A dor nos rins é uma queixa muito comum. Todavia, e na maior parte das vezes, as queixas resultam de uma confusão com os sintomas de dores nas costas. Uma das principais razões para este engano relaciona-se com o facto de a dor renal ter incidência na zona lombar, uma vez que é onde se encontram localizados os rins.
De todos os modos, um dos principais sintomas que contribuem para um diagnóstico correto é o facto de esta dor ser muitas vezes acompanhada por dor nos rins e vómitos. Ainda assim, a melhor de forma de identificar problemas renais é através da realização de análises ao sangue e à urina.
As 3 principais causas de dor nos rins
Doença renal crónica
A doença renal crónica consiste na diminuição das funções dos rins, podendo ser aguda ou crónica. As causas desta doença podem ser diversas, mas a mais comum deve-se à incapacidade de os rins procederem à eliminação de certos resíduos produzidos pelo organismo.
A sua principal causa é a diabetes e os sintomas caraterizam-se pelo inchaço nos olhos, mãos e pés, urina espumosa, maior necessidade de urinar, fadiga, falta de apetite, náuseas e vómitos.
Esta incapacidade, numa fase mais avançada, pode ter como consequência uma falência da função dos rins, com necessidade de iniciar um tratamento de hemodiálise, ou mesmo de transplante. Em todo o mundo, segundo os dados mais recentes, 1 em cada 10 adultos sofre de doença renal crónica. Em Portugal o cenário é mais grave: estima-se que 1 em cada 5 pessoas tenha a patologia.
Segundo Ana Farinha, da direção da Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN), “o rastreio da doença renal crónica não é uma prioridade das autoridades de saúde e, por isso, os doentes surgem em fases muito avançadas da doença, em situações irreversíveis”.
A nefrologista alerta ainda para o facto desta doença ser assintomática, “o que também não concorre para uma deteção precoce e, subsequentemente, para o acompanhamento em fases mais precoces”.
Prevê-se que, até 2040, a doença renal crónica seja a quinta principal causa de mortalidade e de perda de qualidade de vida em todo o mundo.
Infeção do rim
Denominada pielonefrite, esta é uma infeção que afeta o rim. Mais conhecida como infeção urinária, é uma patologia com maior frequência no sexo feminino.
Efetivamente, a maior proximidade da uretra feminina com a vagina e com o ânus, aliada ao seu tamanho reduzido em comparação com a masculina, permite que os microrganismos alcancem mais facilmente a bexiga.
Os principais sintomas são ardor ou dor ao urinar, vontade urgente e frequente de urinar, sendo que a quantidade de urina libertada é ínfima. Numa fase mais avançada, os sinais da doença manifestam-se através da presença de sangue na urina, dor na parte inferior do abdómen, dor nos rins, febre, náuseas e vómitos.
A maioria das infeções urinárias não apresenta gravidade significativa, sendo facilmente tratáveis com antibióticos. Porém, as infeções que envolvem o rim requerem cuidados especiais. Isto porque uma lesão no rim, na sequência de uma infeção urinária, pode causar cicatrizes renais, hipertensão arterial ou mesmo insuficiência renal.
Pedras nos rins
A litíase renal, cálculos renais, também vulgarmente conhecida como pedras nos rins, é uma das causas mais frequentes de cólicas renais. De acordo com os especialistas, a pedra nos rins é a terceira causa mais comum da ida de pacientes às consultas de urologia.
Tal razão deve-se ao facto de a dor nos rins ser muito intensa. Por norma, a dor deriva em direção à virilha, acompanhada de uma vontade urgente de urinar e um desconforto constante na zona da bexiga.
Este movimento descendente da pedra dos rins pode conduzir à presença de sangue na urina, já que pode causar pequenas lesões nas paredes do uretra. Contrariamente, às infeções urinárias, a litíase renal apresenta uma maior prevalência nos homens.
Os cálculos renais com dimensões mais pequenas não necessitam de tratamento, uma vez vez que as “pedras” com menos de 5 milímetros são expulsas na urina. Por outro lado, nalguns casos, é necessário recorrer à cirurgia, através da colocação de um cateter na uretra.
Como prevenir a dor nos rins?
Como em todos os casos, a prevenção é importante. Por tudo isto, e de forma a reduzir as probabilidade de desenvolver problemas de dor nos rins, os nefrologistas aconselham a ingestão de líquidos em abundância, evitando bebidas alcoólicas e apostando numa alimentação saudável.
Por outro lado, fazer exercício físico, não fumar, limitar a ingestão de alimentos a proteína animal, são hábitos que saudáveis que devem fazer parte da nossa rotina evitam sintomas de dor nos rins. Não esquecendo, claro, o controlo de doenças inerentes às dores nos rins, como é o caso da hipertensão e diabetes.