O empreendedorismo é, cada vez mais, uma via para o sucesso. São muitas as ideias que têm levado jovens e graúdos a deixar um emprego seguro para poder realizar um sonho. Não é um caminho fácil mas é, sem dúvida, um percurso gratificante que o poderá conduzir à ideia feliz de fazer aquilo que gosta.
Deixamos-lhe aqui algumas dicas para começar um negócio sem comprometer a sua estabilidade (emocional e financeira) e damos-lhe a conhecer o caso de sucesso de um serial entrepreneur de Aveiro.
4 dicas deixar o emprego e seguir um sonho
1. Faça um plano financeiro
É importante ter uma ideia precisa de qual o investimento que terá de fazer neste novo negócio. Seguir um sonho não quer dizer que não deve ter os pés na terra. Se tiver de se manter no emprego actual por mais uns tempos para conseguir amealhar o necessário, faça-o. Lembre-se: está a investir no seu futuro.
2. Não confunda hobbies com trabalho
Gostar de cozinhar não é sinónimo de que gostaria de ter uma empresa de catering. Certifique-se que investe em algo que imagina poder fazer todos os dias com prazer.
3. Fale com outros empreendedores
Partilhar receios e experiências é uma óptima forma de analisar quais os prós e os contras de começar um negócio próprio. Procure pessoas que o tenham feito e faça todas as perguntas que o assolam.
4. Procure um mentor
Hoje em dia, em qualquer área, é imprescindível procurar saber sempre mais. Um mentor poderá ser uma excelente ajuda nessa constante necessidade de crescer a diversos níveis. Alguém com experiência poderá guiá-lo e aconselhá-lo de forma a evitar alguns erros de principiante.
Um exemplo de sucesso
O E-konomista falou com David Carvalhão, formado em Engenharia Electrónica e Telecomunicações pela Universidade de Aveiro, para saber ao certo quais os maiores desafios que encontrou ao criar a sua primeira empresa.
David era director da área de Customer Relationship Management de uma empresa de consultoria em Lisboa quando decidiu dar vida às suas ideias. “Desde a adolescência que tinha projectos meus, ainda que nessa altura mais relacionados com a criação de associações, eventos e actividades para jovens. Fui empreendedor muito antes de ser empresário. Mas o que me levou a querer criar uma empresa foi o acreditar que tinha uma maneira melhor de fazer as coisas e querer experimentar se efectivamente conseguia fazer melhor ou não.”
Os receios deste serial entrepreneur eram, naturalmente, alguns. A insegurança de nunca ter gerido uma empresa e a consciência de que estava a arriscar a sua estabilidade financeira estão entre eles. “Foi por isso que chamei à minha primeira empresa ‘Edge Consulting’, porque quando a criei tinha noção que estava um bocado a ‘living on the edge’ (viver no limite)”.
David não esquece as complicações burocráticas e fala também nos erros que foi cometendo mas explica que é com eles que se aprende. “Essa aprendizagem permitiu-me criar depois mais duas dezenas de projectos”.
Conselhos de um empreendedor para outro
Quanto a conselhos para todos os que, como ele, optem por criar um negócio próprio, “o primeiro é que seja temerário mas não seja estúpido. Que pense, escreva os pressupostos daquilo que quer criar, faça bem as contas para ver se o projecto é viável” e o apresente a várias pessoas. Acrescenta o quão importante é ter um elevado auto-conhecimento e flexibilidade. “Várias vezes, durante o percurso de criar um projecto, vão-se cometer erros e ter capacidade de assumir a responsabilidade por esses erros, aprender com eles e, por vezes, mudar de rumo adequadamente são cruciais para o sucesso de longo prazo. Por isso, ter o ego devidamente controlado é imprescindível.”
Para terminar, o empreendedor e empresário sublinha ser “necessário um processo de aprendizagem contínua. Numa base diária, o empreendedor tem que ler, estudar e informar-se para ter as melhores competências possíveis para ir lidando com o que a vida e o mercado lhe atiram para a frente. Aqui, ajuda imenso ter um bom mentor com experiência, nem que para isso tenha que pagar ou dar participação na empresa, que é um hábito que tarda a chegar a Portugal mas que já é costumeiro para qualquer startup nos Estados Unidos. O que se poupa em erros não cometidos compensa largamente.”
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