Share the post "Como travar com o motor: guia prático para maior segurança"
Com certeza já verificou, em estradas nacionais e em autoestradas, placas de aviso a alertar para “travar com o motor”. Acontece essencialmente em descidas acentuadas e em percursos sinuosos. Porém, enquanto uns podem conhecer esta técnica e a razão da sua aplicabilidade, outros poderão desconhecer. Nesse sentido, é importante dar a conhecer como travar com o motor, assim como as vantagens e o motivo do uso desta técnica.
De acordo com o Código da Estrada, esta técnica significa “reduzir a velocidade com o auxílio do motor”. Em situações extremas, como é o caso da falha dos componentes de travagem, esta técnica é essencial para minorar as consequências de potenciais desastres rodoviários.
Travar com o motor é uma técnica de travagem do automóvel enquanto este está em movimento.
Essencialmente aconselha-se que o faça sempre que pretende desacelerar o automóvel, mas principalmente em descidas, estradas sinuosas (as apelidadas com curvas em “S”) e quando um automóvel se desloca a grande velocidade.
Como travar com o motor: em que consiste
Mas em que é que consiste esta técnica? Como é que se trava com o motor?
De acordo com o IMT (Instituto de Mobilidade e Transporte), esta técnica é aplicada quando se faz uma “redução de velocidade por desaceleração do motor”. Ou seja, travar com o motor consiste numa redução da velocidade da mudança com que se circula com o intuito de desacelerar o carro.
A título de exemplo, usar o motor como travão ou travar com o motor é quando se conduz com a quinta velocidade engatada e reduz-se gradualmente para quarta, terceira e segunda até parar totalmente o automóvel ou circular a uma velocidade mais propícia às circunstâncias da estrada.
Porque é que se faz isso? Porque quanto mais alta for a mudança, mais rápido ficará o motor e, consequentemente, o veículo perderá aderência.
Por essa mesma razão, para ganhar maior aderência e travar/desacelerar o carro de forma mais rápida e eficaz para prevenir acidentes, o melhor é fazer uma redução da velocidade da mudança com que circula. Isto não impede, contudo, que não possa (e deva) usar o travão do pedal ao mesmo tempo.
Quando devemos travar com o motor?
Segundo o IMT, deve-se usar o motor como auxiliar na travagem, sobretudo em três ocasiões:
- Em redução suave de velocidade na aproximação a um local que exija menor velocidade, preparando o veículo para posterior aceleração, como por exemplo na aproximação a uma curva, interseção ou local de perigo;
- Em apoio ao sistema de travagem, em descidas prolongadas onde se pode dar um aquecimento excessivo dos travões;
- Apoio ao sistema de travagem, em velocidades mais elevadas ou quando este já não se encontra na sua melhor eficiência.
Perante o exposto, tendo em conta os conselhos do IMT, elaboramos uma lista de circunstâncias em que deve travar com o motor e como o deve fazer:
Em caminhos sinuosos
Este conselho sobre como travar como o motor é principalmente para aqueles que gostam de enfrentar curvas a altas velocidades.
Quantas vezes fez numa curva rápido demais e sentiu o carro a fugir? Até pode ser uma situação em que se apanha um susto e com alguma destreza resolve-se a situação, mas o aconselhável é seguir os seguintes passos:
- Antes da curva, desacelere, use o travão do pedal (se aplicável) e reduza a mudança da engrenagem;
- Inicie a curva e vá carregando e retirando o pé do acelerador consoante sinta o carro a fugir ou não, respetivamente. Ao carregar no acelerador suavemente ou durante pouco tempo, está a dar um impulso ao motor para fazer a curva com maior aderência e diminuir o eixo da curva.
Em curvas
Também em outras curvas, principalmente apertadas, e não só em caminhos sinuosos, deve-se travar com o motor antes de enfrentar a mesma. As razões são as mesmas. O carro foge menos, desgasta menos os travões e pode fazer a curva em maior segurança.
Piso molhado
Não é incomum acontecer. Utilizar o pedal dos travões unicamente quando o piso está molhado, pode originar um “patinar dos travões”. Isto significa que os mesmos não têm força suficiente para travar o carro devido à fraca aderência provocada pelo piso molhado.
Na pior das hipóteses, o carro pode, em vez de parar, fazer o inverso: continuar a circular. Caso o piso esteja molhado, além das restantes medidas de segurança, como circular mais devagar e com maior distanciamento para os outros veículos, aconselha-se vivamente que, ao travar, reduza-se velocidades lentamente e gradualmente, para aumentar a aderência.
Em descidas
Quando se circula em descidas e perante qualquer circunstância que o obrigue a desacelerar, travar com o motor pode ser fulcral.
A velocidade numa descida pode significar que os travões do carro não tem força suficiente para parar ou desacelerar o carro a tempo. Além disso, ao usar o motor como auxílio, não exigirá tanto dos seus travões.
Quando o sistema de travagem falha
Se o sistema de travagem falhar, não entre em pânico. Procure pontos de fuga e comece a desacelerar com a ajuda do motor: vá alterando para mudanças de engrenagem mais baixas, enquanto a força do próprio motor vai fazendo o resto do “trabalho” (desacelerando o automóvel). Assim que o veículo estiver a uma velocidade realmente baixa, desligue o motor do carro.
Em autoestradas e vias equiparadas, costumam haver saídas de emergência para circunstância em que o sistema de travagem falha.
Vantagens de travar com o motor?
Além de estar a contribuir para uma maior segurança rodoviária, ao travar com o motor está também a contribuir para uma maior longevidade dos seus travões do automóvel, uma vez que estes, como têm auxílio, os calços e as pastilhas dos travões não são sujeitos a uma sobrecarga tão grande.
Assim sendo, tendo em conta que o desgaste natural dos travões depende do uso dos mesmos, estes irão durar mais tempo.
Pode-se, então, concluir que travar com o motor do veículo acarreta duas grandes vantagens:
- menos acidentes;
- maior durabilidade dos travões.
Isso significa que embora não se poupe diretamente, poupa-se indiretamente, visto que, se seguir estas regras, as possibilidades de ir ao mecânico diminuem.