Share the post "Como a economia de partilha pode salvar o seu bolso: 4 casos práticos"
Pergunte a quem quiser no seu círculo de amigos e família: pagar as contas do mês é difícil para todos. As despesas chegam a parecer incontroláveis e muitos dariam tudo por algumas estratégias que ajudassem a aliviar o orçamento. Neste artigo, vamos falar-lhe de uma pouco comum, mas muito eficiente: a economia de partilha.
A economia de partilha assenta, como o nome indica, na partilha de bens e serviços com vista a reduzir os encargos que temos com eles. Pode aplicar-se a praticamente todo o tipo de produtos, mas claro que é mais ou menos fácil consoante o grau de confiança e intimidade que tem com as pessoas com quem partilha o que é seu.
Para ajudá-lo a entender melhor como a economia de partilha pode ajudá-lo a salvar o orçamento mensal, selecionámos quatro situações em que esta estratégia muda tudo na hora de fazer as contas. Revemos as regras, as vantagens e as desvantagens, mas deixamos a decisão final do seu lado.
Como a economia de partilha pode ajudar as suas finanças pessoais
1. Partilha de transporte
Claro que, num contexto ideal, todos andaríamos de transportes públicos, mas sabemos que isso nem sempre é possível, porque os transportes públicos não chegam a todo o lado nem cobrem as 24 horas do dia. Assim, quando um passe de autocarro não lhe serve, a economia de partilha pode estar aqui para compensar.
Aplicada a todo o tipo de meios de transporte, mas mais popular nos automóveis, a economia de partilha dita que um só carro possa ser utilizado por várias pessoas que partilham a despesa entre si.
Há três formas de aplicar a economia de partilha aos carros: ou usa um carro que não é seu e sabe que pode ser usado por qualquer outra pessoa (porque pertence a uma empresa), ou partilha a propriedade do veículo com alguém (todos são donos do carro), ou oferece o seu carro para partilhar com outras pessoas e divide com elas os respetivos encargos.
A grande vantagem do carsharing – assim se chama a partilha do carro – é que passa a ter ajuda para pagar as contas relacionadas com mecânica e combustíveis. Dá imenso jeito, sobretudo quando partilha com alguém que tem hábitos semelhantes aos seus (por exemplo, que mora perto de si ou trabalha na mesma empresa). Por outro lado, a partilha do carro também implica a partilha de rotinas: por exemplo, se o dono do carro for de férias deixa todos os outros sem transporte.
2. Partilha de casas de férias
Esta modalidade esteve na moda há uns anos, sobretudo com apartamentos no Algarve. O investimento em casas de férias é elevado e nem todos podem fazê-lo – e, se considerarmos que não vai usar a casa de férias mais do que 30 dias por ano, na maioria das vezes nem sequer compensa.
Comprar uma casa de férias em regime de economia de partilha com alguém ajuda a conseguir cumprir o investimento e permite a partilha das despesas do imóvel (como condomínio, obras ou IMI). A grande vantagem é que sai mais barato e permite-lhe ter algo que, sozinho, provavelmente não teria. Por outro lado, partilhar uma casa de férias deixa-o vulnerável aos hábitos dos outros, que podem não ser exatamente do seu agrado…
Falamos de limpeza, por exemplo. De cuidado com o recheio da casa. De arrumação. E da marcação das férias: porque se há vários donos, há várias agendas para combinar nas alturas típicas de descanso. Ou tem a sorte de partilhar o imóvel com alguém que de facto tem valores semelhantes aos seus, ou pode estar a meter-se numa grande confusão.
3. Partilha de terrenos agrícolas
Ter terrenos agrícolas não é propriamente um negócio popular. Já se perguntou porquê? Porque é um negócio difícil de fazer render. Senão vejamos: se comprar uma pequena horta para se tornar autossustentável do ponto de vista dos legumes e da fruta, vai ter um trabalho físico tão extenuante pela frente que cedo vai perceber que mais lhe vale render-se ao supermercado.
Se, por outro lado, comprar um terreno tão grande que justifique a compra de máquinas agrícolas, não tarda dá por si num armazém cheio de produtos a apodrecer, porque são em muito maior quantidade do que aquela que consome.
A melhor solução para quem quer ter produtos biológicos próprios mas não quer virar agricultor a tempo inteiro é mesmo a economia de partilha. Encontre alguém com ambições semelhantes às suas e partilhem a compra de um terreno grande. Nele cada um vai poder plantar o que quiser e, no fim, as máquinas servem aos dois. Partilham o custo das máquinas, da plantação e da colheita, partilham os frutos dessa colheita e ficam todos a ganhar!
A única desvantagem aqui está ao nível da gestão: não basta comprar um terreno, convém que os novos donos partilhem das mesmas opiniões no que diz respeito ao trabalho da terra. Se um está a contar comprar máquinas, mas o outro não quer investir, podem ter um problema. O mesmo acontece se um dos donos for menos honesto que o outro e tentar ficar com a melhor parte do produto.
4. Partilha de bens de consumo
Esta estratégia de economia de partilha aplicada aos bens de consumo corrente, dizemos-lhe já, funciona melhor quanto maior for a sua ligação com as pessoas com quem partilha.
O modo de agir, aqui, é bastante simples: tudo o que é comprado em grandes quantidades sai mais barato, mesmo que seja comprado no supermercado (porque podem comprar embalagens promocionais, packs ou caixas maiores). Ora, se comprar embalagens grandes, mesmo que não consuma o produto todo, pode partilha-lo com alguém que também o consuma. Assim, o preço unitário fica mais baixo para os dois e todos saem a ganhar.
A única desvantagem desta economia de partilha de bens de consumo corrente é mesmo a de ter que partilhar os gostos com os de outra pessoa. A compra em quantidade só é possível se ambas as pessoas usarem os mesmos produtos e das mesmas marcas, caso contrário uma vai sentir que saiu a perder.
A economia de partilha é uma das melhores estratégias de poupança, porque não o obriga a grandes sacrifícios e ainda traz vantagens a mais do que uma família em simultâneo. Apesar de não ser ainda muito popular em Portugal, está a ganhar força (basta pensar nas bicicletas de partilha que se espalham pelas maiores cidades portuguesas) e promete fazer parte da economia do futuro.
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