Ekonomista
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15 Mar, 2018 - 12:36

Depressão na adolescência: fatores de risco e sinais de alerta

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A depressão na adolescência é uma das patologias mais comuns neste período do desenvolvimento tão vulnerável ao aparecimento de alterações psicológicas.

Depressão na adolescência: fatores de risco e sinais de alerta

A depressão na adolescência é um grave problema de saúde que, se não for devidamente tratado, pode ter grandes implicações na vida presente e futura do adolescente. A presença de sintomas de ansiedade e depressão na adolescência são relativamente comuns, devido às especificidades desta fase do desenvolvimento.

Sendo a adolescência, habitualmente, um período conturbado do desenvolvimento, muitas vezes as perturbações depressivas são, erradamente, desvalorizadas.

Adolescência: período de transformação

A adolescência é um momento crucial na vida de qualquer pessoa, representando a passagem da infância para a idade adulta. É um período de transformação em que correm mudanças físicas, psicológicas, afetivas e sociais.

A altura caracteriza-se pela presença de conflitos internos, associados a instabilidade das emoções e das relações e, por isso, a existência de momentos de depressão está, normalmente, inerente ao processo de crescimento.

Alguns adolescentes não se sentem deprimidos, outros apresentam um humor ligeiramente abatido e outros sentem-se verdadeiramente deprimidos. São estes últimos que necessitam de um tratamento específico.

Depressão na adolescência: principais fatores de risco

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Fonte: Pixabay/StockSnap

São vários os fatores de risco que contribuem para a depressão na adolescência, tais como:

Fatores genéticos

  • A prevalência mais elevada de perturbações de humor parece encontrar-se nos filhos e familiares de sujeitos que sofrem deste mesmo tipo de alteração dos estados de emoção;
  • A probabilidade de vir a desenvolver uma perturbação de humor aumenta consoante a proximidade de parentesco.

Outros fatores biológicos

  • Alterações da estrutura cerebral;
  • Desequilíbrio de substâncias químicas cerebrais denominadas neurotransmissores: a noradrenalina, a dopamina e, principalmente, a serotonina.

Fatores psicossociais

  • Baixa autoestima;
  • Imagem corporal negativa;
  • Visão negativa de si mesmo e do futuro;
  • Dificuldades de autonomia;
  • Mudanças escolares;
  • Bullying;
  • Ter uma perturbação de aprendizagem;
  • Existência de desemprego, invalidez ou doença prolongada na família;
  • Tensão na relação com os pais;
  • Perda de um dos pais na infância;
  • Conflitos entre os pais;
  • Divórcio dos pais;
  • História de negligência, abuso físico ou sexual, ou outra circunstância de vida traumática;
  • Ter crescido num ambiente pouco afetivo;
  • Sentir falta de apoio dos pais;
  • Amizades pobres com os colegas;
  • Poucas relações de amizade.

Atenção aos sinais de alerta

Devemos todos estar atentos aos sintomas de depressão na adolescência:

  1. Sentimentos de tristeza, desespero e desamparo;
  2. Sentimentos de inutilidade e autocrítica;
  3. Sensibilidade extrema quanto ao insucesso ou fracasso;
  4. Ataques de choro sem motivo aparente;
  5. Irritabilidade, raiva e frustração;
  6. Diminuição do desempenho escolar;
  7. Absentismo escolar e falta de motivação;
  8. Perda de interesse e desistência das atividades em que participava até então;
  9. Afastamento dos amigos;
  10. Perda de interesse pela família;
  11. Queixas físicas: dores de cabeça e estômago, falta de apetite;
  12. Ter insónias ou dormir demasiado;
  13. Aparência física menos cuidada;
  14. Alterações no apetite que podem incluir perda de apetite e de peso ou comer demasiado e engordar;
  15. Comportamentos de risco: tabagismo, abuso de álcool e drogas, delinquência;
  16. Dificuldades de concentração, memória e em tomar decisões;
  17. Pensamentos frequentes sobre morte, morrer e suicídio.

Como ajudar um adolescente deprimido

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Fonte: Pixabay/Licença cc0

Diante de um ou mais dos sinais de alerta acima descritos, os pais devem conversar com o adolescente, de forma a entender o que este sente e avaliar qual a gravidade.

Se os sintomas se mantiverem, é crucial procurar um profissional capacitado para ajudar – como, por exemplo, um psiquiatra ou médico de família -, para que o diagnóstico de depressão na adolescência seja confirmado. É fundamental não esperar muito tempo, uma vez que os sintomas tendem a agravar-se se não forem devidamente tratados.

O médico vai, juntamente com o adolescente e a família, delinear o tratamento mais adequado e benéfico. O tratamento mais eficaz passa pela combinação da terapia farmacológica com a psicoterapia, nomeadamente a terapia cognitivo-comportamental.

Os fármacos utilizados no tratamento da depressão na adolescência incluem os antidepressivos tricíclicos, os inibidores da recaptação da serotonina e os compostos relacionados, sendo os inibidores da recaptação da serotonina a terapia de primeira linha.

Na psicoterapia terá lugar a partilha de conhecimentos com o jovem e a família, sobre as causas e sintomas da depressão, os danos que pode causar e quais as expectativas em relação ao tratamento.

O tratamento tem como finalidade principal acabar com os sintomas depressivos e melhorar o desempenho escolar, familiar, social e pessoal do adolescente.

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