A diverticulite pode ser uma doença assintomática, mas também pode configurar um problema de saúde grave. Por essa razão, há que estar atento aos sinais e procurar um especialista, sempre que sinta que algo não está bem consigo.
Se na grande maioria dos casos, a diverticulite é completamente inofensiva, há situações onde este problema de saúde pode acarretar outras complicações e, por isso, há que conhecer os fatores de risco e principais causas desta doença.
Diverticulite, diverticulose e divertículos
Falar em diverticulite é falar, necessariamente, dos divertículos, ou seja, sacos ou bolsas que se desenvolvem através de fraquezas da parede do cólon. Situados na sigmoideia, no cólon esquerdo ou, mesmo, em todo o cólon, a diverticulite refere-se à inflamação desses sacos ou bolsas ou outras complicações (como formação de abcessos, perfuração, peritonite, fístulas, obstrução e hemorragia).
As causas para esta inflamação ainda não são totalmente conhecidas, mas suspeita-se que o aumento da pressão no cólon ou o encerramento da abertura do orifício do divertículo podem ser razões para infeções e inflamações.
Diverticulose
Esta é a designação dada à existência de divertículos no cólon, o que não implica a inflamação dos mesmos. Estima-se que a diverticulose assintomática afete um terço dos adultos com mais de 60 anos. Se os estudos apontam para o facto de 50% da população ocidental, entre os 60 e os 80 anos, sofrer de diverticulose, as pesquisas também indicam que apenas uma ínfima percentagem destas pessoas (10% a 40%) apresentam sintomas desta doença e são muito raros os casos em que a cirurgia é necessária.
Todavia, se este problema de saúde não for tratado a tempo, pode haver risco de morte. Atualmente, estima-se que na Europa haja cerca de 23.600 casos de morte, relacionados com complicações advindas da diverticulose.
Causas
As causas desta doença ainda não são totalmente conhecidas, mas há fatores de risco associados ao surgimento desta patologia. Sabe-se que este problema de saúde é mais frequente em indivíduos acima dos 40 anos.
Os estudos concluíram, também, que os divertículos são menos comuns em pessoas com uma dieta rica em fibras e que, por isso, têm fezes mais moles e volumosas. Já nos países industrializados, como os europeus e os Estados Unidos da América, por exemplo, a doença diverticular apresenta maior prevalência.
Além disso, há outros fatores de risco, tais como:
- sedentarismo;
- obesidade extrema;
- tabagismo;
- idade;
- gordura visceral.
Sintomas
Como já foi referido, cerca de 80% dos casos de diverticulose não manifestam quaisquer sinais. Já nos restantes 20% dos casos, pode haver a lugar a:
- dor abdominal (no quadrante inferior esquerdo);
- diarreia;
- cólicas;
- alteração dos hábitos intestinais (obstipação ou diarreia);
- hemorragia retal.
Além disso, em situações de diverticulite, pode ainda ocorrer:
- dor;
- arrepios;
- febre;
- alteração dos hábitos intestinais.
Nos casos mais graves de diverticulite, é frequente:
- dor abdominal intensa;
- febre;
- náuseas;
- alteração significativa dos hábitos intestinais.
Diagnóstico e tratamento
Para verificar a existência ou não de divertículos é comum requisitarem-se exames endoscópicos (colonoscopia ou sigmoidoscopia) ou imagiológicos, como o clister opaco, a tomografia computorizada ou a ressonância magnética.
Os casos ligeiros de diverticulite devem ser tratados com repouso, alterações alimentares e antibióticos. Já os casos mais graves podem necessitar de uma intervenção cirúrgica. É, ainda, comum no tratamento o aumento do consumo de fibra (cereais, legumes. vegetais e verduras), a utilização de laxantes e de medicamentos que reduzem os espasmos intestinais.
Prevenção
A prevenção passa por evitar os fatores de risco. Logo, aconselha-se uma dieta rica em fibras, a ingestão de bastantes líquidos e a prática regular de exercício físico. Além disso, é importante reduzir no consumo de gorduras e de carnes vermelhas, evitar o tabaco e tomar alguns medicamentos anti-inflamatórios.