O défice de atenção, apesar de ser mais comum nas crianças, é um problema que pode afetar também uma pessoa adulta. No entanto, é mais comum que se comece a manifestar por volta dos 4 anos e, quase sempre, antes de atingir os 7 anos.
Em termos de distribuição da doença por género, acredita-se que o sexo masculino é o mais afetado, com 80% dos casos, contra apenas 20% dos diagnósticos a atingirem o sexo feminino.
É muito importante ter em conta um fator: défice de atenção não é sinónimo de falta de concentração provocada por falta de empenho ou de dedicação, nem tão pouco resultado de uma má educação dada pelos pais. Assim, é preciso combater o preconceito que ainda persiste acerca este distúrbio.
Mas afinal, o que é o défice de atenção?
Para percebermos melhor a doença, podemos pedir a alguém diagnosticado com défice de atenção para que se concentre numa determinada tarefa. Será fácil observar que, basicamente, é como pedir a uma pessoa com problemas auditivos que nos ouça sem recorrer ao uso do aparelho. É necessário uma grande dose de paciência e de dedicação para lidar com este distúrbio de atenção.
Mas, fisiologicamente, como se explica este problema? O que acontece é que se dá um sub-desenvolvimento ou mau funcionamento de algumas partes do cérebro. Para além disso, também ocorre menos circulação sanguínea na cabeça, sendo sinónimo de menos glicose – que é o principal combustível cerebral. Estes ingredientes, em conjunto, fazem com que haja uma má comunicação entre os neurónios e entre as diferentes partes do cérebro.
Sintomas de défice de atenção
Os principais sintomas do défice de atenção são:
- Dificuldade de manutenção de níveis de atenção;
- Impossibilidade de concentração;
- Impulsividade;
- Hiperatividade;
- Ansiedade;
- Movimentos contínuos e repetitivos (ex: abanar de pernas);
- Esquecimentos frequentes;
- Desorganização;
- Agressividade (menos frequente);
- Dificuldade em reter informação;
- Mau desempenho escolar;
- Depressão.
Outros distúrbios associados ao défice de atenção
Associados ao problema de défice de atenção, podem surgir outros tipos de desordens:
- Bipolaridade
- Síndrome de Tourette
- Tendência para consumo de álcool ou drogas
À mínima suspeita de algum destes sintomas, encaminhe o seu filho para um especialista. É muito importante iniciar de imediato um tratamento para controlar os sintomas do défice de atenção e promover uma melhoria da qualidade de vida do paciente.
Tratamento
Existem várias formas de abordagem ao tratamento deste problema, que devem ser sempre complementares. Ou seja, isto significa que a toma de medicamentos por si só não é suficiente.
Uma criança com este problema deve também ser acompanhado por psicoterapeutas, psicólogos ou até psiquiatras. Além disso, pode ser necessário recorrer à terapia da fala – nos casos em que há problemas na aprendizagem – para que sejam reforçadas as questões da dificuldade cognitiva.
Os pais têm também um papel absolutamente essencial em casa, devendo fazer um acompanhamento diário e reforçado do seu filho.