A depressão nos bebés é um tema alvo de muita discussão, sem haver ainda um consenso generalizado. Se alguns autores referem que este quadro clínico não existe devido à imaturidade cognitiva que os bebés apresentam, outros afirmam que desde a vida intrauterina os sinais de depressão começam a evidenciar-se.
Vamos, então, esclarecer o que dizem os trabalhos de investigação mais recentes e perceber de que forma a depressão nos bebés influencia o comportamento do bebé e a forma como este encara a realidade.
Depressão nos bebés: o que é?
Não são muitos os estudos que se debruçam sobre esta problemática e, por isso, ainda pouco é conhecido sobre a depressão em crianças com idade inferior a três anos de idade. Alguns autores referem que por este motivo, muitas vezes, o sofrimento destes bebés não é reconhecido, o que leva a que não se intervenha junto destes casos.
A depressão provoca a alteração do estado de bem-estar e origina um estado de sofrimento, embora, antes dos 6 meses não possamos falar propriamente de depressão, mas sim de respostas depressivas. Estas respostas depressivas podem ser múltiplas e interferir no comportamento social, vida relacional e no desempenho cognitivo do bebé.
A depressão nos bebés poderá traduzir-se, mais tarde, numa excessiva dependência face aos outros e baixa autoestima, como resultado da necessidade insatisfeita de afeto.
Principais sintomas associados à depressão infantil
1) Humor depressivo ou irritável;
2) Evitamento do contacto visual;
3) Diminuição da capacidade de protesto;
4) Excessiva lamentação;
5) Ausência de alegria;
6) Desespero;
7) Inatividade;
8) Baixa vitalidade;
9) Desmotivação pela exploração do mundo externo;
10) Falta de competências relacionais e cognitivas;
11) Diminuição da socialização;
12) Inércia motora;
13) Pobreza interativa;
14) Ausência de comportamentos de brincadeira;
15) Perda de apetite e de peso.
Principais causas da depressão infantil
A introdução do conceito de depressão nos bebés veio trazer um reconhecimento à criança como pessoa que pode sofrer de dor psicológica. As crianças deprimem quando esgotam todas as suas soluções para alcançar o equilíbrio psicológico.
A depressão infantil surge associada a frustrações precoces e graves que tiveram lugar no sistema familiar, nomeadamente:
1) História de depressão materna;
2) Descontinuidade dos cuidados devido à separação da mãe ou do principal cuidador;
3) Discórdia familiar;
4) Relações disfuncionais;
5) Comunicação pobre entre os pais e a criança;
6) Alto criticismo parental;
7) Gravidez não desejada;
9) Desinvestimento materno.
A importância da depressão infantil é avaliada em função da sua duração e dificuldades que provoca. Muitas vezes, existem outros sintomas associados, como perturbações do comportamento ou défices de atenção e hiperatividade, o que torna o diagnóstico de depressão mais difícil de detetar.
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