Share the post "Diferença salarial entre homens e mulheres: mito ou realidade?"
Afinal a diferença salarial entre homens e mulheres é mito ou realidade? A resposta é muito simples e direta: é a dura realidade.
Seria de esperar que em pleno século XXI o cenário fosse diferente, mas na verdade não. Construir uma carreira no feminino ainda acarreta algumas dificuldades.
A polémica hollywoodesca
O tema tem estado nas bocas do mundo, muito graças às queixas frequentes e à batalha constante das mulheres que trabalham na indústria cinematográfica em Hollywood. Atrizes, realizadoras, membros das equipas de produção, todas se queixam do mesmo: da diferença salarial entre homens e mulheres, sendo que esta “batalha” é sempre perdida pelas mulheres.
A realidade de Hollywood serve apenas para dar voz e chamar a atenção para algo que é transversal a todas as áreas profissionais e a todos os países.
O caso de Portugal
E Portugal não é exceção. Aliás, segundo os dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) ainda que disparidade salarial entre homens e mulheres tenha diminuído cerca de 0,9 pontos percentuais na União Europeia (UE) – tendo assentado nos 16,4% entre 2008 e 2013 – há países onde se verificou um aumento neste aspeto.
É o caso de Portugal, que a par da Espanha e Itália – alguns dos países mais afetados pela crise – registaram o maior crescimento diferença salarial entre homens e mulheres. Sendo que Portugal é o país que lidera este ranking.
Com um aumento de 3,8% entre 2008 e 2013, em Portugal as mulheres ganham menos 13% do que os homens.
Estes números, muito pouco animadores para as mulheres, contrastam (e muito!) com a realidade de outros países, como a Estónia que – de acordo com o gabinete oficial de estatísticas da União Europeia (EU) – já em 2013, era o país com menor disparidade salarial entre géneros (com apenas 3,2% de diferença salarial).
Estes números tornam-se particularmente preocupantes se pensarmos que além das diferenças de salário se verifica também uma “discriminação” em termos de carreira. Na Europa, apenas um terço dos cargos de gestão de topo são ocupados por mulheres.
A diferença persiste
É o que diz o documento da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado em Março deste ano, por ocasião do Dia da Mulher.
A verdade é que apesar de mais países terem ratificado as normas internacionais, o relatório da OIT não deixa dúvidas e revela que as “mulheres continuam a ser confrontadas situações de discriminação e desigualdade no trabalho”. A começar pelos salários.
O mesmo documento revela que, no geral, as mulheres ganham em média apenas 77% daquilo que os homens recebem, sendo que esta diferença remuneratória aumenta em caso de maternidade e, em certos países da europa, aumenta ainda mais de acordo com o número de filhos.
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Igualdade? Talvez em 2086
O mesmo relatório da OIT revela ainda que “ao ritmo atual, sem uma ação orientada, a igualdade de entre homens e mulheres não será atingida antes de 2086, ou num período de, pelo menos, 71 anos”. Preocupante?! Sem dúvida.
Claramente ainda há um longo caminho a percorrer, mas para quebrar estas barreiras “invisíveis” terá que se verificar uma grande mudança, essencialmente de mentalidades. Afinal, no panorama atual homens e mulheres são profissionais com os mesmos níveis de formação académica, experiências profissionais equivalentes, etc., pelo que a definição de cargos ou salários não deve ser uma questão de género, mas sim de competências e experiência.
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