Se um dos seus objetivos passa por começar a pôr algum dinheiro de parte para o futuro ou até mesmo para comprar algo que já anda a namorar há muito tempo, mas ainda não sabe muito bem como conseguir dinheiro para lá chegar, está no sítio certo.
É hora de conhecer o famoso desafio das 52 semanas, que promete ajudar a poupar de forma disciplinada uma quantia muito interessante no final do ano.
O que é o desafio das 52 semanas?
A ideia do desafio das 52 semanas é disciplinar a poupança, mesmo naquelas pessoas que têm dificuldade em cumprir os objetivos financeiros que estipularam para si próprias.
Por ser um desafio de dificuldade crescente, permite começar devagar, com menor esforço, e depois ir aumentando a exigência à medida que a poupança vai entrando na rotina. É, por isso, muito mais do que apenas uma estratégia de poupança: é uma excelente lição sobre disciplina financeira e uma ótima ferramenta para adquirir novos hábitos.
Quanto se poupa?
O total poupado vai depender, obviamente, do valor que escolher poupar em cada semana. No entanto, se começar com a poupança de um euro e mantiver esta unidade para os aumentos (a cada semana poupa mais um euro do que na anterior), no final do ano terá guardado 1378 euros.
Como se faz o desafio das 52 semanas?
Tal como o nome indica, o desafio das 52 semanas dura exatamente 52 semanas, que são as semanas que o ano tem – ou seja, o desafio dura um ano completo.
A ideia do desafio é fazê-lo poupar um determinado valor todas as semanas, sendo que, a cada uma, esse valor aumenta. Por exemplo, se poupar um euro na primeira semana, na segunda semana tem de poupar dois euros, na terceira semana tem de poupar três euros e na quarta semana tem de poupar quatro.
Esse dinheiro tem de ser posto de parte para que, no final do ano, receba a recompensa: um pé de meia muito interessante que, bem vistas as coisas, nem custou muito a amealhar.
Porquê 52 semanas?
São 52 semanas para durar um ano inteiro. Podiam ser dias, mas poupar diariamente é cansativo e pode levar à desistência. Também podiam ser 12 meses, mas, para as pessoas que gostam de recompensas rápidas, o desafio seria difícil de cumprir.
Que dificuldades vai enfrentar?
O desafio das 52 semanas é ótimo para adquirir novos hábitos de poupança, mas não o livra de algum esforço. Se, por um lado, as primeiras semanas correm rápido e sem grandes percalços, por outro lado as últimas semanas já vão exigir muita dedicação e força de vontade, porque exigem uma poupança maior. Assim, a principal dificuldade que vai encontrar vai ser manter o desafio quando o valor a poupar começar a subir.
Manter a disciplina do desafio também não será tarefa fácil. Na realidade, o desafio das 52 semanas é mais procurado por aqueles que têm menos disciplina financeira (os outros já sabem poupar), e é exatamente para essas pessoas que é difícil poupar de forma regular e sem fugas.
Além destas dificuldades inerentes ao desafio, há a dificuldade de manter o dinheiro seguro. Poupar é ótimo porque vemos o nosso pé de meia crescer, mas quando temos tendência para gastar muito é natural que esse pé de meia acabe por se tornar demasiado apetecível. Assim, o desafio das 52 semanas torna-se um duplo desafio: o desafio de poupar e o desafio de manter a poupança segura.
3 truques para levar o desafio das 52 semanas até ao fim
Cumprir o desafio das 52 semanas na totalidade não é tão difícil como parece, sobretudo se adotar algumas estratégias para se obrigar a manter no bom caminho. Siga as indicações abaixo para se proteger da sua própria vontade de gastar.
Troque as semanas por meses
Se tem dificuldade em poupar todas as semanas, experimente agrupar as semanas por meses: por exemplo, em vez de poupar 1 euro na primeira semana, 2 na segunda, 3 na terceira e 4 na quarta, opte por poupar 10 euros no primeiro mês do ano.
A vantagem de poupar por meses em vez de semanas é que a maioria dos portugueses recebe o salário ao mês, e por isso pode separar o valor da poupança logo que o salário entra na conta. Poupar à semana vai ser mais difícil e levar a mais desculpas (“esta semana não levantei dinheiro”, “são só dois euros, poupo na próxima”…).
Poupe em dinheiro
Se tem dificuldade em ver o dinheiro na conta sem ter vontade de o gastar, faça o desafio das 52 semanas em numerário. Todas as semanas (ou todos os meses, se optar por esta modalidade) vá ao multibanco e levante o dinheiro que o desafio lhe diz para poupar. Depois pegue nesse dinheiro e guarde-o num mealheiro ou numa caixa, que deve, claro, ficar fora da vista para não lhe dar ideias.
A vantagem desta estratégia é que corre menos riscos de gastar o que anda a poupar, mas a desvantagem é que, no final do ano, vai ter mais de mil euros em notas e moedas.
Redistribua os valores da poupança
Primeiro conselho dentro deste conselho: não vale reequilibrar tirando do mês corrente para acrescentar ao próximo.
A redistribuição funciona como um arranjo lógico e preventivo dos valores a poupar. Por exemplo: se em agosto receber o subsídio de férias (ou seja, tem o dobro dos rendimentos) e já sabe que setembro vai ser um mês mais apertado por causa do início do ano letivo, traga a poupança de setembro para agosto e poupe mais quando tem mais. Assim, no mês seguinte tem de poupar menos (ou já nem tem de poupar) e já não enfrentará o dilema de ter de poupar para cumprir o desafio das 52 semanas, mas também ter de comprar o material escolar dos filhos.
Quando lhe dizemos que aqui não vale tirar do mês corrente para somar ao próximo queremos dizer que não vale cair na armadilha do “este mês poupo menos e no próximo compenso”. Além de esta filosofia ser o início do fim da poupança, ela aumenta muito a dificuldade do desafio das 52 semanas, porque a ideia do desafio já é ir aumentando o valor poupado com o passar do tempo. Se, além do aumento natural de poupança, ainda somar o valor que devia ter poupado no mês anterior, é meio caminho andado para desistir do desafio por incapacidade.
Objetivos adicionais para o desafio das 52 semanas
Sente-se com muita motivação para poupar mesmo a valer? Seguem algumas dicas para potenciar ainda mais o desafio das 52 semanas.
Aumente a fasquia para os 10 euros
Em vez de começar com um euro, comece com dez e a cada semana some dez euros ao valor anterior. Sim, o esforço de poupança vai ser muito maior – mas o resultado também. Chegando a dezembro vai poder contar com mais 13780€ na conta bancária.
Invista o que está a poupar
A melhor forma de fazer o dinheiro crescer é investi-lo. Não precisa de começar já a procurar contas-poupança, mas avalie os depósitos a prazo que o seu banco lhe oferece. Aplique o dinheiro que vai poupando e no final do ano terá uma ajuda extra para o seu pé de meia.
Poupe os subsídios
Se não conseguir abdicar deles na totalidade, pelo menos abdique de metade. Se, além da poupança do desafio das 52 semanas, guardar metade do subsídio de férias e metade do subsídio de Natal, é garantido que vai gostar muito do valor final da sua poupança.
Cumprir o desafio das 52 semanas é uma boa forma de começar o ano a ganhar novos hábitos de poupança. Faça por manter o foco e a força de vontade, arranje um objetivo que lhe sirva de guia e comece a poupar o quanto antes.
Artigo originalmente publicado em julho de 2019. Última atualização em fevereiro de 2024.