Os números podem não ser muito reais porque só dias depois é que foram publicados em Diário da República, portanto, é provável que estejamos a falar ainda de mais insolvências. Dos dados disponiveis, desde o inicio do mês de Agosto, foram 11 empresas e 11 pessoas que entraram em insolvência.
O sector da construção arranca em primeiro lugar com 40% da quota de insolvências e o comércio logo a seguir com 30%. É já uma tendência, estes serem os sectores mais fustigados pelas insolvências, já que de acordo com a Companhia de Seguro de Créditos – COSEC, no primeiro semestre de 2011, o cenário repetiu-se e o sector da construção detinha uma quota de insolvências de 26%, seguido do comércio com 21%.
Segundo Ricardo Gomes, presidente da Associação de Empresas de Construção, Obras Públicas e Serviços (AECOPS) existem três factores que explicam este processo de insolvências:
- o sector da construção ganhou uma dimensão no país superior à sustentabilidade do mercado;
- a construção para habitação perde cada vez mais a sua importância devido às restrições ao crédito à habitação;
- Finalmente, o Estado não produz investimento.
Algumas soluções apontadas pelo responsável passam por “injectar liquidez no sector pagando as dívidas“, no entanto, tendo em conta o clima de austeridade que se vive, esta solução não é viável. Outra possivel solução é seguir a ideia do “mercado de arrendamento dinâmico” como já acontece noutros países europeus.
Os credores das pessoas insolventes são maioritariamente, os bancos e à frente no ranking, não muito positivo, seguem Montepio Geral e o Millennium BCP. Também como credores, existem algumas empresas de crédito e destaca-se a Cofidis.
As zonas mais afectadas são as regiões do Norte e Centro, sendo que o Porto lidera as insolvências.
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