Os tempos não estão fáceis para os nervos daqueles que têm contas bancárias ou produtos associados ao Banco Espírito Santo (BES). Desde notícias de prejuízos colossais (mais de 3.500 milhões de euros) a anúncios de despedimentos/expulsões de administradores ou problemas na contabilidade. É natural que nos perguntemos se é seguro manter a conta bancária no BES.
Questões a colocar:
1. Qual o seu envolvimento com o banco?
A primeira pergunta a que terá de dar resposta é qual o envolvimento que tem com o banco. Tem apenas a conta à ordem? Tem contratos e produtos de aforro? Conheça o seu envolvimento para avaliar nível de risco que poderá estar em causa.
2. Por que manter a conta no BES?
A segunda pergunta a colocar será quais os motivos que o levam a querer manter a conta no BES. Serão motivos comerciais? Estará vinculado por efeitos de crédito habitação? Ou tem uma relação afetiva?
Existem alternativas?
Se não tiver qualquer envolvimento de maior com o BES poderá fazer sentido encontrar uma outra instituição que lhe dê os mesmos serviços que o BES. O que não faltam são bancos que têm um bom nível de serviço, solidez financeira e produtos financeiros que se adequem às necessidades da generalidade das pessoas. Ditam as regras da boa gestão financeira que devemos ter mais de uma instituição com quem trabalhamos, de modo a diversificar o risco.
A solidez da banca
Apesar dos receios que possam subsistir importa considerar que a banca em Portugal tem bons indicadores de solidez. No caso específico do BES, os holofotes estão todos virados para o banco, o regulador e supervisores estão a acompanhar de perto e existe capital disponível no fundo de recapitalização da banca para não deixar o banco “ir ao fundo”. O Banco Espírito Santo é uma daquelas instituições que é “grande de mais para falir”. As suas ramificações na economia e na sociedade portuguesa são demasiado grandes para que qualquer Governo o deixe cair.
BES Vs. Família Espírito Santo
A generalidade dos problemas financeiros que vêm nas notícias está associada às empresas da família Espírito Santo e não tanto ao próprio Banco. Na prática, empresas como a Rioforte e Espírito Santo Financial Group são empresas da família, essas sim já estão em processo de liquidação/insolvência. Naturalmente que os problemas da família têm ramificações no Banco pois este concedeu empréstimos a essas empresas.
Existe sempre o Fundo de Garantia de Depósitos
Uma última ideia que não é de desprezar: em Portugal vigora um fundo de garantia de depósitos que cobre até 100.000€ de capital no caso de incumprimento por parte do banco. Assim, os seus depósitos a prazo estão seguros até este montante.
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