Antes de avançarmos para os números apurados mais recentemente para os concelhos com mais e menos desemprego em Portugal, vamos analisar o panorama geral.
Vamos começar por analisar os dados divulgados mais recentemente pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) relativamente ao mapa do desemprego em Portugal.
No início do mês de julho de 2022, encontravam-se registados 282.453 indivíduos desempregados nos Serviços de Emprego do Continente e Regiões Autónomas. Este número representa 61,4% de um total de 459.742 pedidos de emprego.
Estes números levam a concluir que o total de desempregados registados no país atualmente foi inferior ao que se apurou no mesmo mês há um ano atrás, em 2021 (quebra de 25,3%) e, também em relação ao mês anterior (quebra de 4,7%). Tais factos dizem claramente que em junho deste ano registou-se o nível de desemprego mais baixo de sempre.
Comparando com a época pré-pandemia, o número de desempregados diminuiu 5,3% (menos 15.738 pessoas), face a junho de 2019.
Se analisarmos agora o mapa do desemprego no país por regiões, verificamos que o desemprego registado neste momento registou uma diminuição geral, em todas as regiões do país.
Uma análise mais detalhada permite verificar um dado que salta desde logo à vista: uma redução no desemprego de 51,2% na região do Algarve. Isto significa que 10.248 pessoas que estavam desempregadas há no ano, têm agora emprego.
Os concelhos com mais e menos desemprego em Portugal por setor de atividade
Mais um dado interessante que ressalta dos dados divulgados pelo IEFP: há a assinalar menor taxa de desemprego em todos os grandes setores de atividades. Senão vejamos: o desemprego provocado pelos setores do turismo, como o alojamento, ou a restauração registou uma diminuição de 7,3% (o que representa menos 1.676 pessoas) entre maio e junho, setor que registou uma descida de 40,5% face à mesma altura do ano passado (menos 14.607 pessoas).
Entre maio e junho de 2022 8.081 pessoas arranjaram trabalho, número que indicam claramente que se registou um acréscimo de postos de trabalho de 5,5% em apenas um mês, e de 22,8% relativamente a junho de 2021.
Dissecando região a região: os concelhos com mais e menos desemprego em Portugal
O Norte é a região do país que contém neste momento a maior parte do número de trabalhadores registados nos centros do IEFP de todo o continente, o que poderá ser um bom indicador de que é de entre os concelhos do Norte do país que provavelmente se registam maiores níveis de desemprego.
Quais são os concelhos com mais desemprego em Portugal?
Os concelhos de Portugal continental que registam o maior número de desempregados atualmente são quatro, e constituem um caso de interessante paralelismo entre o Norte e o Sul.
Falamos dos concelhos de Lisboa, Porto, Sintra e Vila Nova de Gaia. Segundo as estatísticas mais recentes do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) relativas a junho, os quatros municípios, pertencentes aos distritos de Lisboa e Porto possuem um total de 48.450 pessoas inscritas nos centros de emprego, o que representa uma fatia de 18% de todas as 265.571 pessoas registadas no continente.
Cada um destes concelhos apresenta à data mais de 10 mil desempregados, com Lisboa a liderar com 17.196 inscritos.
Açores e Madeira ficam de fora destas contas.
Veja a lista de concelhos com menos desemprego em Portugal
Alcoutim (Faro), Vila de Rei (Évora), Mora, Arronches (Portalegre) e Mêda são os concelhos com menos desempregados. No total, nestes concelhos do sul do país, há a registar apenas 185 trabalhadores em situação de desemprego. Por concelho registam-se números abaixo dos 60 desempregados. Alcoutim é o concelho vencedor, uma vez que se trata do local com menos desemprego do continente, contando atualmente com apenas 29 inscrições no IEFP.
Perante esta análise há que ter em conta que os grandes centros urbanos, por terem de longe mais densidade populacional, isso traduz-se naturalmente num maior número de desempregados. Do outro lado da moeda, a desertificação populacional sentida em muitas regiões do interior do país fazem com que o número de inscritos no IEFP seja residual em muitos casos.
Em junho do ano passado, a Segurança Social encontrava-se a pagar subsídios a 221 156 desempregados. No mesmo mês, mas em 2022, esse número registou uma queda abrupta: 121.391 beneficiários.