Cláudia Pereira
Cláudia Pereira
25 Out, 2024 - 21:30

Digi e a concorrência no mercado português: as possíveis mudanças nos preços e serviços

Cláudia Pereira

A Digi prepara-se para entrar em Portugal com preços competitivos, prometendo mexer com o mercado de telecomunicações. Meo, Nos e Vodafone já reagem à nova concorrência.

A Digi, operadora de telecomunicações de origem romena, prepara-se para lançar os seus serviços em Portugal até ao final de novembro. Conhecida por praticar preços competitivos em mercados internacionais, como Espanha, a Digi promete aquecer o mercado português, onde os consumidores poderão beneficiar de ofertas ajustadas e, possivelmente, mais acessíveis. Os detalhes das ofertas ainda não foram divulgados, mas a expetativa está a influenciar já os grandes operadores nacionais.

O impacto da chegada da Digi no mercado português

A entrada da Digi no mercado português representa mais do que uma nova opção para os consumidores; pode marcar uma mudança significativa na forma como os portugueses encaram os seus contratos de telecomunicações. Conhecida pelo seu modelo de negócio orientado para o cliente e pela competitividade dos seus preços, a Digi aposta em oferecer alternativas que dispensam longos períodos de fidelização, algo pouco comum entre os operadores tradicionais. Esta estratégia tem potencial para redefinir o padrão de consumo, tornando o mercado mais flexível e, ao mesmo tempo, colocando pressão sobre as operadoras estabelecidas para inovar e oferecer melhores condições.

Operadoras tradicionais ajustam preços e ofertas

Com a expectativa de preços mais baixos, operadores como Meo, Nos e Vodafone estão a adotar uma abordagem estratégica para melhorar as suas próprias ofertas low-cost. Nas opções de internet fixa, por exemplo, a velocidade aumentou significativamente, com pacotes que antes incluíam 100 Mbps a 27 euros mensais a passarem para 1 Gbps pelo mesmo preço.

Estas operadoras tradicionais podem reforçar marcas low-cost, como a Uzo, Woo e Amigo. A Uzo, da Meo, é conhecida por oferecer internet e comunicações móveis a preços reduzidos desde 2005. A Woo, lançada pela Nos em 2020, adota uma abordagem exclusivamente digital para um público jovem e urbano. Já a Vodafone apostou recentemente no Amigo, uma marca pensada para simplificar a escolha dos clientes que procuram serviços básicos e económicos.

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Preparar-se para a chegada da Digi

Cuidados ao renovar contratos de telecomunicações

Com a Digi prestes a iniciar operações, muitos consumidores podem questionar-se se devem manter ou alterar os seus contratos atuais. Caso esteja a renovar o contrato, é provável que o operador atual ofereça uma nova fidelização de 24 meses com vantagens temporárias. Para quem deseja flexibilidade, uma alternativa interessante é optar por contratos com períodos de fidelização reduzidos ou até sem fidelização, garantindo liberdade para escolher a Digi assim que iniciar a sua oferta. Antes de mudar para o novo operador, é essencial verificar a cobertura da Digi na sua área, especialmente para quem reside fora dos grandes centros urbanos. 

Vantagens e desvantagens da ausência de fidelização

Optar por um contrato sem fidelização tem o benefício de permitir ao consumidor experimentar outras opções assim que a Digi esteja disponível. No entanto, esta escolha pode implicar a perda de alguns descontos oferecidos durante a fase inicial de um contrato de fidelização. Convém também esclarecer que os operadores não podem condicionar o fornecimento de serviços a um contrato fidelizado.

A chegada da Digi a Portugal traz consigo uma oportunidade para dinamizar o mercado de telecomunicações e possibilitar mais escolhas para o consumidor. Com preços potencialmente mais baixos e pacotes competitivos, esta nova opção pode incentivar ainda mais inovação e ajustamentos entre as operadoras nacionais.

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