Ter uma boa formação que faça sobressair o CV no meio de muitos é, cada vez mais, uma preocupação presente na maioria dos jovens. Os cursos, no entanto, não são para todas as bolsas e o crédito universitário surge muitas vezes como única alternativa.
Importa, por isso, saber do que falamos quando o assunto é pedir dinheiro emprestado ao banco para tirar um curso, que alternativas existem e quais são as vantagens e desvantagens de fazer um empréstimo para estudar.
O que é o crédito universitário?
O crédito universitário é um tipo bonificado de empréstimo, com taxas de juro e spreads mais baixos do que os empréstimos normais, e é dirigido ao investimento em formação.
Para estimular a formação dos jovens, o Estado criou um fundo de 20 milhões de euros anuais para facilitar o acesso dos estudantes ao crédito universitário. Desta forma, é o Estado que serve de fiador nestes empréstimos e, assim, os estudantes não precisam de hipotecar bens patrimoniais para receber o dinheiro do banco.
Os empréstimos atribuídos em créditos universitários variam entre os mil e os 5 mil euros anuais, até um máximo de 25 mil euros para cursos de cinco anos. Em todos os casos, o spread pode variar consoante o desempenho do aluno: uma média inferior a 14 valores mantém o spread nos 1%, mas uma média igual ou superior a 16 valores pode fazê-lo descer até uns simpáticos 0,2%.
Em que pode ser usado o crédito universitário
Ao contrário do que o nome indica, o crédito universitário não serve só para pagar licenciaturas e mestrados. Pode recorrer a este fundo para pagar doutoramentos, pós-graduações, MBAs, cursos práticos, cursos de certificação tecnológica e até programas de intercâmbio, como o programa Erasmus.
O valor emprestado pelo banco também não precisa de ser aplicado apenas no pagamento de propinas. Pode usar o crédito universitário para material escolar, aluguer de residência, viagens e estadias no estrangeiro desde que apresente as faturas e justifique as despesas.
Vantagens e desvantagens do crédito universitário
A primeira grande vantagem do empréstimo para estudantes contém, muitas vezes, a primeira grande desvantagem: é o período de carência. Este período pode estender-se até aos seis meses, e enquanto estiver em vigor o estudante paga uma mensalidade menor ao banco.
O presente pode, no entanto, sair envenenado: é que muitas vezes o valor reduzido no período de carência é acrescentado – por vezes até inflacionado – ao valor das mensalidades restantes, e o aluno acaba a pagar mais em cada mês do que se nunca tivesse optado pelo período de carência.
Outra grande vantagem do crédito universitário é que, mesmo que indiretamente, pode incentivar o estudo e promover a conquista de boas notas. Parecendo que não, a redução do spread resultante das boas notas pode fazer uma diferença significativa na mensalidade – quer maior motivação do que pagar menos?
A motivação assume, ainda assim, um caráter um pouco mais intimidatório no final do curso: é que quando pede dinheiro emprestado ao banco depois tem de o pagar. Entrar no mercado de trabalho já endividado pode ser um peso muito grande para quem procura o primeiro emprego com a pressão de conseguir um salário compatível com o pagamento da mensalidade.
Recorrer ao crédito universitário deve, então, ser mesmo uma solução de recurso. Se puder, encontre fontes de financiamento alternativas, nem que estas passem por empregos em part-time. Se tiver mesmo de pedir ajuda ao banco, compare todas as ofertas exaustivamente, já que a mensalidade pode variar até 100 euros de um banco para o outro.
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