A nossa pele é um órgão – o maior órgão do corpo humano – e precisa dos seus óleos naturais para se hidratar e prevenir infeções. Por vezes, esses óleos naturais não existem em quantidade suficiente, levando a que a pele fique dura, seca e até com crostas. Assim se forma o eczema.
A pele fica quente, ruborizada, vermelha e inchada. Por vezes, com saída de matéria das camadas mais profundas da pele e causando comichão. Este problema pode aparecer em qualquer parte do corpo, mas é mais comum nas zonas onde a pele tem mais pregas, ou seja, atrás dos joelhos e cotovelos.
Atualmente, um em cada doze adultos e uma em cada cinco crianças tem eczema.
Eczema: sintomas e causas
O eczema é geralmente composto por três situações:
- Eritema – cor da pele alterada para rosa ou vermelho vivo, que desaparece quando se exerce pressão com o dedo;
- Pápulas – a superfície da pele fica com uma elevação, que se torna sólida;
- Vesículas – acumulação de líquido de espécie gordurosa nessas bolhas.
Por vezes, podem surgir crostas e, numa fase mais crónica, a pele torna-se mais escura, com menos pêlo e com pregas naturais.
Dicas para minorar os sintomas de eczema
- Não coçar a zona afetada (quanto mais coçar, pior vai ficar);
- Usar champôs e gel de banho o mais neutros possível;
- Utilizar luvas ao manusear detergentes;
- Utilizar produtos de cosmética para pele seca;
- Evitar ambientes muito secos e de grande poluição;
- Evitar temperaturas extremas;
- Não utilizar lã ou tecidos sintéticos.
Causas
Não são conhecidas com exatidão as causas que podem determinar o eczema, mas a verdade é que há pessoas que têm mais facilidade em desenvolver eczema do que outras. Alguns estudos apontam para o facto desta doença poder ser genética.
Existem alguns fatores, internos e externos, que podem contribuir para o aparecimento de eczema como, por exemplo:
- Alergias (pêlo, ácaros, pólen,…);
- Traumatismo da pele;
- Viver ou frequentar zonas de grande poluição;
- Stress psicológico;
- Problemas vasculares;
- Retenção de suor;
- Infeções diversas.
Geralmente, quem sofre deste problema tem também algum tipo de alergia, por exemplo, a pêlos de animais, pó, pólen ou a alguns alimentos.
Tratamentos para o eczema
O eczema é um problema crónico e não tem, por isso, cura. O que é possível é controlar o avançar da doença e dos sintomas associados, de acordo com o tipo de alimentação, ambientes frequentados e estilo de vida.
O tratamento do eczema é sobretudo tópico, ou seja, recorre a produtos para aplicar na superfície da pele. No entanto, por vezes, esta abordagem pode não ser suficiente e exigir a toma de medicação oral.
Também a hidratação, a aplicação de cremes neutros, esteroides tópicos, antibióticos e fototerapia são outras das abordagens possíveis.
Se o eczema for localizado, aplicam-se geralmente pomadas com corticoides na zona afetada. Quando o problema é generalizado, é necessário tomar esses corticoides por via oral. Para o problema do prurido, podem utilizar-se anti-histamínicos.
Hidratantes
É muito importante hidratar a pele. Deve aplicar-se um hidratante neutro várias vezes ao dia, para que sirva de barreira às agressões externas que a pele sofre.
Quanto mais seca se encontrar a pele, mais vezes deve aplicar o creme. Prefira os cremes oleosos e antisséticos e rejeite os cremes aquosos pelo facto de, por vezes, piorarem o eczema.
Cremes ou pomadas para aplicação tópica
Os cremes com medicamento para aplicação direta na pele têm, geralmente, uma boa eficácia no alívio da vermelhidão e da comichão causadas pelo eczema ativo.
A dosagem varia de pessoa para pessoa e deve ser sempre recomendada pelo médico assistente. Geralmente, as pomadas são preferíveis aos cremes.
Esteroides tópicos
Também para utilizar diretamente na pele, os esteroides são bastante eficazes e seguros. No entanto, a sua aplicação deve ter um seguimento de perto por parte do médico assistente para que controle eventuais efeitos indesejados! Siga à risca as indicações clínicas.
Antibióticos e antisséticos
No caso de estarmos perante um eczema húmido, com líquido e com crostas, é geralmente necessário recorrer a antibióticos e a antisséticos.
Apesar de serem excelentes no combate às infeções, os antisséticos, quando utilizados de forma incorreta, podem irritar mais a pele, pelo que é necessário um grande cuidado no uso dos mesmos.
Anti-histamínicos
Quando os sintomas de eczema são acompanhados por alguns sintomas alergénicos, o médico assistente pode recomendar a toma de anti-histamínicos, que são particularmente úteis no seu efeito sedativo, para que o paciente consiga descansar, sobretudo nas fases de crise.
Ligaduras e compressas
Esta barreira física, colocada sozinha ou com medicamento, pode ser bastante útil, pois evita que o doente se coce. Consulte o seu médico para uma melhor adequação das ligaduras e compressas ao tratamento do eczema.
Fototerapia
Finalmente, existem estudos que comprovam a eficácia da radiação UVA e UVB no tratamento do eczema. Quando aplicada em conjunto com o tratamento convencional, esta prática pode ser muito eficaz e altamente terapêutica.
Diferentes tipos de eczema
Eczema numular
Com causas ainda bastante desconhecidas, o eczema numular é uma doença com tendência a ser crónica e manifesta-se através da formação de lesões arredondadas (daí o nome), avermelhadas, com vesículas e até com formação de crostas.
Estas manifestações são geralmente causadas por um excessivo ressecamento da pele e por infeções de bactérias. Além destes sintomas visíveis a olho nu, este problema faz com que o paciente sinta bastante comichão, sobretudo na área das pernas, antebraços, tronco, mãos e pés.
O eczema numular não é contagioso e atinge principalmente pessoas na casa dos 70 anos. Duas pessoas em mil sofrem deste problema.
Eczema disidrótico
Bolhas com líquido nas plantas dos pés e nas palmas das mãos, assim se caracteriza, de um modo geral, o eczema disidrótico, sendo que ele vem quase sempre acompanhado de bastante comichão.
Regra geral, estas bolhas permanecem no corpo durante cerca de três semanas e podem relacionar-se com alergias sazonais ou com problemas psicológicos, como o stress.
Este problema, também conhecido como disidrose, é mais comum na altura do verão e são as mulheres quem mais sofre com ele.
Eczema atópico
O eczema atópico, também conhecido como dermatite atópica, é um problema de pele que consiste numa inflamação deste órgão, associada a muita comichão. A evolução da doença pode ser aguda ou crónica.
Tem uma maior incidência em bebés até aos seis meses e pode desaparecer até aos dois anos de idade ou, pelo contrário, manter-se durante alguns anos ou até a vida toda. Regra geral, ocorrem cerca de nove surtos por ano, com uma duração de 15 dias cada.