Share the post "COVID-19 e as alergias de primavera: perceba a relação entre ambas"
Nesta altura do ano é muito importante perceber as diferenças entre a COVID-19 e as alergias de primavera, assim como entender de que forma as alergias podem agravar um quadro clínico de COVID-19.
A relação entre a COVID-19 e as alergias tem sido muito analisada, não só por haver sintomas comuns entre ambas as patologias, mas também por algumas alergias poderem representar um fator de agravamento da COVID-19.
Em Portugal estima-se que a doença alérgica afete cerca de 1/3 da população: 30% da população tem queixas de rinite; 18% tem queixas de conjuntivite; 6.7% sofre de asma; e cerca de 5% reportam alergia alimentar.
A maior parte das alergias identificadas está relacionada com os ácaros do pó doméstico, com os pólenes de gramíneas, parietária e oliveira e com os epitélios do cão e do gato.
Para diagnosticar este problema de saúde, é importante consultar um médico imunoalergologista e atentar na duração dos sintomas de alergia, nos seus fatores desencadeantes e nos seus fatores de alívio.
COVID-19 e as alergias de primavera. Saiba distingui-los
Antes dos sintomas, compreendamos a origem de todos estes problemas de saúde. A gripe, a constipação e a COVID-19 são causados por microorganismos, isto é, vírus. Já as chamadas “alergias” são uma reação exagerada do nosso sistema imunitário a partículas estranhas. No caso das ditas alergias de primavera, normalmente tratam-se de alergias respiratórias e provocadas por ácaros ou pólens, que são libertados em grande quantidade nesta estação do ano.
É neste último aspeto que reside, talvez, a grande diferença entre a COVID-19 e as alergias de primavera. É que, por norma, o novo coronavírus não provoca congestão nasal, como acontece com as alergias. Por outro lado, as alergias também não costumam provocar dores no corpo ou febre, como acontece com a COVID-19.
Sintomas mais caraterísticos de cada patologia
Constipação
- comichão nos olhos;
- nariz entupido;
- espirros.
Gripe
- febre;
- fadiga;
- dor no corpo;
- tosse.
COVID-19
- febre;
- fadiga;
- dor no corpo;
- tosse seca;
- falta de ar;
- exposição ou contacto com uma pessoa infetada.
Alergias de primavera
- corrimento nasal, obstrução nasal e/ou prurido nasal;
- espirros;
- tosse, pieira, sensação de falta de ar e aperto torácico;
- olhos vermelhos, lacrimejo e prurido ocular;
- pele muito seca, descamativa, com muito prurido, com lesões avermelhadas e exsudativas nas fases de agravamento;
- queixas respiratórias ou cutâneas associadas à ingestão de alguns alimentos ou medicamentos.
Tosse seca: o sintoma comum
A tosse seca parece ser o sintoma comum entre a COVID-19 e as alergias de primavera. Porém, de acordo com os especialistas, há forma de distinguir um caso do outro.
É certo que, mesmo que esteja isolado em casa e não tenha jardim nem zona exterior, os pólens caraterísticos desta estação são capazes de entrar até por uma janela entreaberta. Assim, as reações alérgicas são perfeitamente possíveis de surgirem.
Sem entrar em pânico, mas também sem desvalorizar, é importante analisar bem os sintomas que, eventualmente, manifeste. A tosse seca, por si só, não é suficiente para se diagnosticar uma infeção pelo coronavírus.
Porém, é verdade que há casos onde é este o único sintoma que os doentes com COVID-19 apresentam. Segundo os dados dos boletins epidemiológicos, a tosse tem-se apresentado como o sintoma mais prevalente nos casos de COVID-19, seguido da febre e das dores musculares e de cabeça.
Uma forma mais fácil de distinguir a tosse causada pelo coronavírus da alérgica é ter em conta o historial clínico do indivíduo. Provavelmente, quem sofre de alergias já as teve no passado e, por isso, sabe avaliar se os sintomas que sente são ou não compatíveis com aquilo que costuma experimentar todos os anos, por volta destes meses.
Caso a tosse seja motivada por uma reação alérgica, então o tratamento deve ser feito como habitualmente, ou seja, recorrendo a anti-histamínicos. Se mesmo assim persistirem dúvidas, deve contactar a linha de saúde 24 (808 242 24 24) e solicitar esclarecimentos ao pessoal médico sobre as alergias de primavera.