Doar o corpo à ciência é um ato cada vez mais repetido. Por isso, nos últimos, anos, as doações de cadáveres para estudo e investigação cresceram e as faculdades e institutos de medicina agradecem, assim como os seus alunos, principais beneficiários destes legados.
Assim, não importa a idade, o género ou as caraterísticas anatómicas e doar o corpo à ciência é uma maneira muito nobre e simples de ajudar a evoluir e, no fundo, continuar a ser útil à sociedade e ao mundo, mesmo depois da morte.
Naturalmente que esta é uma decisão pessoal e, qualquer que seja a escolha do que pretende que seja feito com o seu corpo após a morte, ela deve ser respeitada por quem lhe-é mais próximo.
Saiba então que tipo de passos legais deve dar se a sua última vontade for precisamente esta.
Doar o corpo à ciência: como?
Antes de mais, vamos falar sobre a questão académica quando o assunto é doar o corpo à ciência.
A palavra “anatomia” significa “cortar”. Assim, o corte do corpo, isto é, a sua dissecção, permite estudar a estrutura e a constituição do ser humano. Daí ser indispensável e insubstituível para o ensino médico pré- e pós-graduado.
Esta prática influencia a qualidade dos atos médicos e cirúrgicos, melhorando a qualidade dos serviços de saúde oferecidos à população. A anatomia é uma das bases fundamentais da formação médica.
A formação em Medicina contempla esta disciplina/área do saber de grande importância para o estudante, a dissecção anatómica. A prática revela-se de grande importância na preparação do futuro médico, pois é através dela que se testa e trabalha o domínio psicomotor da aprendizagem.
Respeito pelo ser humano
Além disso, esta atividade sensibiliza o aluno para o respeito pelo ser humano e pelo seu corpo. Este exercício também incrementa o desenvolvimento de capacidades de observação, de expressão oral e escrita e de trabalho em equipa, fundamentais na preparação de um futuro médico.
Por isso, só um estudo minucioso do cadáver humano permite o avanço científico e técnico que possibilita o progresso nos tratamentos médicos e cirúrgicos de muitas doenças.
Assim, doar o corpo à investigação é um valioso contributo para a evolução da Ciência, em geral, e da Medicina em particular, constituindo um ato cívico louvável e de grande generosidade.
Como proceder?
Os procedimentos para doar o corpo à ciência podem variar ligeiramente de acordo com o gabinete em questão. Contudo, de uma forma geral, qualquer adulto pode legar o seu cadáver à ciência, bastando para isso seguir os próximos passos:
- Preencher a declaração para doar o corpo à ciência (disponível online ou, presencialmente, no gabinete de doação ao qual pretender doar o seu corpo. Pode ainda telefonar a requerer o envio de toda a documentação necessária);
- Fazer o reconhecimento da assinatura pelo notário e enviar uma cópia da declaração por correio OU entregar a declaração presencialmente, mediante apresentação do BI/CC, não sendo necessário, neste caso, o reconhecimento da assinatura pelo notário.
E depois?
Após preencher a declaração para doar o corpo à ciência, é importante que partilhe com as pessoas que lhe são mais próximas a doação que acabou de realizar. Pode, ainda, deixar essa informação escrita em alguns locais e documentos. Só assim a doação pode ser consumada na altura da morte.
Deste modo, no momento do falecimento, os familiares, os amigos ou quem estiver responsável por dar seguimento ao processo, deve contactar o gabinete de doação onde a pessoa deixou em vida a declaração de doação de corpo devidamente preenchida e assinada.
Todos os custos decorrentes do ato de doar o corpo à ciência estarão a cargo do gabinete de doação destinatário do corpo da pessoa falecida. Findo o estudo, o cadáver será cremado.
Para mais esclarecimentos, consultar o decreto-lei que regula esta matéria e entre em contacto com o gabinete de doação mais próximo da sua zona de residência.
Gabinetes de doação existentes em Portugal
De Norte a Sul do país, existem alguns gabinetes para doar o corpo à ciência. Estes têm condições para receberem o cadáver e o disponibilizarem para estudo e investigação dos futuros clínicos.
Lisboa
Nova Medical School – Universidade Nova de Lisboa
- Responsável pelo Gabinete de Doação e Cadáveres: Professor Doutor Diogo Pais
- Tel: +351 21 880 3000
- Morada – Campo dos Mártires da Pátria, 130; 1169-056 Lisboa · Portugal
- Mais informações, aqui.
Faculdade de Medicina– Universidade de Lisboa
- Responsável da Área de Doação e Cadáveres: Professor Doutor Gonçalves Ferreira / Dr. Francisco Correia
- Tel: +351 21 798 51 51
- Morada: Av. Professor Egas Moniz -1649-028 Lisboa
- Mais informações, aqui.
Porto
Instituto de Ciências Médicas Abel Salazar (ICBAS) – Universidade do Porto
- Responsável da Área de Doação e Cadáveres: Drª Madalena Costa Santos
- Tel: +351 220 428 000
- Morada: Rua de Jorge Viterbo Ferreira n.º 228, 4050-313 Porto
Faculdade de Medicina – Universidade do Porto
- Responsável da Área de Doação e Cadáveres: Professora Doutora Dulce Madeira
- Tel: +351 22 5513616
- Morada: Alameda Professor Hernâni Monteiro 4200-319 Porto
- Mais informações, aqui.
Coimbra
Instituto de Anatomia Normal – Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
- Responsável da Área de Doação e Cadáveres: Dr Joaquim Alexandre ou Drª Joana Coelho
- Tel: +351 239 85 77 68 (segunda a sexta, das 9h00 às 20h)
- E-mail: [email protected] ou [email protected]
- Morada – Pólo das Ciências da Saúde – Subunidade 3, Azinhaga de Santa Comba – Celas; 3000-548 Coimbra
- Mais informações, aqui.
Covilhã
Faculdade de Medicina –Universidade da Beira Interior
- Tel: +351 275329002; +351 275329003
- Morada: Avenida Infante D. Henrique; 6200-506 Covilhã