São raros os jovens adultos que, aos 20 anos, pensam em preparar o futuro – e ainda menos em preparar a reforma. No entanto, aquela fase entre o fim dos estudos e o início de uma vida familiar completa é precisamente a melhor para começar a por dinheiro de parte.
Porque sabemos que, muito provavelmente, os jovens adultos nem sabem muito bem por onde começar, o que fazer ou como fazer, reunimos algumas dicas fundamentais que os ajudam a poupar aos 20 anos e a preparar hoje o futuro que querem ter e que os vai deixar muito orgulhosos da própria maturidade.
7 dicas para poupar aos 20 anos
1. Não compre casa, mas pense nela
Comprar uma casa antes dos 30 anos pode não ser o melhor negócio por vários motivos: ainda é cedo para saber se vai querer criar raízes na cidade onde está agora, para saber que tipo de casa vai precisar dali a uma década ou até se a sua carreira está ao nível do encargo que está a assumir.
Para já, a ideia é poupar aos 20 anos para gastar aos 30. No que a casas diz respeito, a melhor decisão é a de dedicar o esforço todo à poupança que, mais tarde, lhe vai permitir dar uma boa entrada para uma casa e, graças a ela, conseguir um crédito mais vantajoso junto do banco (e até comprar uma casa melhor).
2. Pense na reforma aos poucos
A reforma e a velhice não vão acontecer amanhã, mas é importante perceber que, se poupar aos 20 anos, não vai precisar de desesperar aos 40. Pense que, se começar já hoje a por dinheiro de lado, consegue poupar o mesmo valor com muito menos esforço do que se começasse a guardar dinheiro daqui a vinte anos. É tudo uma questão de planeamento.
Se começar já a preparar um pé de meia para quando a idade avançar, vai perceber que, aos poucos, tudo se vai construindo de forma mais fácil. Vale muito a pena o esforço inicial.
3. Estude tudo sobre investimentos
Antes de começar já a distribuir dinheiro por aplicações financeiras, estude. Estude os mercados, os produtos financeiros que os bancos lhe oferecem, as possibilidades de investimento. Saiba tudo sobre juros e riscos, sobre retorno e sobre o funcionamento da bolsa.
Saber poupar aos 20 anos só vai valer a pena se souber o que fazer com essa poupança, e o que não falta por aí é informação. Procure na internet, pergunte a colegas e amigos, fale com o gestor de conta. Mais do que qualquer outra coisa, é importante que só ponha o seu dinheiro em aplicações que conhece e sabe como funcionam.
4. Prepare um fundo de emergência
É a primeira coisa que deve fazer desde o primeiro dia do seu primeiro emprego: uma parte do seu salário tem mesmo – mesmo – de ser aplicada na construção de um fundo de emergência.
Se pensar bem, hoje está tudo ótimo, mas não sabe o dia de amanhã. Pode ter um acidente e ficar de baixa, pode ficar doente, pode perder o emprego, o país pode mergulhar numa crise económica profunda… As possibilidades são infinitas. Ter um fundo de maneio preparado para qualquer ocasião é condição essencial para dormir descansado todas as noites.
O valor do seu fundo de emergência não tem de ser específico e vai depender dos seus rendimentos e dos encargos fixos que tem todos os meses. Ainda assim, a ideia é poupar aos 20 anos o máximo que puder, porque a probabilidade de chegar aos 30 com menor capacidade de poupança é muito grande (pergunte a quem tem filhos!).
5. Planeie a carreira
Se há momento em que pode “jogar” com a sua carreira à vontade é este. Quer um emprego estável, com um salário fixo que lhe permite poupar de forma limitada mas constante durante uns anos? Pode ter. Quer um emprego mais exigente, muito arriscado mas que lhe promete um rendimento acima da média e uma poupança mais agressiva, ainda que menos duradoura? Também pode ter.
A grande vantagem de ter 20 anos é que, em princípio, ainda não tem casa para pagar nem filhos a quem garantir um futuro. É dono da própria vida financeira, faz o que quer com o dinheiro e está em ótima posição de escolher o que é melhor para si em cada momento. Tire partido disso.
6. Comece a investir
Se começar a poupar aos 20 anos e estudar tudo sobre investimentos, há-de chegar o momento de entrar em ação e investir o que vai poupando. Nessa altura, tente distribuir o seu dinheiro por aplicações diferentes, com fins diferentes e mecanismos de retorno diferentes, de forma a construir um sistema de retorno equilibrado.
Não ponha o dinheiro todo numa aplicação segura de baixo retorno nem se perca numa aplicação arriscada de alto retorno; divida o que tem por várias opções, para reduzir o risco de perda e garantir que o futuro está assegurado.
Nesta fase é preciso ter cuidado com o tipo de investimentos que faz: é muito comum, sobretudo nos anos de pico da bolha imobiliária, os mais jovens quererem investir o dinheiro que poupam em casas e apartamentos, mas lembre-se que a ideia de investir é sempre usar o dinheiro que tem, e não pedir algum ao banco para juntar ao que já tem.
Fuja dos créditos: a ideia é poupar aos 20 anos e investir aos 20 anos, não é endividar-se aos 20 anos e comprometer o futuro.
7. Crie hábitos de poupança
Claro que é bom poupar aos 20 anos, mas também vai querer poupar aos 30, aos 40 e aos 50. Assim, e porque já diz o ditado que “é de pequenino que se torce o pepino”, é muito importante começar a trabalhar os seus hábitos de poupança desde o primeiro dia em que tem dinheiro no bolso.
Comece a criar pequenas rotinas e defina algumas regras básicas de disciplina financeira, que o livram de desperdícios e de impulsividades. Quando chegar à década seguinte, além de ter o bolso mais cheio, vai agradecer a si próprio não ter de passar pelo sacrifício de perder hábitos que tinha e que agora não pode ter porque entretanto surgiram outros encargos mais importantes.
Poupar aos 20 anos é, então, uma prática mais do que vantajosa e um ótimo preditor de um futuro desafogado. Lembre-se que o dinheiro, quando bem investido, cresce com o passar do tempo, e que aquele que aplica agora enquanto é jovem vai ter um retorno bem mais simpático daqui a uns anos. Poupar aos 20 anos é, por isso, respeitar o seu “eu” do futuro, que lhe vai agradecer muito o cuidado e o esforço.
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