Ekonomista
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22 Out, 2024 - 14:00

1ª Conferência internacional sobre cancro da mama em mulheres jovens

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Lisboa acolhe a 1.ª Conferência Internacional sobre Cancro da Mama em Mulheres Jovens, com mais de 30 especialistas globais para discutir o aumento dos casos, diagnóstico precoce e novos tratamentos.

Nos dias 29 e 30 de outubro, Lisboa vai ser o centro de um evento de grande importância na área da saúde: a 1.ª Conferência Internacional “Cancro da Mama e a Saúde das Mulheres Jovens”. Organizado pela BCYW Foundation (Breast Cancer in Young Women Foundation), o encontro terá lugar no Hospital CUF Tejo e contará com a presença de mais de 30 especialistas internacionais. O objetivo principal é discutir as causas do aumento de casos de cancro da mama em mulheres jovens e partilhar avanços emergentes no diagnóstico e tratamento da doença.

O aumento preocupante do cancro da mama em mulheres jovens

Estudos recentes, incluindo um liderado pela Universidade de Washington, indicam que o número de diagnósticos de cancro da mama em mulheres jovens tem vindo a crescer nas últimas duas décadas. Esta tendência tem gerado grande preocupação na comunidade médica, especialmente porque, em idades abaixo dos 40 anos, o diagnóstico é frequentemente tardio e os tumores são, em geral, mais agressivos. Estes casos apresentam, assim, prognósticos menos favoráveis, com taxas de sobrevivência mais baixas em comparação com as de mulheres mais velhas.

Luís Costa, oncologista e Diretor do Departamento de Oncologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte, bem como membro da direção da BCYW Foundation, sublinha a gravidade da situação: “Sabemos que o diagnóstico de cancro da mama em mulheres jovens tende a ocorrer tardiamente, e que, nessas idades, os tumores costumam ser mais agressivos. Por isso, é crucial compreender os fatores de risco, promover o diagnóstico precoce e, no futuro, implementar rastreios individualizados.”

A urgência do diagnóstico precoce e rastreios individualizados

Um dos temas centrais desta conferência será a importância de promover o diagnóstico precoce em mulheres jovens, que atualmente não estão abrangidas pelos programas de rastreio de cancro da mama, habitualmente recomendados a partir dos 50 anos. Em Portugal, os últimos dados do Registo Oncológico Nacional (2020) mostram que cerca de 2000 mulheres, entre os 20 e os 49 anos, foram diagnosticadas com cancro da mama. Esta faixa etária não é coberta pelos programas de rastreio, o que agrava a situação.

Com esta realidade em mente, os especialistas presentes na conferência irão debater a possibilidade de criar programas de rastreio personalizados, focados nas necessidades das mulheres jovens, de forma a aumentar as hipóteses de deteção precoce e, consequentemente, melhorar as taxas de sobrevivência.

Cancro da mama
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Avanços no tratamento e impacto psicossocial

Ao longo dos dois dias de conferência, serão abordadas várias estratégias de vigilância e de tratamento inovadoras. Investigadores e médicos de renome internacional vão partilhar os mais recentes avanços na área do diagnóstico e tratamento do cancro da mama. Luís Costa destaca a importância desta partilha de conhecimento: “Vamos ter a oportunidade de discutir desde os avanços mais recentes até ao impacto emocional e psicossocial que o cancro da mama tem nas mulheres jovens.”

Os efeitos do cancro da mama vão muito além do físico. Alterações na imagem corporal, problemas de fertilidade e o impacto na vida profissional e pessoal são algumas das questões que as mulheres jovens enfrentam. “É essencial que os tratamentos não se foquem apenas na sobrevivência, mas também na qualidade de vida das pacientes”, acrescenta o oncologista. Durante o evento, será discutido o impacto que o diagnóstico precoce e os tratamentos podem ter na vida futura destas mulheres, nomeadamente na maternidade, nas relações pessoais e na sua saúde mental.

Colaboração internacional para um futuro mais promissor

A conferência contará com a participação de especialistas de diversas partes do mundo, incluindo EUA, Canadá, Espanha, Japão e Austrália. Luís Costa sublinha a importância desta colaboração internacional: “Compreender o cancro da mama requer uma abordagem multidisciplinar, que inclua não só a biologia e a genética, mas também as dimensões emocionais e psicossociais de quem enfrenta este diagnóstico.”

A diversidade de perspetivas será fundamental para a criação de uma comunidade global empenhada em combater o aumento do cancro da mama em idades jovens. A integração de experiências e conhecimentos provenientes de diferentes países permitirá encontrar novas soluções e melhorar os cuidados prestados às mulheres jovens afetadas pela doença.

O papel da Breast Cancer in Young Women Foundation

A BCYW Foundation, organizadora desta conferência, é uma organização sem fins lucrativos dedicada à investigação e à educação sobre o cancro da mama em mulheres jovens. A sua missão é reduzir a incidência da doença nesta faixa etária e melhorar a qualidade de vida das pacientes. A fundação promove a consciencialização sobre a importância da deteção precoce e apoia projetos de investigação que visam melhorar os tratamentos e as taxas de sobrevivência.

Este evento internacional reflete o compromisso da fundação em promover a saúde e o bem-estar das mulheres jovens, criando uma plataforma de debate e partilha de conhecimento que pode ajudar a redefinir o futuro do tratamento do cancro da mama.

Um futuro mais promissor para a saúde da mulher jovem

A realização desta conferência em Lisboa coloca Portugal no centro da discussão internacional sobre o cancro da mama em idades jovens. A expectativa é que o conhecimento partilhado ao longo destes dois dias possa trazer novas abordagens e soluções que ajudem a melhorar a vida de milhares de mulheres em todo o mundo. Como refere Luís Costa, “todos os novos casos de cancro da mama são um alerta para a necessidade urgente de continuar a procurar melhores respostas e tratamentos para as mulheres afetadas por esta doença.”

Com a colaboração de especialistas globais e a partilha de conhecimento de vanguarda, espera-se que esta conferência seja um passo significativo para a melhoria da saúde e qualidade de vida das mulheres jovens diagnosticadas com cancro da mama.

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