Os motores de combustão estão condenados. Pelo menos esta é a vontade de muitos governos europeus. Depois de, no Acordo de Paris, se terem comprometido a reduzir drasticamente as emissões de CO2 e dos níveis de NOx, sob pena de a fatura ser alta, banir os carros a diesel é uma das soluções em cima da mesa – sendo que os a gasolina também se encontram na berlinda.
Cidades que já restringiram a entrada de carros a Diesel
À semelhança do que acontece, por exemplo, em Lisboa, já são muitas as cidades europeias que começam a restringir a circulação de veículos antigos e poluentes (os vendidos até 2014) e há a promessa de, até 2025, banir permanentemente os diesel das suas estradas.
Paris, Madrid e Atenas já acordaram proibir os motores a gasóleo a partir de 2025, sendo que os espanhóis pretendem banir de vez os diesel do centro da capital já em 2020. O governo francês até já decidiu proibir a venda de carros com motor de combustão (gasolina ou diesel) depois de 2040.
Após 2020, em Londres, não haverá circulação de carros a gasóleo e há 35 outras cidades inglesas em vias de aderir a este boicote aos diesel. Também Bruxelas já anunciou o “adeus” ao gasóleo este ano, pelo menos nos veículos anteriores a 1998. E a Alemanha, um dos principais exportadores de carros – numa indústria que emprega mais de 800 mil pessoas – já viu cidades como Munique, Estugarda (a cidade berço da Mercedes e da Porsche) e Hamburgo aderirem à restrição dos diesel e a comprometerem-se com a proibição total até 2025.
Até em Itália, nomeadamente em Milão, Roma e Turim, já há interdições à circulação no centro das cidades em função das emissões de CO2.
Assim sendo, no total, há pelo menos 15 cidades (europeias e não só) que já restringiram a circulação de carros diesel nas suas estradas, nomeadamente:
- Paris
- Bruxelas
- Londres
- Oxford
- Madrid
- Atenas
- Roma
- Milão
- Turim
- Berlim
- Hamburgo
- Estugarda
- Munique
- Oslo
- Copenhaga
O adeus aos diesel: o que dizem os fabricantes?
Em relação a este cenário, os fabricantes são claros. O que está em causa não é a qualidade das motorizações, mas sim a sua capacidade de, no futuro, cumprirem as normas ambientais apertadas a custos controlados.
Ou seja, a questão não se prende com a falta de tecnologia, mas com a capacidade do consumidor para a pagar. O investimento dos fabricantes para equipar os automóveis com a tecnologia necessária para reduzir as emissões teria de ser, a jusante, suportado pelos consumidores e com valores avultados. O cenário, segundo as marcas, seria incomportável, razão pela qual os híbridos (twin engine) e mesmo os elétricos começam a ganhar relevância.
Recorde-se que, depois do escândalo “Dieselgate”, que abalou e muito a confiança dos consumidores, já são muitas as marcas que prevêem abandonar as linhas de produção dos diesel a favor dos híbridos ou mesmo dos elétricos. A Volvo, por exemplo, já anunciou que fabricará, a partir de 2019, apenas carros elétricos ou híbridos.
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Tecnologia vs custos do consumidor
No caso dos veículos a diesel, e com o objetivo de reduzir de forma expressiva as emissões NOx, os sistemas de tratamento dos gases de escape implicaram a adopção generalizada de filtro de partículas e, mais recentemente, sistemas SCR (Selective Catalytic Reduction).
O upgrade de tecnologia nas motorizações a diesel fizeram disparar os custos destes veículos, ao ponto de se tornar injustificável a escolha de um diesel em detrimento de uma motorização a gasolina.
E quando aplicados a automóveis de segmentos mais baixos, nomeadamente citadinos e utilitários, estes valores tornar-se-iam incomportáveis para o consumidor. Por esta razão, a opção híbrida tem ganho relevância e quota de mercado. Aliás, será talvez a única forma de cumprir os 95 g/km de CO2 exigidos – isto porque se prevê que este requisito tenha tendência a ficar cada vez mais apertado.
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