Share the post "Dor abdominal transitória relacionada com o exercício: o que é?"
A dor abdominal transitória relacionada com o exercício vem, geralmente, acompanhada pela frase: “Dói pra burro!” – com todo o respeito pelo inestimável companheiro do homem durante séculos, esta dor em nada tem a ver o equídeo, o dito burro.
Trata-se de uma dor que afeta os desportistas durante o exercício físico, como uma forte pontada abdominal. Muitas vezes, são tão fortes que obrigam à paragem.
A dor de burro é a expressão que se usa para falar da dor abdominal transitória relacionada com o exercício. É bem conhecida por todos os desportistas, quer amadores quer profissionais, numa fase inicial ou mesmo em competições – especialmente os corredores por manterem um movimento repetitivo vertical do tronco.
Esta dor surge na região abdominal, ao longo do rebordo das costelas, mais nas zonas laterais. O ombro também pode estar envolvido com dor, pela possibilidade de estar afetado o nervo frénico. Normalmente, ocorre em apenas um dos lados, à direita ou à esquerda.
Dor abdominal transitória relacionada com o exercício: saiba tudo
Causas da dor abdominal transitória relacionada com o exercício
Ainda não se sabe ao certo as causas da conhecida dor de burro, mas existem várias explicações que visam demonstrar os possíveis mecanismos responsáveis pela dor abdominal durante o exercício.
1. O coração não consegue bombear sangue para o abdómen
Uma possível causa deve-se ao facto de o coração falhar em bombear o sangue necessário para os órgãos abdominais, resultado do excesso de esforço físico. O estômago, o fígado, o duodeno, o pâncreas e o baço ficam sujeitos a uma falha por diminuição de circulação de sangue, causando uma dor (dor por isquemia).
O quadro de dor surge como resultado de aquecimento muscular inadequado ou insuficiente, ou porque o desportista ainda não está suficientemente treinado em endurance ou porque está a ir além das suas forças e capacidades físicas.
A dor alivia pelo repouso, dando tempo ao organismo de vascularizar suficientemente os grandes órgãos abdominais comprometidos. Após restabelecido o fluxo sanguíneo, pode-se retomar o exercício gradualmente.
2. Má irrigação do diafragma
Uma outra causa é a dor que surge como resultado de inadequada irrigação sanguínea do diafragma (músculo que liga o tórax ao abdómen) ou dos músculos abdominais.
A falta de oxigénio nas fibras musculares pela excessiva solicitação do trabalho muscular obriga os músculos a contraírem-se intensamente, acompanhado de dor em facada.
3. O terceiro tipo de causa é de origem digestiva
Pela ingestão de uma refeição abundante sem respeitar o tempo necessário à digestão (3 a 4 horas) faz com que seja necessário maior fluxo sanguíneo no trato gastrointestinal em detrimento dos músculos abdominais. A resposta é, como anteriormente, contração intensa dos músculos e dor forte.
O que fazer para tratar a dor?
O dor em pontada ou em facada alivia abrandando o ritmo ou a intensidade do exercício – ou até mesmo parando com o movimento.
Pode-se massajar a zona abdominal ou alongar o tronco com inclinações para a frente e para trás, permitindo o alongamento do diafragma e dos músculos abdominais. Experimente, ainda, fazer uma respiração profunda, lenta e regular.
Como evitar a dor?
A dor abdominal transitória relacionada com o exercício atrapalha o treino, afetando o bem-estar e a qualidade do exercício físico. O melhor conselho é prevenir a dor transitória relacionada com o exercício.
Sabendo que a prática de desporto pós prandial influencia a dor de burro, vejamos o que fazer para afastar as hipóteses do seu aparecimento:
- Evite grandes refeições 3 horas antes do exercício, dando tempo à digestão eficaz;
- Evite beber refrigerantes e bebidas concentradas, pois estas exigirão tempo e energia
para serem digeridas; - Prefira água e beba pequenas quantidades com mais frequência;
- Prepare o treino com um bom aquecimento do tronco, otimizando o diafragma e os
restantes músculos abdominais. Pratique a respiração abdominal; - A progressão do ritmo do exercício deverá ser gradual.
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