Segundo vários psicólogos a crise pode proporcionar a oportunidade de os portugueses melhorarem a sua saúde mental no que toca a ter comportamentos mais éticos e ecológicos.
A psicóloga Maria Júlia Valério, membro da Comissão Nacional para a Reestruturação dos Serviços de Saúde Mental e coordenadora do Serviço de Psicologia do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia, vai discursar acerca de “O que faz o país pela saúde mental” na 14ª edição das Jornadas Cofanor na Fundação serralves, na sexta-feira.
Nesta temática a psicóloga afirma que “as situações adversas, como é o caso da crise, fazem-nos reflectir acerca dos valores e práticas que orientaram a sociedade nos últimos anos, nomeadamente o falhanço do economicismo e de uma sociedade materialista em que se é aquilo que se exibe”.
Também defende que esta fase é boa para deixarmos de ser tão consumistas e começarmos a adoptar hábitos de “reutilização e rentabilização dos recursos existentes”, ou seja, comportamentos mais ecológicos.
Na conferência também vai se falar sobre “as repercussões internas da crise financeira, nomeadamente aspectos como o desemprego, consumismo, solidão e dependência/passividade face ao estado-providência”.
Tudo isto para mostrar às pessoas que a mente humana tem uma grande capacidade de resistência a variadas adversidades. É só uma questão de criatividade e optimização de recursos.
Podemos perder de um lado com a crise, ou seja, a nossa capacidade financeira com certeza vai-se ressentir mas a nossa capacidade mental vai passar por uma substancial evolução positiva.