Share the post "COVID-19 e sintomas raros nas crianças: o que ter em atenção"
Do Reino Unido, soou um alerta urgente que dá conta de que unidades de cuidados intensivos de Londres e de outras zonas do país trataram crianças gravemente doentes e que evidenciavam COVID-19 e sintomas raros.
Estes jovens apresentavam sinais incomuns que incluíam uma inflamação generalizada do sistema, com sintomas semelhantes aos de uma gripe. Alguns deles testaram positivo para o novo coronavírus. Ainda não é certo quantas crianças têm tido estas reações, e embora os números devam ser baixos, não deixam de causar preocupação. Saiba mais.
COVID-19 e sintomas raros nas crianças britânicas. O que diz o Serviço Nacional de Saúde inglês?
O Diretor do Serviço Nacional de Saúde (SNS) inglês, Stephen Powis, declarou que começaram a detetar relatórios de crianças com sintomas graves e raros, e foram, desde logo, analisá-los.
O alerta lançado pelo SNS inglês adianta que há uma preocupação crescente que esteja a emergir junto das crianças britânicas uma síndrome inflamatória relacionada com o novo coronavírus ou, então, que haja outra infeção, ainda não identificada, ligada a estes casos.
Estes jovens pacientes, de idades muito diversas, encontravam-se extremamente doentes, com sintomas semelhantes aos da doença de Kawasaki e do Síndrome de Choque Tóxico, os quais podem incluir temperatura elevada, pressão arterial baixa, erupções cutâneas e dificuldade em respirar.
Alguns também registaram sintomas gastrointestinais, como dor abdominal, vómitos e diarreia, além de inflamação no coração e resultados anormais nas análises ao sangue. Os especialistas dizem que estes são sinais de que o corpo está a ficar sobrecarregado, enquanto tenta combater uma infeção.
Como é compreensível, estes casos indiciam tratamento urgente. Porém, os especialistas tranquilizam as pessoas, afirmando que muito poucas crianças ficam severamente doentes com o novo coronavírus. A evidência a nível mundial sugere que as crianças são a população menos afetada pela COVID-19.
Espanha e Itália
Nazima Pathan, membro dos Cuidados Intensivos Pediátricos de Cambridge, declarou que colegas em Espanha e em Itália reportaram casos semelhantes. Nesses países, algumas crianças apresentaram uma espécie de choque séptico e erupções, o mesmo tipo de reações que seriam espectáveis na doença de Kawasaki e no Síndrome de Choque Tóxico, os quais afetam os vasos sanguíneos e o coração.
Em todo o caso, de um modo geral, as crianças parecem ser mais resistentes a infeções pulmonares graves, em caso de exposição ao novo coronavírus, e o número de miúdos internados nas unidades de cuidados intensivos são relativamente baixos.
Royal College of Paediatrics and Child Health
O Royal College of Paediatrics and Child Health (RCPCH) aconselha os pais a ficarem calmos, mas a procurarem a ajuda de um profissional de saúde, em caso de dúvida ou preocupação com a saúde ou bem-estar dos seus filhos.
Assim, recomenda-se que os pais tenham o comportamento habitual com crianças e jovens. Se estiverem preocupados, por alguma razão, com a saúde ou bem-estar dos seus filhos, devem contactar, a linha de Saúde 24 (808 24 24 24) ou o médico de família, para aconselhamento urgente. Em situação de emergência médica, não hesitar em ligar para o 112.
Ah, e se um profissional de saúde o aconselhar a levar o seu filho ao hospital, deve mesmo seguir esse conselho!…
COVID-19 e sintomas raros: conselhos aos pais
Como, normalmente, o novo coronavírus não é grave para as crianças (que são, frequentemente, assintomáticas), se o seu filho não está bem, poderá ter uma doença em nada relacionada com a COVID-19.
Por isso, os especialistas, como o Royal College of Paediatrics and Child Health, aconselham a procurar auxílio clinico imediato, caso o seu filho:
- fique pálido e a sentir-se com demasiado frio;
- tenha pausas na respiração (apneias), um padrão respiratório irregular ou emita sons respiratórios estranhos;
- sinta dificuldade respiratória, ficando agitado ou sem resposta;
- apresente um tom azulado/arroxeado ao redor dos lábios;
- experimente uma convulsão;
- fique extremamente angustiado (chorando inconsolavelmente), confuso, letárgico (com dificuldade em acordar ou levantar-se) ou não responda a estímulos;
- desenvolva erupções que não desapareçam, mesmo que pressionadas;
- tenha dor testicular, especialmente no caso dos jovens.