Uma das características da nossa cultura é o comodismo. Isso reflecte-se também nas escolha de produtos financeiros, de crédito, de produtos de poupança, pois muitas pessoas não procuram ouvir as propostas de vários bancos, fazer comparações e simulações.
Tomam as suas decisões com base no que um familiar ou amigo aconselha, acomodam-se ao banco com quem já trabalham a nível de conta à ordem, sem saber o que os outros bancos têm para oferecer. Esse é um grande erro. Há que apalpar terreno, procurar saber, já que os principais interessados somos nós mesmos.
Outro erro clássico é a má escolha nas poupanças, principalmente quando a escolha recai sobre produtos de longo prazo e que não permitem resgate antecipado. Estes são produtos que não oferecem qualquer tipo de liquidez. Em diferentes idades pode ser interessante subscrever poupanças diferentes para tirar a máxima rentabilidade.
Com o facilitismo existente hoje em dia, tudo pode ser pago em prestações, até um electrodoméstico. Muitas pessoas optam por esta modalidade para que não pese tanto no orçamento, no entanto, olham apenas para o valor da prestação e calculam se podem suportar ou não mais esse encargo mensal, sem ver quanto vai custar no total esse crédito, nem procurar outras alternativas para comparação.
Hoje em dia vivemos afogados em créditos porque foi difundida a ideia que tudo está ao nosso alcance e uma boa prova disso é a compra de casa. Houve uma fase em que todos acreditámos que era possível ter casa própria. O resultado está à vista com o malparado sempre a subir. A verdade é que nem toda a gente pode comprar casa se não tiver já algum capital para dar como entrada nem tiver rendimentos suficientes para fazer face a uma prestação mensal. Um grande erro é que muitas pessoas contratam um crédito habitação em que a prestação ultrapassa os 30% de taxa de esforço, o que é completamente insustentável.
Infelizmente, muitas famílias foram iludidas com todo o facilitismo de volta do crédito, o que levou ao sobreendividamento, ao ponto de todo o seu rendimento se destinar ao pagamento de dívidas o que não permite ter uma “reserva” para algum imprevisto.