Teresa Campos
Teresa Campos
11 Set, 2019 - 13:46

Doenças de pigmentação: o que são e como lidar com elas

Teresa Campos

As doenças de pigmentação não escolhem idade, género, nem tom de pele. Por isso, fique atento aos seus sinais e saiba como lidar com estas patologias.

Doenças de pigmentação: o que são e como lidar com elas

Podem ser um problema com reflexos na saúde e na auto-estima das pessoas. Falamos sobre doenças de pigmentação, as suas caraterísticas e formas de lidar com estes problemas cutâneos. É certo que muitas destas patologias não têm cura e nem sequer podem ser prevenidas, visto terem origem hereditária, por exemplo.

Contudo, ter cuidados diários com a pele, evitar o sol em excesso e limpar e hidratar adequadamente a cútis são sempre medidas importantes para evitar ou, pelo menos, controlar os avanços das doenças de pigmentação. Fique a saber mais.

Caraterísticas da pigmentação da pele

doenças pigmentação vitiligo

Primeiramente, é importante perceber o que é o pigmento da pele. A cor e o tom da pele de cada indivíduo é definida por um pigmento – a melanina -, o qual é produzido por células especializadas – os melanócitos.

É precisamente a quantidade e o tipo de melanina que cada pessoa tem que determina a cor da sua pele. Logo, as doenças da pigmentação estão relacionadas com alterações ao nível deste pigmento.

Os níveis de melanina não só dão a cor à pele, como também ao cabelo e à íris. As caraterísticas do pigmento dependem de fatores raciais, hormonais e da exposição à luz solar, visto que o sol aumenta a produção de melanina.

A grande maioria das doenças de pigmentação são benignas e de fácil diagnóstico (história clínica, exame médico e recolha de amostras de pele, se necessário). Contudo, em caso de suspeita, deve sempre consultar um especialistas, de forma a excluir casos de melanoma ou relacionados e outras lesões que sejam provocadas por outras doenças.

Distúrbios e doenças de pigmentação

Hipopigmentação

Carateriza-se por uma quantidade reduzida de pigmento. Normalmente, afeta apenas pequenas áreas da pele e deve-se a um processo inflamatório prévio da pele. Em casos raros, pode estar relacionado com uma doença hereditária.

Hiperpigmentação

O aumento da quantidade de melanina pode estar relacionado com alterações hormonais e, também, com outras circunstâncias, tais como:

  • doença de Addison;
  • gravidez;
  • uso de contracetivos orais;
  • hemocromatose;
  • hemossiderose;
  • reação a alguns medicamentos que se aplicam na pele, se ingerem ou se injetam.

Albinismo

Esta é uma doença hereditária, pouco frequente e sem cura que se carateriza pela não formação de melanina. Na Europa, estima-se que apenas 1 indivíduo em cada 10.000 sofra de albinismo. Os albinismo possuem cabelo branco, pele pálida e olhos rosados, podendo ter uma visão anormal e movimentos oculares involuntários.

Devido à falta de melanina, as pessoas com albinismo estão mais sujeitas a queimaduras solares e a cancros de pele. Logo, estes doentes devem evitar a exposição direca à luz solar, além de terem de usar óculos de sol e um filtro solar com fator de proteção adequado em todas as partes da pele descobertas.

Vitiligo

Esta doença carateriza-se pela perda de melanócitos, o que leva à produção de manchas lisas e brancas na pele. Em Portugal, o vitiligo afeta aproximadamente 1% da população. Cerca de ¼ a ½ dos pacientes com vitiligo, registam história familiar desta doença.

As manifestações desta patologia são variáveis. Em alguns indivíduos surgem apenas uma ou duas manchas bem delimitadas; noutros, as manchas são mais extensas. Estas alterações tendem a ser mais visíveis em pessoas de pigmentação escura. Estes doentes tem uma pele muito sensível a queimaduras solares. As zonas da pele afetadas produzem também pêlos brancos.

Além da história familiar, o vitiligo pode surgir depois de um trauma físico ou estar associado a doenças, como a doença de Addison, a diabetes, a anemia perniciosa e os problemas na tiróide.

Apesar de não ter cura, há algumas medidas que podem ser tomadas por quem sofre desta doença. As pequenas áreas de pele afetadas podem ser disfarçadas com “tintas” específicas para este efeito.

Existe, ainda, o tratamento com fármacos fotossensíveis combinados com raios ultravioleta A. Contudo, este método exige tempo e, para surtir efeitos, deve ser mantido indefinidamente. Os filtros solares e os protetores são outro recurso fundamental para evitar as queimaduras solares.

A pitiríase versicolor é outra doença de pele que pode apresentar semelhanças com o vitiligo. Porém, neste caso, trata-se de uma infeção causada por um fungo.

albino pigmentação

Perda de pigmento, depois de uma lesão cutânea

Por vezes, a pele perde o seu pigmento, após sofrer de algumas doenças de pele, como as vesículas, úlceras, queimaduras ou infeções cutâneas. Contudo, nestes casos, a pele pode recuperar a pigmentação. Até lá, pode sempre usar cosméticos capazes de disfarçar estas manchas cutâneas.

Melasma

O melasma carateriza-se por placas hiperpigmentadas de cor castanha-escura, usualmente delimitadas e simétricas, que surgem sobretudo no rosto (testa, maçãs do rosto, fontes ou queixo). Em 90% dos casos, ele surge em mulheres, principalmente durante a gravidez. Nesta situação, é comum que esse escurecimento desapareça pouco tempo depois do parto. Quem sofre desta doença deve usar filtros solares sobre essas manchas escuras e evitar a exposição solar.

Manchas café-com-leite

Estas manchas têm uma cor castanha-clara e medem entre 1 cm a 20 cm. Costumam surgir entre o nascimento ou os primeiros meses de vida do indivíduo. São mais frequentes na região do tronco e afetam 10% a 30% da população.

Estas situação deve-se ao aumento da concentração de melanina nos melanócitos. Apesar de não haver quaisquer outros sintomas associados, por questões estéticas, estas manchas podem ser tratadas através de laser ou cirurgia.

Veja também