Escolher cursos com futuro 5 ou mais anos antes de se entrar no mercado de trabalho pode ter resultados, no mínimo, diferentes dos esperados; de qualquer forma, para sua orientação, aqui lhe deixamos dois rankings que apontam os cursos com maior e menor taxa de empregabilidade.
É possível falar com rigor de cursos com futuro?
Afinal de contas, quais são os cursos com futuro em Portugal? Ao longo do nosso percurso escolar, vamos percebendo em que áreas somos melhores ou piores e quais as disciplinas que mais e menos nos agradam. No entanto, quando nos deparamos com momentos de escolha vocacional – por exemplo, a escolha da área de estudos do secundário ou a escolha do curso pós-secundário ou superior – tendemos a introduzir na decisão mais uma variável: o fator empregabilidade. Pais, professores e psicólogos escolares recomendam atenção às áreas de estudos com mais emprego.
Mas a realidade do mercado de trabalho está em permanente mutação e, como tal, é desde logo muito difícil prever se um curso com bons índices de empregabilidade os manterá no prazo de 5 ou 6 anos. Todos os anos são revelados novos dados sobre as taxas de empregabilidade (ou falta dela) de cada curso, o que ajuda a tomar a decisão sobre que licenciatura ou mestrado integrado escolher, e em que faculdade. Mas mesmo assim, podemos alegar que é irrealista imaginar que um dado curso garanta um emprego a quem o frequente, sobretudo tendo em conta que a face do mercado de trabalho muda em menos tempo do que aquele que é necessário para concluir uma licenciatura.
Os 10 cursos com maior fator de integração no mercado de trabalho
Como é habitual, a Direção Geral do Ensino Superior divulga os dados relativos às taxas de empregabilidade dos cursos lecionados em território nacional. De igual modo, pode usar as estatísticas de emprego do Instituto de Emprego e Formação profissional para sua orientação quanto ao número de desempregados por área de trabalho no nosso país. Aqui, com base no que nos diz a DGES, deixamos-lhe as dez licenciaturas com taxa de empregabilidade mais alta.
1. Engenharia Informática, Instituto Politécnico de Coimbra
2. Educação Musical, Instituto Politécnico do Porto
3. Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, Universidade de Beira Interior
4. Medicina, Universidade da Beira Interior
5. Bioquímica, Universidade da Madeira
6. Ciências da Cultura, Universidade da Madeira
7. Comunicação, Cultura e Organizações, Universidade da Madeira
8. Design de Media Interativos, Universidade da Madeira
9. Educação Básica, Universidade da Madeira
10. Engenharia Civil, Instituto Politécnico de Bragança
Cursos que aparentam não proporcionar uma entrada rápida no mercado de trabalho
Para quem agora dá os primeiros passos no ensino superior, os próximos anos podem ter tanto de entusiasmante como de assustador. Não só pela novidade e exigências associadas à frequência de um novo nível de ensino, mas porque se antecipa sempre a possibilidade de o mercado de trabalho deixar de requisitar tantos profissionais da área que elegemos para estudar.
Se há um top 10 para os cursos com futuro, não podia faltar o ranking para os cursos com maior taxa de desemprego em Portugal. São estes:
1. Engenharia Mecânica, Instituto Politécnico de Viana do Castelo (31%)
2. Comunicação e Relações Públicas, Instituto Politécnico da Guarda (27,7%)
3. Serviço Social, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (27,1%)
4. Ciências da Informação e da Documentação, Universidade de Évora (27,0%)
5. Engenharia do Ambiente, Universidade de Coimbra (25,6%)
6. Teatro e Artes Performativas, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (25,4%)
7. Relações Públicas e Secretariado, Instituto Politécnico de Portalegre (25,0%)
8. Engenharia Topográfica, Instituto Politécnico da Guarda (24,3%)
9. Engenharia de Sistemas Eletrónicos Marítimos, Escola Superior Náutica Infante D. Henrique (23,9%)
10. Turismo, Instituto Politécnico de Bragança (23,5%)
Cursos com futuro ou profissionais com futuro?
Escolher cursos com futuro não é uma ciência exata e está sempre dependente das circunstâncias. Além disso, um jovem que escolha um curso hoje, ainda terá 3 a 5 anos pela frente até poder exercê-lo. Daqui a 3 a 5 anos, os números do emprego e do desemprego podem estar radicalmente diferentes do que estão hoje.
Independentemente dos rankings e das taxas de emprego ou desemprego, uma coisa é certa: a sua escolha deve ser isso mesmo – uma escolha sua. Há também quem diga que para os bons profissionais há sempre lugar. a questão é que, para se ser “bom”, já não basta ter as competências técnicas conferidas pelo curso. É necessário ter qualidades e aptidões mais transversais: negociação, capacidade comercial, comunicação, liderança, entre outras.
Por todas estas razões, sugerimos que não se limite a olhar para os resultados e a escolher os cursos que à partida lhe vão garantir emprego. De pouco ou nada lhe adianta ingressar num curso pelo qual não tem o mínimo interesse.