Teresa Campos
Teresa Campos
13 Set, 2019 - 10:48

Disfunção sexual: será que sabe mesmo do que se trata?

Teresa Campos

A disfunção sexual é um problema de saúde que pode afetar tanto homens, como mulheres. Perceba quais as causas e sintomas e procure ajuda especializada.

Disfunção sexual: será que sabe mesmo do que se trata?

Embora já se fale muito sobre sexo, este continua a ser um tema tabu para muitas pessoas. Por essa razão, a disfunção sexual é, frequentemente, um problema de saúde silenciado pela vergonha e pela dificuldade dos pacientes o verbalizarem, mesmo junto de um profissional de saúde.

E se acha que ao falarmos de disfunção sexual nos referimos, apenas, à dificuldade dos homens atingirem a ereção, engana-se. A disfunção sexual engloba várias perturbações que podem afetar tanto homens, como mulheres. Portanto, informe-se e, se necessário, não deixe de consultar um médico especialista.

Disfunção sexual feminina e masculina

O que é?

Antes de prosseguir, é fundamental perceber bem o que a expressão “disfunção sexual” significa. Designa-se por disfunção sexual a impossibilidade da concretização da relação sexual ou a insatisfação para com a mesma.

Assim, esta perturbação pode afetar o desejo sexual, a presença ou manutenção da excitação sexual e respostas à mesma, a capacidade em atingir o orgasmo, a perturbação dolorosa da função sexual ou a sobreposição de qualquer uma destas alterações.

Estima-se que esta perturbação atingirá 25% a 63% da população mundial e, em Portugal, a percentagem de mulheres vítimas deste problema estará entre os 40% e os 70%. Numa análise global e tendo em conta o género, estima-se que a disfunção sexual afete cerca de 19% das mulheres e 25% dos homens.

Causas

Os motivos para o surgimento da disfunção sexual podem ser vários, subdividindo-se entre os físicos e os psíquicos.

Causas físicas

  • Diabetes;
  • Doenças cardiovasculares;
  • Doenças neurológicas;
  • Distúrbios hormonais;
  • Problemas renais;
  • Doenças hepáticas;
  • Alcoolismo;
  • Tabagismo;
  • Toxicodependência;
  • Uso de medicamentos como anti-depressivos, anti-hipertensivos e anti-histamínicos.

Causas psíquicas

  • Stress;
  • Ansiedade;
  • Depressão;
  • Preocupações em relação ao desempenho sexual;
  • Problemas conjugais.

Além destas causas, há fases da vida, principalmente da mulher, em que o desejo sexual pode diminuir e a dor durante as relações sexuais pode acontecer. Durante a gravidez, a fase pré-menstrual, o pós-parto e a menopausa, é frequente haver alterações na função sexual feminina.

Sintomas

Já avançámos com alguns dos sintomas mais comuns da disfunção sexual. Estes variam consideravelmente do homem para a mulher, por isso importa ter em conta as questões de género, neste tópico.

Sintomas no homem

  • Dificuldades na obtenção ou manutenção da ereção;
  • Alterações na ejaculação (pode ser ausente, retardada ou prematura).

Sintomas na mulher

  • Diminuição do desejo sexual;
  • Incapacidade de atingir o orgasmo;
  • Insuficientes lubrificação vaginal;
  • Dificuldade no relaxamento da musculatura vaginal (dificultando ou impedindo mesmo a penetração).

Assim, pode considerar-se que a disfunção sexual se subdivide em 4 categorias possíveis:

  • as disfunções que afetam o desejo sexual;
  • as disfunções que afetam a estimulação sexual;
  • a disfunção erétil;
  • as alterações do orgasmo.
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Diagnóstico

O diagnóstico tem de partir da pessoa ou do casal, expondo o seu problema, admitindo-o e comunicando-o. Depois, um especialista deverá fazer a história completa sexual do paciente e a avaliação da sua saúde geral e de outros problemas sexuais que existam.

Nesta fase, é importante perceber se há uma condição médica que seja a causa da disfunção ou se a origem está em problemas emocionais, como o stress ou a ansiedade.

Tratamento

O tratamento dependerá, naturalmente, da origem do problema. Manter um estilo de vida saudável e equilibrado é, obviamente, algo essencial para uma rotina sexual agradável. Depois, há uma série de soluções disponíveis, de acordo com o problema em questão, tais como:

  • fármacos (que carecem de prescrição);
  • medicamentos hormonais;
  • implantes de ajuda mecânica (como implantes penianos ou sistemas de vácuo);
  • dilatadores (para as mulheres) que podem ser recomendados em casos de estreitamento do canal vaginal;
  • terapia sexual, suporte psicológico, abordagens comportamentais e psicoterapia podem ser, também, uma opção viável e adequada.

Prevenção

Contrariar, dentro do que é possível, as causas da disfunção é a melhor forma de evitar este problema. A adoção de um estilo de vida saudável, de uma boa dieta alimentar, da prática de exercício físico regular são ótimas maneiras de afastar o stress e a ansiedade e afastar os problemas de disfunção sexual.

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