Sofrer de disfonia ou rouquidão não é algo raro, mas todos sabemos como pode ser incomodativo e limitador, sobretudo para quem tem na voz um instrumento de trabalho. Embora, normalmente, este seja um problema benigno e passageiro, o seu diagnóstico e tratamento não devem ser menosprezados.
Perceber as causas da disfonia ou rouquidão é fundamental para compreender o que fazer e, também, o que evitar para não voltar a passar por este problema de saúde. Por isso, leia com atenção e fique a saber mais sobre a sua voz.
Disfonia ou rouquidão: Perceba mais sobre este problema de saúde
A disfonia ou rouquidão diz respeito a uma alteração na normal emissão da voz, quer seja no seu volume, quer seja na qualidade do seu tom. Assim sendo, esta alteração pode prejudicar a qualidade de vida do paciente, seja em termos sociais, seja em termos profissionais e a voz pode soar diminuída, estridente ou rouca.
No geral, este problema fica solucionado em cerca de duas semanas (disfonia aguda). Porém, como há situações onde o problema se pode prolongar no tempo (disfonia crónica), fique a perceber as suas caraterísticas principais.
Causas
Até chegar a um estado de rouquidão, é comum os pacientes queixarem-se de cansaço ou dor ao falar, garganta seca, tosse, falta de ar, pigarro, até à perda total da voz. Contudo, a origem destas alterações podem ser orgânicas, funcionais ou mistas.
As razões orgânicas afetam a laringe e relacionam-se com inflamações ou infeções (como a laringite ou a faringite) ou lesões nas cordas vocais (como pólipos, nódulos, tumores) ou paralisia. Já as causas funcionais devem-se a um uso inadequado da voz, por abuso ou má coordenação entre a fala e a respiração.
A disfonia ou rouquidão pode estar relacionada com diversos fatores, tais como:
- idade (mais frequente nas crianças, adultos (40 anos) e idosos);
- género (feminino);
- uso inapropriado ou excessivo da voz (caso dos professores, cantores ou operadores de telemarketing);
- tabagismo ou alcoolismo;
- outros problemas de saúde associados (como alergias respiratórias, alterações hormonais, refluxo gastroesofágico, medicação crónica, entre outros).
Diagnóstico e tratamento
Há situações de disfonia em que deve, de imediato, consultar um médico, nomeadamente se tiver dificuldade em respirar ou deglutir; ser um lactente com menos de 3 meses; sofrer de salivação excessiva.
Uma rouquidão com mais de 15 dias pode estar associada a outros sintomas ou doenças, por isso a consulta de um otorrinolaringologista é fundamental para um diagnóstico precoce, um tratamento eficaz e uma recuperação mais rápida e bem sucedida. Por isso, o diagnóstico é feito através da realização de exames específicos, como a fibrolaringoscopia ou a laringoscopia, em que é avaliado o estado das cordas vocais.
Naturalmente que o tratamento da disfonia irá depender da causa. Desta forma, nos casos de rouquidão funcional, a recomendação passa, normalmente, pela terapia da fala, de forma a aprender a usar a voz, esforçando menos a laringe.
Já em caso de infeção ou inflamação, pode haver lugar à prescrição de fármacos, sendo que o repouso vocal é sempre recomendado. Contudo, se houver lugar a lesões mais complexas, como nódulos, pólipos ou suspeitas de malignidade, a cirurgia (fonomicrocirurgia) é a opção mais indicada.
Algumas medidas para uma boa higiene vocal
No entanto, mesmo não consultando um médico ou mesmo não estando rouca, há medidas de higiene vocal que todos deveríamos adotar no nosso dia a dia, tais como:
- fazer um repouso vocal,
- hidratar-se oralmente com água tépida,
- não fumar,
- não exagerar no consumo de álcool;
- evitar situações de esgotamento, stress, falta de sono e tensão psíquica;
- não pigarrear;
- falar pausadamente;
- não nos expormos ao ar condicionado durante muito tempo.