumento salarial ou de regalias. Esteja preparado para esta possibilidade e saiba o que responder. Se, de facto, estiver decidido a demitir-se por razões devidamente ponderadas, evite ceder e prolongar uma situação que já não o satisfaz.
Porém, se achar que ganhar mais ou ter mais benefícios, é motivo para reconsiderar, reflita e decida.
9. Pedir referências
Pode até achar que já não se usa, mas é algo que faz todo o sentido e pode marcar a diferença num próximo trabalho. Depois de tudo tratado e perto da data de sair, se possível, peça à entidade patronal uma carta de recomendação.
10. Preparar a despedida
Despeça-se de forma positiva. Para sempre ou não, trata-se de colocar um ponto final numa etapa da sua vida profissional. Portanto, para além de resolver todas as questões práticas e burocráticas necessárias – incluindo arrumar o lugar de trabalho – é importante pensar “como me despedir?”.
Pode estar a encerrar um capítulo muito positivo e deixar colegas especiais. Se for o caso, vale realmente a pena marcar um almoço ou jantar de equipa e deixar algumas palavras especiais aos colegas e/ou ao chefe.
Mesmo que haja razões menos boas na base da sua saída, seja educado e esforce-se por dar uma palavra a toda a gente.
Para se despedir, são muitos os passos a dar de modo a fazê-lo da melhor forma possível. Sobretudo, pondere a sua decisão e assuma uma atitude determinada, correta e positiva.