Como definir um preço de venda a peças de arte? Este é, desde sempre, um assunto tabu. Por terem visões e interesses muito diferentes, galerias, leiloeiras, antiquários e especialistas, guardam a sete chaves os segredos do negócio. Acreditamos, contudo, que em cada um destes contextos haverá critérios-base para determinar o valor comercial das peças de arte.
Com o boom da internet e com a proliferação de plataformas online de compra e venda de peças de arte, quaisquer que elas sejam, parece haver alguma aleatoriedade e disparidade na definição de preços, para não falar do distanciamento em relação aos preços praticados no chamado mercado da arte.
Num outro artigo que aqui redigimos, chamamos a atenção para o facto da avaliação de uma peça de arte não ser uma ciência exata. Defendemos, inclusive, o argumento que apesar de ser um assunto envolto em algum mistério, há critérios-base que são comuns a todos os especialistas na área, independentemente do contexto no qual atuam.
Para auxiliá-lo a compreender como definir preço de venda de peças de arte e para não correr o risco de avaliar de forma desadequada os seus bens pessoais ou investimentos financeiros, decidimos redigir este artigo. Apontamos os seguintes critérios.
4 critérios para saber como definir preço de venda de peças de arte
1. Autor, percurso artístico e a sua cotação no mercado
No momento de definir um preço de venda, é muito importante que pesquise sobre o autor das suas peças. No caso das chamadas belas-artes (pintura, escultura, desenho, etc.), mas também no caso da joalharia/ourivesaria e mesmo do mercado das antiguidades e do vintage, é importante saber que os artistas são cotados no mercado. Portanto, o valor da última venda de uma obra do autor é um factor fundamental para o ajudar a definir um preço de venda para as suas peças de arte.
Para além disso, a consistência do seu percurso artístico (que pode analisar através do CV), a bibliografia (livros, catálogos, artigos, entre outros) existente sobre a sua obra também são, na nossa opinião, alguns dos factores que influenciam o valor comercial das obras.
2. Autenticidade
Se as peças de arte que pretende vender estiverem devidamente assinadas e datadas, será muito mais simples comprovar a sua autenticidade e, por conseguinte, determinar um preço condizente com o valor real da obra no mercado da arte.
3. Concepção e técnicas
No caso da pintura, por exemplo, as técnicas a óleo e a acrílico sobre tela ou madeira são as mais valorizadas. No caso das peças de joalharia/ourivesaria, o valor real das peças depende não só da composição da liga de metal de que é feita, mas também da cotação dos metais preciosos presentes nas peças, a sua raridade, as qualidades artesanais da sua concepção, do valor de joias semelhantes no mercado ou ainda do seu estado de conservação. Estes também são critérios muito valorizados no mercado das antiguidades e do vintage.
4. interesse histórico
Este é um critério que também merece a sua atenção antes de definir um preço de venda para as suas peças de arte. As peças já pertenceram a uma coleção relevante? Já estiveram expostas numa grande exposição? As peças fazem referência a algum evento histórico? Se for esse o caso não se iniba a aumentar o valor das peças que tem em mãos – tendo como termo de comparação, por exemplo, outras peças no mercado nestas mesmas condições.
Apesar de estes critérios o ajudarem a determinar um valor justo para as peças de arte que pretende vender, não podemos deixar de lhe dizer que continua a ser muito importante a consulta a um especialista na área. Não descure esta questão, mesmo que tenha que pagar uma pequena taxa para a sua obra ser avaliada ao detalhe. Acabará, de certeza, por ser compensado.
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