Vem aí a cobrança pelas sacas que utilizamos para transportar as frutas e legumes que trazemos do supermercado – aquelas ultraleves, velhas conhecidas. A medida, à semelhança de outras, como a proibição de palhinhas e de outros produtos descartáveis feitos em plástico, pode ser o mote que precisa para querer saber mais sobre os impactos do consumo de plástico.
As ondas de calor que estamos a vivenciar e as enchentes que devastam comunidades e cidades inteiras pelo mundo têm muito a ver com o consumo de plástico que fazemos no nosso dia a dia. Mas estes são apenas dois dos pontos graves que envolvem esta situação de consumo descontrolada e que tem levado governos a adotarem medidas de controlo.
A temática do ambiente tem estado em destaque crescente e a verdade é que há, de facto, razões urgentes para tal. Cerca de 8 milhões de toneladas plástico são, todos os anos, descartadas nos oceanos – o impacto disto é inimaginável para os seus ecossistemas e para nós.
Este material tão nocivo para o planeta é utilizado no dia a dia para as mais diversas situações. Parece de tal forma inofensivo que já nem damos conta que esta é uma escolha que podemos optar por não fazer.
Saiba porque o plástico é um vilão que deve evitar no dia a dia.
8 razões (urgentes) para reduzir o consumo de plástico
Utilizamos 500 mil milhões de sacas plásticas todos os anos
Ainda não abandonou o hábito de utilizar as sacas de plástico quando vai às compras? Infelizmente, não é o único: todos os anos consumimos cerca de 500 mil milhões delas. E a verdade é que e que vamos passar a pagar cada vez mais vezes por esta escolha.
Que tal repensar o assunto?
Compramos 1 milhão de garrafas de plástico por minuto
Em todo o mundo, por cada minuto, estima-se que as pessoas comprem um milhão de garrafas feitas de plástico. Por esta razão, e porque o mercado compreende este consumo como uma necessidade a ser atendida, essas garrafas continuam a ser produzidas em larga escada.
O problema é que os processos de reciclagem atuais não conseguem acompanhar os níveis de produção e de consumo. De todo o descarte de garrafas plásticas, cerca de metade é coletada para ser reciclada, mas menos de 10% segue este destino – o que resulta, inevitavelmente, em mais lixo.
Não conseguimos reciclar todo o plástico que consumimos
Mais de 90% do plástico que consumimos não é reciclado. Consegue imaginar? Este problema já seria suficiente para fazermos soar o alarme. Mas há outras questões agravantes.
O mundo está a ter de lidar com a falta de espaço para aterros sanitários e com o crescimento de depósitos de lixo a céu aberto – que contaminam a água dos nossos rios e dos lençóis freáticos, comprometendo a nossa saúde.
Há depósitos de lixo no mar
A falta de espaço logístico para aterros sanitários criou um grande problema ecológico: hoje temos de recorrer a depósitos de lixo nos oceanos. Estima-se que até 2050 vá haver mais lixo no mar do que peixes.
Descartado nos oceanos, o plástico degrada-se lentamente e transforma-se em partículas. Estas partículas menores são ingeridas por animais marinhos, como peixes e aves, que morrem de forma dolorosa por não serem capazes de digeri-lo.
Como se não bastasse, o plástico dificulta o fluxo de oxigénio nos sedimentos e isto impede o normal funcionamento do ciclo bioquímico natural da flora marinha.
100 mil animais marinhos morrem anualmente pela ingestão de plástico
O material plástico descartado no mar e ingerido pelos animais afeta o ciclo reprodutivo de muitas espécies.
Há hoje, pelo menos, 15% de espécies marinhas em extinção. As tartarugas marinhas, por exemplo, correm o risco de desaparecer dos oceanos. Também os albatrozes e os pelicanos são vítimas da contaminação dos oceanos pelo plástico que consumimos no nosso dia a dia.
O plástico leva centenas de anos a desaparecer
A degradação natural de cada saca feita de plástico levar até 200 anos para acontecer – e outros produtos feitos de plástico podem mesmo demorar 400 anos para desaparecer do planeta. Além disto, o plástico dificulta a decomposição de outras matérias.
O lixo plástico contribuem para enchentes
Quantas vezes, ao ver as notícias, deu conta de enchentes que assolarem comunidades inteiras pelo mundo? Fique a saber que as sacas de plástico promovem enchentes porque entopem as passagens de água nas ruas e sistemas de esgoto.
Quantas tragédias podemos evitar se reduzirmos este tipo de consumo todos os dias?
O plásticotem impacto no aumento das temperaturas
Esta é das questões que vai afetar a todos e, certamente, vai sentir na pele cada vez mais. Ondas de calor, derretimento de calotas polares, aumento do nível do mar – tanto desses desequilíbrios têm a ver com o nosso consumo de plástico.
O polietileno presente na composição do plástico, extraído do petróleo, liberta gases como o dióxido de carbono e polui o meio ambiente, contribuindo para o agravamento do efeito estufa.
O efeito estufa, antes nosso aliado na terra para manter as temperaturas regulares, é hoje um dos maiores inimigos da manutenção de vida na terra – e a culpa é nossa.
Agora que já ficou a conhecer em maior detalhe o problema que estamos a criar através dos nossos consumos impensados, e que já sabe como reduzir o plástico é urgente, será que vai fazer a sua parte e criar novos hábitos mais sustentáveis?
Pratique hábitos mais conscientes, leve menos plástico para casa e passe a palavra à frente. Está na altura de mudar e de influenciar outras pessoas a fazerem o mesmo. O planeta agradece – e o futuro de todos também.