Share the post "WhatsApp: falsas informações sobre o novo coronavírus continuam a circulam"
O novo coronavírus está a afetar o mundo inteiro e, a contribuir para o agravamento da situação, são dezenas as mensagens que, no WhatsApp, circulam com o intuito de “avisar” as pessoas.
É certo e sabido que a internet tem as suas qualidades e defeitos e, apesar de reunir mais das primeiras, também compromete algumas situações face à facilidade de acesso que existe.
Esses avisos estão, na sua grande parte (se não toda), desprovidos de qualquer validação médica, mas continuam a circular pelas pessoas sem filtro. O WhatsApp já confirmou estar a tomar algumas medidas.
mensagens falsas circulam pelo whatsapp
“Um amigo disse-me que”; “A informação que o Governo está a ocultar”; “Aquilo que fizeram na China e que não estão a fazer aqui”.
É geralmente assim que começam as mensagens em circulação pelo WhatsApp. São também várias aquelas que se fazem acompanhar de ficheiros áudio e que pedem às pessoas para tomar medidas ou beber/comer líquidos e/ou alimentos que “curam” o COVID-19.
No entanto, estas mensagens são falsas, segundo alertam os médicos e outros órgãos de administração que pedem urgentemente às pessoas para pararem de partilhar esse conteúdo.
O grande problema do WhatsApp
Para além de ser de acesso gratuito e estar disponível à distância de uma ligação à internet, o WhatsApp tem outro (grande) problema, na opinião da maior parte das instituições.
De acordo com a CNN Business, que cita Věra Jourová, vice-presidente da Comissão Europeia, “é claro que a maioria desta falsa informação continua a circular no domínio público. Em particular, temos de perceber melhor os riscos relacionados com a comunicação em serviços de criptografia de ponta a ponta”.
E é precisamente nesse grupo que o WhatsApp se encaixa, particularmente alarmante numa altura em que não se sabe que rumo terá o novo coronavírus.
A criptografia de ponta a ponta é uma tecnologia que permite que, todas as mensagens enviadas dentro de um serviço (o WhatsApp, neste caso), sejam unicamente lidas pelo seu emissor e recetor—sejam esses quantos forem.
Esta tecnologia dificulta, por isso, a atuação de entidades reguladoras e até do próprio WhatsApp que, legalmente, não pode ter acesso ao conteúdo partilhado pelos seus utilizadores em altura alguma.
WhatsApp garante estar a tomar medidas
O WhatsApp, empresa detida pelo Facebook, já tornou público que está a tomar todas as medidas possíveis para impedir a partilha destas falsas informações que circulam sem filtros.
No Twitter, Will Cathcart, diretor do WhatsApp, garantiu que há “mais de uma dúzia [de verificadores de factos locais] até agora, e nós queremos mais para que esses façam o seu importante trabalho, para que os rumores sejam identificados e combatidos”.
Outra forma encontrada pelo serviço de comunicações para combater o novo coronavírus passa pela página oficial da empresa no Facebook. Lá, estão a ser promovidas as fontes oficias e entidades de saúde cujas indicações devem ser seguidas.
No entanto, no que toca à “informação orgânica”, isto é, gerada por cada utilizador, não há nada que a empresa possa fazer, visto não poder ter acesso ao conteúdo partilhado na plataforma.
As falsas informações (que continuam) a circular
O conteúdo das mensagens em circulação varia e tanto é feito em forma de texto como de imagem e som. O elemento em comum é sempre o mesmo: pedir ao recetor que partilhe a informação com a sua rede de contactos, para que todos se possam (em teoria) proteger do novo coronavírus.
Há mensagens que aconselham o uso de máscaras, outras que dizem para apenas beber líquidos quentes (que matam o vírus); há também aquelas que pedem para gargarejar com vinagre durante alguns segundos, já que o líquido impede que o vírus de propague…
O conteúdo é variado e tem em comum o facto de não ser aconselhado por nenhuma das entidades de saúde oficiais, como é o caso da OMS ou da DGS.
Para descomplicar a informação
As informações sobre os temas que envolvem o impacto social do novo Coronavírus são dinâmicas e constantemente atualizadas. Por isso, os conteúdos publicados nesta secção não devem substituir a consulta com profissionais e especialistas, tanto da saúde como do direito e temas afins. Neste projeto, contamos com a parceria da Fidelidade e da Multicare. Saiba mais sobre a parceria.