Ter um planeamento mensal e um orçamento bem definido já faz parte da rotina das famílias financeiramente mais conscientes. No entanto, há famílias onde, por muito completo que seja o orçamento, parece que a poupança não cresce. Será que as contas estão mal feitas?
Não se preocupe, as contas não estão a ser mal feitas. O problema é que, provavelmente, também não estão completas: há uma série de custos fantasma que não aparecem no orçamento que, todos os meses, boicotam a sua poupança.
Custos fantasma: saiba identificá-los
Chamamos de custos fantasma a todas as despesas que, por não serem frequentes nem fixas, ficam quase sempre de fora do orçamento familiar. São despesas previsíveis, que sabe que vai acabar por ter, mas que, como não tem sempre, não lhe parecem relevantes.
Estas despesas são fantasma porque não se veem, mas estão lá – e vão fazê-lo gastar dinheiro que não estava planeado, falhar o objetivo de poupança e cair na frustração. No fim de contas, são despesas que não só prejudicam a sua poupança como prejudicam o sua moral para continuar a tentar poupar. É, por isso, urgente resolvê-las.
Os 3 custos fantasma que estão a boicotar o seu orçamento
1. Custos com a casa
Comprar casa é ótimo, como é ótima a sensação de ser proprietário de um imóvel que é só seu. No entanto, se no seu orçamento familiar está o planeamento do empréstimo e as contas da luz, água e gás, é hora de voltar a olhar para a folha: tem muito mais despesas com a sua casa do que essas.
Começamos pelo que é fixo e que fica sempre esquecido: os seguros. O seguro da casa não devia ser um custo fantasma, porque ele até é fixo, tem de pagá-lo todos os anos, mas é quase certo que não o incluiu no seu planeamento.
Outra despesa que muitas famílias esquecem na hora de fazer as contas para saberem se têm dinheiro para comprar (e sustentar) uma casa: os custos com limpeza. Falamos tanto da empregada doméstica que pode, eventualmente, contratar, como do cuidado e limpeza do jardim, da piscina ou até da chaminé. Tudo tem de ser feito e tudo tem de ser pago. E se não for contemplado no orçamento, será um custo fantasma.
Finalmente, as despesas com a manutenção da casa propriamente dita. Se é o proprietário de um imóvel, vai ter de assumir as despesas de manutenção na totalidade, e elas acontecem todos os anos. Reparações do telhado, pinturas de muros, reparação de canalizações…
É verdade que não tem como saber quando é que um cano vai rebentar, mas é igualmente certo que alguma coisa vai sempre acontecer ao longo do ano e que, por não ter sido planeada, vai juntar-se aos custos fantasma que lhe destroem a poupança.
2. Custos com o carro
Ter carro é dispendioso, porque não se trata de pagar apenas a gasolina e o empréstimo ao banco. É preciso pagar estacionamento, revisões, inspeções, IUC, peças de substituição, seguro automóvel . Se não incluiu no orçamento familiar uma alínea realista para as despesas com o carro, está a abrir espaço aos custos fantasma.
3. Custos com a saúde
Claro que ninguém sabe quando vai ficar doente, mas será que faz sentido planear o orçamento familiar sem considerar uma única ida ao médico? Nem as consultas de rotina?
Quando faz o planeamento de custos, conte sempre com algumas despesas na área da saúde. Assim evita ter de lidar com mais custos fantasma que lhe deitam as contas por terra.
Os custos fantasma são um problema pior do que parece
Falamos dos custos fantasma e da necessidade de fazer um correto planeamento orçamental para a família, mas não é só porque as contas não batem certo. É mesmo porque estes custos acumulados podem contribuir para aumentar a sua dívida.
Pense que há despesas que não acautelou, mas que são mesmo obrigatórias. Por exemplo, se tiver uma avaria no carro, tem mesmo de repará-la, não há como escapar. Se não tiver dinheiro para o fazer, poderá ter de pedir um crédito. Resultado: não só não poupou o que achava que ia poupar, como ainda se endividou. Tudo porque não teve em conta este tipo de custos.
O melhor é que faça por ser sempre o mais realista possível quando vai planear o seu orçamento. Lembre-se de considerar as despesas que, não sendo fixas nem regulares, sabe que terá ou que pode vir a ter. Use como referência o ano anterior, se for preciso, mas tenha sempre em mente que a sua melhor defesa é o planeamento prévio.