Depois de um crédito fácil e desenfreado, muitas empresas e particulares não conseguem fazer face a todas as dívidas que têm.
Esta situação é ainda mais grave nos particulares do que nas empresas. De acordo com o Instituto Informador Comercial, no primeiro trimestre do ano foram declaradas insolventes 2.700 pessoas singulares, o que significa um aumento de 140% face aos três primeiros meses do ano passado.
Estes dados mostram que diariamente, 30 pessoas são declaradas falidas pelos tribunais portugueses, sendo o Norte do país a zona onde mais particulares declaram insolvência. Recorde-se que este mecanismo de falências judiciais de pessoas singulares foi criado em 2004.
Aliada ao crédito rápido e fácil dos anos 90, está a crise que o país atravessa agora e que se converte em menor poder de compra e maior instabilidade no emprego.
Prova disso é o número de pedidos que chegam diariamente à DECO, que desde o inicio do ano e até Março, perto de 8 mil famílias contactaram a associação para exporem a sua situação de sobreendividamento.
O número de insolvências está a aumentar, também devido ao facto de os cidadãos estarem cada vez mais bem informados e terem conhecimento que ao declarar insolvência, podem começar uma vida nova, livres de dividas, cinco anos depois.