Share the post "Como os diferentes tipos de donos de gatos vêem o seu animal"
Investigadores britânicos avançaram com um estudo sobre os tipos de donos de gatos e chegaram à conclusão de que existem tipos de donos muito diferentes, desde os mais conscienciosos e responsáveis, aos mais defensores da liberdade do gato, não impondo restrições aos seus comportamentos, mesmo aos mais selvagens.
Entre os tipos de donos de gatos descritos no estudo, estão os “concerned protectors” (protetores preocupados), centrados na segurança do gato; os “tolerant guardians” (guardiães tolerantes) que, embora não gostem, aceitam as “caçadas” do seu gato; e os “laissez-faire landlords” (descontraídos) que não impõem limites aos instintos felinos do seu gato, entre outros.
Estudo britânico conclui que há vários tipos de donos de gatos, com diferentes perspetivas sobre os seus pets
O jornal britânico Independent lançou um olhar atento sobre este estudo que pode ser mais importante do que, à primeira vista, possa parecer.
É que as organizações de conservação ambiental britânicas têm demonstrado preocupação com o número de animais “apanhados” pelos gatos domésticos. Com uma população de cerca de 10 milhões de gatos, espécies como passáros, pequenos mamíferos e répteis podem estar ameaçadas.
Muitos donos de gatos não “apreciam” este lado selvagem dos seus pets. Porém, este não é um tema consensual já que, se por um lado há quem defenda a conservação da vida animal no seu todo, por outro lado há tipos de donos de gatos que dão primazia ao respeito pelos instintos de caça dos seus pets.
Cats, Cat Owners and Wildlife (Gatos, Donos de Gatos e Vida Selvagem)
Este é o nome do projeto desenvolvido por investigadores da Universidade de Exter. Esta iniciativa pretende encontrar um compromisso entre a conservação da vida animal e o respeito pelos instintos mais selvagens dos gatos. Para isso, os donos destes animais têm um papel fulcral.
O estudo em causa envolveu 56 donos de gatos, alguns de zonas rurais do Reino Unido, nomeadamente do sudoeste de Inglaterra, de Bristol e de Manchester. O objetivo da pesquisa foi o de perceber como os donos de gatos vêem os seus animais e qual a melhor forma de lidarem com eles.
De acordo com as conclusões dos investigadores, é necessário recorrer a diferentes estratégias que possam, elas mesmas, adaptar-se aos vários tipos de donos de gatos. Sarah Crowley, líder do estudo, revelou que, apesar das perspetivas dos donos de gatos serem diversas, a maioria valoriza a possibilidade do seu animal poder ir até ao exterior e opõe-se à ideia de manter os seus gatos fechados em casa, de modo a evitar que eles caçem.
Se, neste sentido, confinar os gatos em casa pode não ser muito apoiado pelos donos britânicos; ficou também claro através deste estudo que só um tipo de donos de gatos é que vê no facto do seu animal caçar algo positivo. Assim, a maior parte dos tipos de donos de gatos está disponível para reduzir, de algum modo, este comportamento do seu pet.
Como permitir que os gatos caçem, ao mesmo tempo que se protegem as outras espécies animais?
Algumas das estratégias possíveis para reduzir estes comportamentos de caça dos gatos podem passar por aplicar nos felinos coleiras com guisos ou que sejam brilhantes e coloridas para que, através do som ou da cor, elas anunciem a presença dos gatos e, assim, alertem as possíveis presas.
A equipa de investigadores encontra-se, neste momento, a avaliar a eficácia destas e de outras medidas, bem como a recetividade às mesmas por parte dos donos de gatos.
Tom Streeter, chairman da Organização SongBird Survival, afirmou que este estudo recente demonstra a grande diversidade de perspetivas, assumidas pelos donos de gatos, em relação aos comportamentos de caça dos seus animais.
Se o objetivo é que a Natureza, no seu todo, saia beneficiada e as espécies em perigo sejam protegidas, então é necessária uma abordagem pragmática e os pontos de vista dos donos de gatos devem ser considerados nas estratégias de conservação definidas.
Este estudo reforçou a urgência de donos de gatos e defensores dos animais trabalharem em conjunto, no sentido de encontrarem, para este problema, soluções baratas, fáceis de implementar e que tenham um efeito positivo na vida selvagem e na população de aves que habita todo o Reino Unido.