Teresa Campos
Teresa Campos
17 Fev, 2022 - 13:29

Depressão na terceira idade. Conheça as suas particularidades

Teresa Campos

A depressão na terceira idade é uma realidade frequente e à qual se deve estar atento. Conheça as suas caraterísticas mais comuns.

Mulher com sinais de depressão

A depressão na terceira idade é uma das doenças mentais mais comuns na população sénior. As taxas de incidência oscilam entre os 2% e os 10%. A sua manifestação pode ser diversa e a sua prevalência também varia de acordo com o contexto em que vive cada idoso.

É ainda importante analisar a depressão na terceira idade, tendo em conta dois grupos distintos: o dos idosos que nunca tiveram depressão e o dos idosos que já vêm de um quadro de depressão ao longo da vida.

Na primeira situação, o componente hereditário é menor, o que significa que a doença está muito mais relacionada com caraterísticas do envelhecimento, tais como problemas cognitivos e quadros demenciais, perda de papel social e limitações trazidas por doenças físicas.

Já no segundo caso, podemos estar perante um problema crónico, com origem no passado. Saiba mais.

Depressão na terceira idade: sintomas e fatores de risco

Depressão na terceira idade

Clinicamente, uma das principais diferenças entre a depressão na terceira idade e a depressão nos jovens são as queixas somáticas, muito mais intensas e frequentes na população idosa.

Assim, não é de admirar que alguns dos primeiros sinais de doença mental nos mais velhos possam ser: queixas de dores no corpo, falta de apetite e insónia, perda de energia, isolamento e apatia.

Em resumo, sintomas mais frequentes

  • Isolamento.
  • Tristeza profunda.
  • Sentimento de vazio e falta de esperança.
  • Falta de prazer nas atividades do dia a dia (o que pode conduzir à recusa em alimentar-se, vestir-se ou fazer a sua higiene pessoal).
  • Emagrecimento acentuado.
  • Insónia.
  • Fadiga ou falta energia.
  • Perda da vontade de viver e/ou pensamentos de morte.

Fatores de risco

Há fatores de risco que podem potenciar o aparecimento desta doença ou o seu agravamento em cado de depressão pré-existente. Esses fatores são, essencialmente:

  • isolamento social (devido à pandemia ou à situação de viuvez, por exemplo);
  • problemas económicos;
  • existência de várias doenças, que provoquem limitações e incapacidades (por exemplo: acidente vascular cerebral, doenças respiratórias, diabetes, entre outras).

Tratamento

Como em qualquer idade, a depressão tem tratamento e este não deve ser descurado no caso da pessoa idosa. Além do acompanhamento familiar ser importante, é fundamental a intervenção clínica, que pode ser feita sob a forma de:

  • medicamentos antidepressivos;
  • outras medicações acessórias;
  • psicoterapia;
  • retoma de atividades que contribuam para um papel social na comunidade;
  • recuperação do convívio social;
  • estímulo dos exercícios físicos;
  • cuidados de saúde e higiene.

Já existem, inclusive, unidades de saúde com apoios especialmente direcionados para o diagnóstico e tratamento de doenças mentais na pessoa idosa, recorrendo para isso a consultas de psiquiatria geriátrica.

Depressão na terceira idade: envelhecimento saudável

Homem de terceira idade com depressão

Claro que não podíamos falar de depressão na terceira idade, sem falar em envelhecimento saudável e nas medidas preventivas que todos podemos tomar para evitar vir a sofrer desta patologia.

Embora não haja fórmulas mágicas, é certo que o processo de envelhecimento deve ser pensado e planeado muito antes de se atingir a dita terceira idade. Ter hábitos de vida equilibrados e bons cuidados de saúde e higiene desde sempre, potenciam uma velhice melhor e mais feliz.

Tratar do corpo e da mente é uma forma de os preservar bons e saudáveis durante muito mais tempo.

Assim, rotinas como comer bem, praticar exercício físico, cultivar bons relacionamentos e fugir ao stress são, apenas, alguns dos passos essenciais para caminhar rumo a uma velhice tranquila.

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Muitas vezes, uma das causas apontadas para a depressão na terceira idade é a reforma e o facto dos séniores não saberem, frequentemente, o que fazer com o seu tempo livre. Assim, é fundamental planear o que fazer após se aposentarem, já que devem manter-se ativos e funcionais.

Passar os dias em casa a ver televisão, sem fazer tarefas desafiantes, nem conviver com outras pessoas, não são boas opções.

Praticar voluntariado, fazer um curso ou viajar são algumas atividades enriquecedoras para a mente e para o espírito.

A terceira idade não deve ser encarada como a fase final da vida, mas sim como um período com mais tempo livre para usufruir da vida na sua plenitude e essência, seja a beber um café à beira-mar, seja a acompanhar o crescimento dos netos.

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