Share the post "Domiciliação de ordenado: quais as vantagens e cuidados a ter"
A domiciliação de ordenado pode dar jeito quando surgem despesas inesperadas, pois ao possibilitar a antecipação de parte ou da totalidade do seu ordenado, permite-lhe ter liquidez extra para necessidades pontuais. Mas, como funciona e quais as vantagens e desvantagens de ter uma conta ordenado?
A conta ordenado diferencia-se da conta à ordem pelo facto de disponibilizar uma linha de crédito com um plafond, cujo valor tem como referência o seu ordenado. Isto é, a instituição bancária pode antecipar 100% do seu ordenado ou apenas uma parte. Tudo dependerá do acordo que estabelecer com o banco no momento da abertura de conta.
Assim, o valor que tem na sua conta bancária pode “duplicar” ao final do mês numa espécie de reserva financeira para o caso de uma necessidade ( é a chamada “facilidade de descoberto”). Algumas instituições bancárias chegam até a permitir um crédito até três vezes o valor do ordenado do cliente, o que pode ser bastante atrativo.
Em termos práticos, o valor que gastar para lá do ordenado fica a negativo na conta e será descontado (bem como os juros correspondentes) do salário seguinte, assim que ele for depositado.
No processo, importa, contudo, estar atento às taxas de juro que são cobradas e analisar todos as alíneas da Ficha de Informação Normalizada (FIN). Lembre-se que que as taxas máximas que os bancos podem aplicar ao descoberto bancário, são fixadas trimestralmente pelo Banco de Portugal. Para o primeiro trimestre de 2023, a taxa máxima é de 15,7%.
Domiciliação de ordenado: como funciona e principais vantagens
Além de ter mais um ordenado disponível para situações imprevistas, muitos bancos oferecem também isenção das despesas de manutenção da conta e um spread atrativo na altura de recorrer, por exemplo, a um crédito habitação.
Cuidados a ter
De acordo com a Associação Portuguesa de Bancos (APB), a utilização desse plafond “é o mesmo que gastar antecipadamente um montante correspondente a ordenados que ainda estão por receber”. Ou seja, se essa utilização não for acautelada, pode tornar-se uma verdadeira armadilha para qualquer orçamento.
Na maioria dos casos, esta linha de crédito pressupõe uma TAEG mais elevada do que a de um crédito pessoal e, por isso, é importante comparar diferentes propostas antes de avançar para a assinatura de um contrato deste género.
Para evitar surpresas, regularize essa dívida o mais rápido possível para, assim, evitar o pagamento de taxas de juro e de comissões de utilização dessa quantia.