Decretado o final do estado de emergência em Portugal no início de maio devido ao surto do novo Coronavírus, estamos agora em estado de calamidade. Muitos pais deverão estar desejosos de saber como vão funcionar as creches a partir de agora.
Após cerca de dois meses de confinamento global em Portugal e em muitos países do mundo, em que a economia teve que parar quase por completo, assistimos a grandes alterações, desde logo, em todo o setor do ensino e da educação.
Todas as aulas presenciais em todas as escolas foram suspensas, tendo sido muitas delas substituídas, pela primeira vez em Portugal, por telescola. Reuniram-se muito rapidamente esforços por parte dos profissionais do ensino e educação para que as aulas pudessem continuar a decorrer, dentro do possível.
A solução imediatamente posta em prática foi transmitir aulas através de meios digitais, incluindo pela Televisão pública.
Como vão funcionar as creches: medidas previstas
Medidas de distanciamento social previstas para as creches
- Imposição de distância física mínima: prevê-se que a distância entre cada criança seja de, pelo menos, dois metros. Esta regra terá que naturalmente ser regida pelos profissionais educadores, e a tarefa não se avizinha fácil, pois as crianças nestas idades promovem o contacto físico enquanto brincam e socializam;
- Medição de temperatura das crianças e dos cuidadores, possivelmente à entrada e à saída dos estabelecimentos;
- Disponibilização de equipamentos de proteção individual e higienização, como máscaras e desinfetantes, tanto para educadores como para as próprias crianças;
- Higiene das mãos. Caberá aos funcionários das creches cumprir regras de lavar as mãos das crianças várias vezes ao dia;
- Será lançado um programa nacional de rastreio do Coronavírus, no qual serão testados os trabalhadores de cerca de 2.000 creches;
- Normas específicas para a separação de espaços, bem como de entradas e saídas de equipamentos e pessoal.
Medidas e cuidados a ter com o material
- O calçado, quer das crianças quer dos educadores, que vem da rua deve ser deixado à entrada, nas salas em que as crianças se sentam ou deitam no chão. Isto quer dizer que deverá ter sempre à mão um par de calçado extra para os seus filhos para uso exclusivo dentro da creche;
- Os brinquedos: reduzir ao máximo os brinquedos trazidos de casa. Excecionalmente, caso a criança leve algum brinquedo de casa para a creche, este deverá ser desinfetado;
- Portas e janelas: deverão ser mantidas abertas , para que o ar possa circular.
- Colchões: na hora da sesta cada criança deverá usar um colchão próprio.Além da distância de segurança entre cada uma, e as posições deverão alternar: uma criança fica com a cabeça para um lado, e a outra a seguir ficar com a cabeça para o lado contrário.
Medidas e cuidados com o transporte
- As crianças devem ser sempre transportadas para a escola pelos encarregados de educação ou alguém nomeado por estes;
- No caso de transporte coletivo de crianças providenciado pela escola, há que ter em conta as normas de distanciamento, a lotação máxima deverá ser reduzida. Deverá ainda ser disponibilizada uma solução com concentração de álcool de no mínimo 70% à entrada e à saída. A própria viatura deverá ser também alvo de descontaminação entre cada viagem;
- As cadeirinhas de transporte devem permanecer em locais separados das salas de atividades e a uma distância de segurança.
De relembrar ainda que existem outras normas e recomendações gerais, aplicáveis a todas as situações sociais, que os pais não deverão descurar, como por exemplo usarem obrigatoriamente máscara de proteção em locais fechados quando levarem os seus filhos às creches.
O dever geral cívico de recolhimento domiciliário também se mantém.
como vão funcionar as creches em estado de calamidade
O estado de emergência decretou o encerramento imediato das creches
Quanto aos estabelecimentos de ensino pré escolar, assim como as creches e jardins escola, a solução apresentado desde logo pelo Governo foi o encerramento geral.
Como consequência de tudo isto, muitos pais tiveram que ficar em casa em regime de teletrabalho, enquanto os seus filhos regressaram das instituições que frequentavam para também ficar em casa, numa situação social, familiar e laboral por vezes difícil de gerir.
Prevê-se assim que a partir de agora possamos assistir a um processo de desconfinamento gradual, lento e alternado, uma tentativa de voltar à normalidade por parte de toda a sociedade, de modo a que a economia obtenha uma retoma, sem que se verifique uma nova subida de infetados pelo novo Coronavírus.
Muitos pais neste momento deverão interrogar-se sobre o regresso dos seus filhos às creches. Se por um lado esse regresso lhes poderá permitir um regresso à vida quotidiana normal, por outro estarão certamente preocupados e com muitas dúvidas por satisfazer em relação a todos os pormenores.
Em que ponto fica a situação das creches? Haverá reabertura, quando e como? Quais as regras e recomendações previstas para estas instituições? O que irá mudar na vida dos seus filhos nas creches neste período? Quais as condições que o Estado concede como medidas de apoio para todos estes pais?
Data de abertura prevista para as creches
Inicialmente prevista para dia 1 de junho, a data de abertura para as creches foi antecipada para o dia 18 de maio.
Quais as condições previstas para os pais de filhos a frequentar creches?
Os pais têm a opção de ficar em casa com os filhos numa primeira fase.
Nesta primeira fase de abertura das creches os pais podem escolher ficar em casa e receber o apoio à família, que corresponde a 66% do seu salário.
Até quando irá durar este apoio aos pais com filhos nas creches?
Este apoio deverá cessar após o dia 1 de junho, caso se confirme que os níveis da pandemia se mantenham em curva descendente.
O que está previsto para a reabertura do ensino pré escolar?
Se a evolução da pandemia o permitir, os estabelecimentos de ensino pré-escolar, que abrange crianças dos três anos até à entrada na escolaridade obrigatória, deverão reabrir no dia 1 de junho.
Assim, o objetivo é que este seja um período de transição para a abertura das creches, para que as famílias possam deixar as crianças apenas quando se sentirem confiantes e seguras, sem perderem o apoio atribuído às famílias.