Share the post "Descolamento da retina: esteja atento aos sintomas e sinais"
O descolamento da retina afeta 1 em cada 10.000 pessoas por ano, tratando-se de um problema grave de saúde ocular que pode afetar indivíduos em qualquer idade, embora seja mais frequente em pessoas entre os 40 e os 70 anos.
O diagnóstico precoce deste problema é crucial para o sucesso do seu tratamento, com o mínimo de danos para a saúde ocular e uma vez que este problema não provoca qualquer dor ou desconforto, é importante estar atento a outros sintomas e sinais colaterais que podem indiciar algum problema na sua retina. Fique atento
O deslocamento ou descolamento da retina é um problema grave, que provocar perda de visão e cegueira, sendo que a retina fica na parte mais interna do olho e é uma camada fina de tecido que recebe as imagens e as envia para o cérebro.
Assim, o descolamento inicial da retina pode ser localizado ou amplo, carecendo sempre de um tratamento urgente.
Descolamento da retina: o que está em causa
Tipos de descolamento da retina
- Descolamento regmatogénico: Este descolamento é aquele que ocorre devido a uma rutura ou rasgadura na retina, a qual permite que o vítreo passe para o espaço sub-retiniano. Assim, esta rutura pode ser um buraco, rasgo ou rasgadura ou diálise na retina.
- Descolamento seroso exsudativo da retina: Neste caso, o descolamento acontece por causa de inflamação, lesões ou anormalidades vasculares, que resultam na acumulação de fluido sob a retina. Por isso, este descolamento é mais raro e pode ser provocado por um tumor sub-retiniano, localizado na coróide (cancro ou melanoma coroideu).
- Descolamento tradicional: Quando falamos deste descolamento, referimo-nos ao facto do tecido fibroso ou fibrovascular, por inflamação ou neovascularização, repuxar a retina sensorial, separando-a do epitélio pigmentado da retina. Assim sendo, esta situação pode ser causada por traumatismos, nomeadamente da órbita e cranianos.
Sintomas
A intervenção precoce faz toda a diferença nestes casos. Convém sublinhar que o descolamento é indolor, por isso há que estar atento aos seguintes sinais:
- percecionar corpos flutuantes no campo de visão, que parecem manchas, pelos, aranhas ou moscas (miodesópsias), por exemplo;
- ver “flashes de luz” (fotopsia);
- ter a percepção de uma sombra ou cortina que vai aumentando no campo visual;
- ligeira sensação de peso nos olhos.
Causas
Algumas causas possíveis para o descolamento da retina são:
- envelhecimento ou distúrbios da retina;
- súbito descolamento do vítreo;
- formação de membranas fibrovasculares entre a retina e o vítreo posterior;
- acumulação de líquido sob a retina.
Fatores de risco
Há circunstâncias que podem aumentar as probabilidade de vir ou não a ter este problema ocular.
- Envelhecimento;
- Descolamento de retina anterior num dos olhos;
- História familiar de descolamento de retina;
- Retinopatia diabética;
- Glaucoma;
- Alta miopia;
- Cirurgia ocular anterior;
- Lesão ocular grave ou trauma;
- SIDA;
- Eclâmpsia;
- Homocistinúria;
- Hipertensão maligna;
- Retinoblastoma;
- Tabagismo ativo e passivo;
- Síndrome de Stickler;
- Doença de von Hippel-Lindau.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico deste problema é feito, essencialmente, através da retinografia ou oftalmoscopia. A melhor notícia é que o descolamento tem cura, a qual passa, habitualmente, por uma cirurgia, cuja técnica usada dependerá aí sim do tipo de descolamento.
Entre os procedimentos cirúrgicos mais utilizados, estão:
- Fotocoagulação a laser, criopexia: usada para barrar uma pequena área de descolamento de retina, rasgadura ou buraco;
- Indentação escleral: sendo colocada uma ou mais fitas de silicone na esclera, de modo a empurrar a esclera contra a rasgadura ou buraco da retina;
- Retinopexia: caraterizada pela injeção de uma bolha de gás (gás SF6 ou C3F8) dentro do olho. A tensão superficial da interface gás / líquido veda a rasgadura retiniana.
- Vitrectomia: além da remoção do gel vítreo, há lugar ao enchimento do olho com uma bolha de gás (gás SF6 ou C3F8), BSS ou óleo de silicone. Este método é cada vez mais utilizado, fruto das suas taxas de sucesso.
No geral, 90% dos pacientes necessitam de ser submetidos a apenas uma intervenção cirúrgica. O resultado visual final pode demorar vários meses até ser conhecido.