Share the post "3 decisões financeiras que precisa de tomar para concretizar os seus sonhos"
Quais são os seus sonhos? Comprar uma casa? Trocar de carro? Dar mais qualidade de vida à família? Viajar mais? Ter um hobby que o inspire? Investir no projeto pessoal que está na gaveta?
Com certeza que a sua bucket list terá ainda muitas mais coisas que deseja fazer. Porém, quando começa a pensar em cada uma delas é perfeitamente normal que sinta algum desânimo. Se o que ganha já está tão à justa para as despesas mensais, como poderá sequer pensar em sonhos?
Bem, não temos uma fórmula mágica que vá resolver os seus dilemas financeiros, mas podemos partilhar consigo alguns conselhos que o podem ajudar a ajustar o orçamento às suas necessidades. Ou, se preferir, algumas decisões que precisa de tomar para equilibrar as suas finanças e, assim, ter margem para ainda poder concretizar sonhos.
Decisões financeiras para reorganizar as suas finanças pessoais
1. Traçar objetivos financeiros tendo em vista as finalidades
Com certeza que um dos seus principais objetivos financeiros é poupar o máximo que puder. Contudo, esse objetivo deverá ter uma finalidade, uma meta. Isto é, está a poupar para ter uma almofada financeira para um eventual imprevisto? Para comprar uma casa, um carro? Para investir num projeto pessoal ou profissional? Está a fazer um pé de meia para pagar os estudos superiores aos seus filhos?
Queremos com isto dizer que ter metas financeiras claramente definidas é essencial para fazer uma gestão equilibrada das suas finanças pessoais. Não são raros os casos em que as pessoas começam a poupar dinheiro apenas para deixá-lo guardado e, assim, acumular capital. Porém, começam logo a falhar com a poupança nos primeiros meses por não terem uma finalidade para o dinheiro que estão a poupar.
Um conselho? Defina objetivos financeiros tendo em vista a sua felicidade e a felicidade da sua família. Porque não juntarem-se para fazerem uma bucket list: uma lista de desejos que gostariam de concretizar. Poderão começar por identificar:
- Objetivos a curto prazo: que se podem cumprir com alguma facilidade e com pouco dinheiro;
- Objetivos a médio prazo: para algo que ainda terão de lutar em conjunto para conseguirem concretizar;
- Objetivos a longo prazo: por exemplo, o maior sonho da sua família.
2. Definir estratégias para poupar o dinheiro que precisa
Para, em conjunto, poderem alcançar os objetivos traçados é necessário encontrar estratégias. Isto é, traçar um plano.
Se não tem por hábito fazer um orçamento mensal, devia começar a fazê-lo. Esta é uma forma de ter uma noção global dos ganhos e gastos, permitindo ter uma consciência mais clara de onde vem o dinheiro e para onde vai. Para fazer isso, pode criar um documento de Excel simples, onde terá colunas para discriminar as despesas mês-a-mês, os custos totais, a receita e quanto sobra.
Liste a sua receita mensal, que são todas as suas fontes de rendimento, e as despesas fixas e variáveis. Quanto às despesas, é importante que seja realista, pois, de outra forma, não valerá a pena o trabalho de fazer um orçamento.
Para conseguir equilibrar este orçamento, basta adotar algumas estratégias simples. Não vamos explorar o assunto das despesas domésticas, pois, partimos do princípio que essa é uma estratégia que à priori já estará definida no seio familiar. Referimo-nos a outro tipo de estratégias – aquelas que, apesar de não lhe darmos muita importância no dia-a-dia, poderão contribuir significativamente para os seus objetivos financeiros.
Por exemplo, não tenha medo de dizer “não” quando ficar hesitante perante uma compra. Lembre-se que, por um lado, essa rejeição lhe dá poder e, por outro, é uma forma de se educar (bem como aos que estão à sua volta) a focar-se no que realmente importa.
Além disso, já fez as contas para saber quanto é que vale cada semana, dia, hora do seu trabalho? Vamos pôr em hipótese que uma hora vale 5 euros líquidos e que adora almoçar todos os dias naquele restaurante que lhe cobra 12 euros por uma refeição completa. Está mesmo disposto a trocar mais de duas horas de trabalho diárias para almoçar? Queremos com isto dizer: está ciente do valor real do seu dinheiro?
Sublinhamos, contudo, que não deve desistir de fazer o que gosta para poupar dinheiro. Aliás, até poderá ser contraproducente se andar constantemente frustrado. Basta apenas alterar a frequência com que desfruta dos seus pequenos prazeres.
3. Consolidar créditos
Se tem créditos ao consumo e não pode amortizá-los, uma boa alternativa é consolidar os créditos. Para quê? Juntar todos os seus créditos num só, é uma decisão financeira que poderá ser decisiva para os seus objetivos de poupança. E como?
O crédito consolidado é uma forma de aumentar significativamente a sua liquidez mensal, pois ao juntar todos os créditos num único passará a pagar apenas uma única prestação mensal. E o que é que isto significa em termos práticos? Passa a ter uma única entidade, poupando em comissões, e poderá ver reduzida a taxa de juro, sobretudo se tiver vários cartões de crédito.
Com o dinheiro que sobra no fim do mês, poderá ir aumentando a sua poupança ou investi-lo num fundo. Isto para, a médio e longo prazo, ir concretizando a sua lista de sonhos. Não se esqueça que não há problema em tirar prazer do seu dinheiro, desde que o faça de forma ponderada e de forma a não interferir com o seu bem-estar económico.
De qualquer forma, vamos a um exemplo prático para perceber os valores em causa.
O Nuno tem 36 anos, vive em união de facto e tem um filho de 1 ano. O seu rendimento mensal familiar é de 2.400€.
Um dos sonhos do Nuno é comprar uma casa. Já conseguiu juntar dinheiro para a entrada do imóvel, mas a sua taxa de esforço é alta para o crédito habitação, pois, entretanto, acumulou outros créditos ao consumo – nomeadamente um crédito automóvel, um crédito pessoal para comprar eletrodomésticos e cartões de crédito. Se consolidar os créditos, reduz a taxa de esforço e consegue o dinheiro que falta para a entrada da casa.
Traduzido em números: o Nuno tem as seguintes despesas mensais com créditos – que correspondem a um montante em dívida de 15.000€:
Despesas com créditos (antes da consolidação) | Por mês |
Crédito automóvel | 420€ |
Crédito ao consumo | 370€ |
Cartão de crédito | 290€ |
Total das mensalidades | 1.080€ |
Ao recorrer, por exemplo, ao crédito consolidado da Cofidis, o Nuno passaria a pagar, para os mesmos 15.000€ e prazo de 36 meses, uma única mensalidade de 486,10€, com TAEG 12,8% e TAN 9,90% e MTIC: 17.895,60€ .
Antes de consolidar os créditos:
- Rendimento: 2.400€
- Total de mensalidades: 1.080€
- Taxa de esforço: 45%
Depois de consolidar os créditos:
- Rendimento: 2.400€
- Mensalidade do crédito consolidado: 486,10€
- Taxa de esforço: 20%
Face aos 1.080€ iniciais, trata-se de uma redução de 593,90€ por mês, um montante bastante significativo para o Nuno concretizar o seu sonho.
Em relação ao seu rendimento mensal, a taxa de esforço do Nuno antes de consolidar créditos era de 45%. Depois, passaria a ser de 20% – um valor bem dentro dos perfis considerados pelos bancos para aprovação de crédito habitação. Mensalmente, o Nuno passaria a ter mais liquidez financeira para gerir o orçamento.