Share the post "Depressão na terceira idade. Conheça as suas particularidades"
A depressão na terceira idade é uma das doenças mentais mais comuns na população sénior. As taxas de incidência oscilam entre os 2% e os 10%. A sua manifestação pode ser diversa e a sua prevalência também varia de acordo com o contexto em que vive cada idoso.
É ainda importante analisar a depressão na terceira idade, tendo em conta dois grupos distintos: o dos idosos que nunca tiveram depressão e o dos idosos que já vêm de um quadro de depressão ao longo da vida.
Na primeira situação, o componente hereditário é menor, o que significa que a doença está muito mais relacionada com caraterísticas do envelhecimento, tais como problemas cognitivos e quadros demenciais, perda de papel social e limitações trazidas por doenças físicas.
Já no segundo caso, podemos estar perante um problema crónico, com origem no passado. Saiba mais.
Depressão na terceira idade: sintomas e fatores de risco
Clinicamente, uma das principais diferenças entre a depressão na terceira idade e a depressão nos jovens são as queixas somáticas, muito mais intensas e frequentes na população idosa.
Assim, não é de admirar que alguns dos primeiros sinais de doença mental nos mais velhos possam ser: queixas de dores no corpo, falta de apetite e insónia, perda de energia, isolamento e apatia.
Em resumo, sintomas mais frequentes
- Isolamento.
- Tristeza profunda.
- Sentimento de vazio e falta de esperança.
- Falta de prazer nas atividades do dia a dia (o que pode conduzir à recusa em alimentar-se, vestir-se ou fazer a sua higiene pessoal).
- Emagrecimento acentuado.
- Insónia.
- Fadiga ou falta energia.
- Perda da vontade de viver e/ou pensamentos de morte.
Fatores de risco
Há fatores de risco que podem potenciar o aparecimento desta doença ou o seu agravamento em cado de depressão pré-existente. Esses fatores são, essencialmente:
- isolamento social (devido à pandemia ou à situação de viuvez, por exemplo);
- problemas económicos;
- existência de várias doenças, que provoquem limitações e incapacidades (por exemplo: acidente vascular cerebral, doenças respiratórias, diabetes, entre outras).
Tratamento
Como em qualquer idade, a depressão tem tratamento e este não deve ser descurado no caso da pessoa idosa. Além do acompanhamento familiar ser importante, é fundamental a intervenção clínica, que pode ser feita sob a forma de:
- medicamentos antidepressivos;
- outras medicações acessórias;
- psicoterapia;
- retoma de atividades que contribuam para um papel social na comunidade;
- recuperação do convívio social;
- estímulo dos exercícios físicos;
- cuidados de saúde e higiene.
Já existem, inclusive, unidades de saúde com apoios especialmente direcionados para o diagnóstico e tratamento de doenças mentais na pessoa idosa, recorrendo para isso a consultas de psiquiatria geriátrica.
Depressão na terceira idade: envelhecimento saudável
Claro que não podíamos falar de depressão na terceira idade, sem falar em envelhecimento saudável e nas medidas preventivas que todos podemos tomar para evitar vir a sofrer desta patologia.
Embora não haja fórmulas mágicas, é certo que o processo de envelhecimento deve ser pensado e planeado muito antes de se atingir a dita terceira idade. Ter hábitos de vida equilibrados e bons cuidados de saúde e higiene desde sempre, potenciam uma velhice melhor e mais feliz.
Tratar do corpo e da mente é uma forma de os preservar bons e saudáveis durante muito mais tempo.
Assim, rotinas como comer bem, praticar exercício físico, cultivar bons relacionamentos e fugir ao stress são, apenas, alguns dos passos essenciais para caminhar rumo a uma velhice tranquila.
Muitas vezes, uma das causas apontadas para a depressão na terceira idade é a reforma e o facto dos séniores não saberem, frequentemente, o que fazer com o seu tempo livre. Assim, é fundamental planear o que fazer após se aposentarem, já que devem manter-se ativos e funcionais.
Passar os dias em casa a ver televisão, sem fazer tarefas desafiantes, nem conviver com outras pessoas, não são boas opções.
Praticar voluntariado, fazer um curso ou viajar são algumas atividades enriquecedoras para a mente e para o espírito.
A terceira idade não deve ser encarada como a fase final da vida, mas sim como um período com mais tempo livre para usufruir da vida na sua plenitude e essência, seja a beber um café à beira-mar, seja a acompanhar o crescimento dos netos.