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Segundo os especialistas, a COVID-19 e obesidade duplica o risco de internamento hospitalar, devido ao desenvolvimento de sintomas graves, associados ao novo coronavírus.
Os cientistas que participaram neste estudo da Universidade de Glasgow sugerem que o excesso de peso pode estar mesmo entre os maiores fatores de risco, em caso de infeção pelo novo coronavírus.
COVID-19 e obesidade: o que diz o estudo da Universidade de Glasgow
Analisando os dados referentes a cerca de 420 mil doentes com COVID-19, a equipa de cientistas de Glasgow concluiu que os pacientes obesos tinham duas vezes mais probabilidade de precisar de tratamento hospitalar.
Esta tese corrobora os comentários feitos pelo Secretário da Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, que sugeriu que a idade e fatores como a obesidade devem ser tidos em consideração ao analisar o porquê do Reino Unido ter a maior taxa de mortalidade da Europa, no que respeita à COVID-19.
Paul Welsh, professor no Institute of Cardiovascular & Medical Sciences da Universidade de Glasgow, disse à Times que, daquilo que já foi possível observar, o índice de massa corporal tem “uma palavra a dizer” em caso de infeção pelo novo coronavírus.
Segundo Paul Welsh, já houve alguns estudos focados nos pacientes hospitalizados que acabavam por precisar de ventilação ou que acabavam mesmo por morrer. Em vários desses estudos, os pacientes obesos tinham tendência a ter uma evolução pior. O clínico acrescentou que a sua equipa concluiu que por cada aumento de 4,5 unidades do índice de massa corporal, o risco de morte pela COVID-19 subia cerca de 25%.
Outros estudos a ter em consideração nesta matéria
Universidade de Liverpool
Também a Universidade de Liverpool levou a cabo um estudo, neste caso com base em 17 mil admissões hospitalares, relacionadas com a COVID-19. A conclusão foi de que entre as taxas de mortalidade dessas admissões, 37% eram mais prevalentes entre pacientes obesos.
A chefe e conselheira científica, Angela MacLean, também destacou a ligação entre a COVID-19 e obesidade. De acordo com a especialista, há evidência muito fidedigna, de vários estudos efetuados em hospitais britânicos, que demonstra que ser obeso, estar infetado com o novo coronavírus e encontrar-se hospitalizado são condições altamente potenciadoras de um internamento numa Unidade de Cuidados Intensivos ou, mesmo, de um desfecho fatal.
Um médico gerou alguma polémica ao sugerir que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, sofreu de sintomas graves da COVID-19 por ter, claramente, excesso de peso. Porém, o cardiologista Assem Malhotra disse ao Good Morning Britain da ITV que essa observação acaba por se enquadrar na evidência científica, até ao momento encontrada.
Bristol Medical School
Outra investigação foi recentemente publicada por especialistas da Bristol Medical School. Ela indica que um peso elevado na infância (obesidade infantil) pode também aumentar o risco de desenvolver doença cardíaca ou diabetes tipo II, mais tarde.
Porém, os cientistas daquela instituição dizem que há “uma janela de oportunidade”, entre a infância e a idade de adulta, na qual é possível mitigar os efeitos da obesidade infantil no risco de desenvolver certas doenças.
Fontes: The Independent/OMS