Não importa se somos ricos ou pobres, se estamos em extrema necessidade de um produto ou se nem sequer o usamos no dia a dia: todos adoramos um bom desconto quando vamos às compras. E as lojas sabem disso.
Os últimos anos foram férteis em campanhas, cartões e descontos exclusivos para clientes fiéis, sempre com a promessa de nos permitir pagar menos… Mas há uma série de cuidados a ter com cupões e cartão de fidelização de que nunca ninguém lhe fala. E porquê? Porque expô-los não é exatamente o melhor tipo de publicidade para as empresas que comercializam estas campanhas.
O intuito dos retalhistas ao criarem estes instrumentos é fazer com que os clientes gastem mais. Fazem parte de um conjunto de estratégias desenvolvidas por profissionais de Marketing para influenciar o nosso comportamento, levando-nos muitas vezes a ter uma vontade incontrolável de comprar produtos, independentemente de precisarmos deles ou não.
Conhecer o modo de funcionamento dos cartões, talões e cupões permite-lhe estar atento às armadilhas e a não cair nelas. Ou pelo menos a pensar duas vezes sempre que é confrontado com uma “oferta muito especial”.
Quais os cuidados a ter com cupões e cartão de fidelização?
1. Mantenha-se fiel à sua lista de compras
Lá porque tem um cupão para gastar, não significa que beneficie em fazer aquela compra. Se um produto não está na sua lista de necessidades, não o compre, nem que tenha uma dúzia de cupões de desconto para ele. É exatamente isso que a empresa está a tentar fazer: convencê-lo a comprar o máximo possível, mesmo que não precise.
2. Não compre em quantidade
Este é um dos mais importantes cuidados a ter com cupões e cartão de fidelização precisamente porque esta também é das armadilhas mais comuns. Os descontos que só são válidos quando a despesa é maior do que determinado valor ou quando compra quantidades maiores de produto raramente lhe compensam.
A realidade é que, se costuma comprar menos quantidade, é porque não precisa de mais. Para quê comprar mais agora? Vai acabar por fazer stock de um produto que raramente usa ou, pior, deixar produto a estragar porque não conseguiu consumir a tempo tudo o que comprou.
3. Não se deixe levar pelo “antes que o prazo acabe”
Aqueles prazos limitados nos cupões não estão lá por acaso. Os profissionais de Marketing sabem que, ao colocar uma data limite, estão a pressionar os clientes a comprar por impulso, para não perderem a oportunidade. O mesmo acontece com estratégias semelhantes, como “limitado ao stock existente” ou “para os primeiros 10 clientes”. Inclua a resistência aos prazos na lista de cuidados a ter com cupões e cartão de fidelização.
4. Leve um e pague… o que leva
Aquelas promoções em que o segundo artigo tem 50% de desconto parecem incríveis, mas não são assim tão geniais quanto isso. Na verdade, fazem-no gastar mais do que estava à espera para comprar produtos de que não precisa só porque estavam com desconto. Às vezes, contas feitas, o desconto nem sequer é um desconto e havia lojas a vender o mesmo produto mais barato.
Se não precisa de dois produtos, não compre dois produtos, a menos que lhe ofereçam a segunda unidade totalmente grátis.
5. Não saia do seu orçamento
Se planeou gastar um determinado valor, mantenha-se fiel a ele e não se deixe levar por campanhas especiais. Este é, aliás, um dos maiores cuidados a ter com cupões e cartão de fidelização: a tendência para aceitar ultrapassar o orçamento definido.
Do ponto de vista psicológico, o que as lojas fazem é tornar o desrespeito pelo orçamento menos grave, convencendo os clientes de que o negócio compensa a longo prazo e que, portanto, estão a fazer um investimento. A verdade é que não estão. Se o seu orçamento está definido, nada deve justificar gastar em excesso.
Conclusão: não fuja dos cartões, mas seja crítico
Não dizemos que todos os cartões, cupões e outras campanhas do género sejam sempre um bom negócio para os retalhistas e um mau negócio para si. Há, de facto, campanhas que valem a pena e que, no seu caso específico, podem compensar. Há, inclusivamente, marcas que lhe oferecem cupões de desconto para os produtos que, historicamente, já compra com mais frequência.
Assim, o importante é que faça sempre uma comparação de preços entre a oferta promocional e o valor regular na concorrência. Não custa proteger-se a si, ao seu dinheiro e, em última instância, ao seu futuro financeiro.