Negociar o ordenado é por si só um processo que pode ser complicado, mas se a isso juntarmos uma crise económica, falamos de uma verdadeira dor de cabeça. Atualmente são muitas as empresas que conduzem cortes profundos nos gastos internos. E os salários dos funcionários são um dos alvos centrais.
No entanto, quer queira quer não, negociar o ordenado é algo que terá sempre que fazer, seja porque está a candidatar-se a uma nova posição de trabalho ou porque chegou a altura de fazer a revisão salarial na empresa onde se encontra.
Fácil?! Provavelmente não. Mas saiba o que deve ou não fazer num processo de negociação salarial.
A estratégia…
Na hora de negociar o ordenado tenha estes pontos em mente:
1. Faça sempre uma pesquisa de mercado
É importante que conheça os valores praticados na sua área profissional. Saber qual é o salário médio de posições relacionadas com a sua, pode servir de ponto de partida para a negociação e vai permitir-lhe estabelecer um termo de comparação entre o ordenado praticado no mercado e aquilo que lhe estão a oferecer, para saber se a proposta é ou não interessante do ponto de vista salarial.
2. Deixe que seja o empregador a fazer a primeira proposta
Apontar um número pode ser a grande armadilha do processo. Por isso quando negociar o ordenado nunca seja o primeiro a indicar um valor salarial. Após ser “atirado” o primeiro valor ao ar está definido o ponto de partida da conversa. Se o fizer está a pôr todas as suas cartas em cima da mesa. Ao apontar um salário muito alto, o mais provável é ouvir um “Não” redondo; mas se for muito baixo, a vantagem passa para o lado do recrutador e, quanto a si, bem… limitou-se a perder dinheiro.
Deixe que seja o empregador a indicar a margem salarial que tem disponível para si. Feito isto, use o seu Curriculum Vitae e a sua experiência para provar que é merecedor do ordenado mais alto que ele lhe disponibiliza.
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3. Se necessário, faça uma contraproposta
Não tenha medo de dizer “não” a uma primeira oferta. Prepare-se para “regatear” o valor, mas se o fizer esteja preparado. Use a pesquisa do mercado que fez antes de entrar na negociação para basear o seu valor. Deve ter em consideração o valor praticado no mercado, a sua experiência (ou falta dela) e a posição no mercado da empresa com que está a negociar. A falta de preparação pode ser fatal para negociar o ordenado. Se não estiver devidamente munido de todas as informações e argumentos, facilmente verá a sua proposta negada.
4. Tenha em consideração se lhe são ou não oferecidos benefícios adicionais
Negociar o ordenado, deve ser isso mesmo: uma negociação! Por isso mesmo, não se limite a analisar o valor salarial e seja flexível se necessário. A oferta que lhe apresentarem pode ir além do ordenado, por isso antes de dizer sim ou não, veja se lhe são oferecidos benefícios adicionais (subsídios de alimentação ou transporte, ajudas de custo, ou prémios de produtividade, férias, etc.). No final do mês, ainda que o valor base seja um pouco abaixo daquilo que tinha definido inicialmente, essa margem pode ser compensado por estes benefícios ou mesmo fazer a diferença!
5. Seja paciente … mas persistente
Se lhe disserem não à primeira proposta, não desista! Lembre-se que está no meio de uma negociação e um pouco de paciência e persistência podem ser a chave para o sucesso.
6. Mantenha sempre a negociação num tom profissional
Independentemente do resultado da negociação seja profissional. Mesmo que a proposta que lhe façam seja abaixo do valor que considera razoável ou pensa merecer, mantenha um tom educado e profissional. Qualquer manifestação menos positiva pode custar-lhe o emprego.
Por muito difícil que lhe possa parecer, não deixe de negociar o ordenado. E independentemente do panorama económico, nunca assuma que a negociação está fora da discussão só porque a economia atravessa uma fase menos positiva.
No final é importante que ambas as partes se sintam beneficiadas. O seu empregador deve sentir que lhe está a pagar um valor merecido; quanto a si deve considerar que acordaram o valor justo. Portanto, trate de se valorizar como profissional para que quando chegar a hora, negociar o ordenado seja tarefa fácil. E prepare-se convenientemente. Nesta preparação pode estar a diferença entre um bom e um mau salário.
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