Já ouviu falar em embolia pulmonar, mas não sabe bem em que consiste? Também conhecida por tromboembolismo pulmonar ou TEP, é a obstrução repentina de uma artéria pulmonar causada por um êmbolo, impedindo assim a passagem de sangue.
Este êmbolo ao qual nos referimos é, por norma, um coágulo de sangue (trombo). Contudo, também se pode formar por outro tipo de substâncias – como é o caso, por exemplo, de êmbolos de gordura, de medula óssea, de líquido amniótico, de bolhas de ar que se desloquem na corrente sanguínea ou até de fragmentos de um tumor.
Assim, quando uma área do pulmão deixa de receber sangue pode então ocorrer um enfarte pulmonar, isto é, a morte do tecido pulmonar.
Para além disto, saiba que quanto maior por a artéria obstruída, maior será a área pulmonar que fica em risco de enfarte (já que as artérias maiores são responsáveis pela irrigação de uma área maior do pulmão).
Sempre que o nosso organismo consegue desfazer de forma rápida os coágulos, o dano reduz. No entanto, os coágulos maiores levam mais tempo até que se desfaçam por completo e originam ainda lesões maiores. Fique connosco e saiba tudo sobre o assunto.
Embolia pulmonar de A a Z
De uma forma geral, quando se dá uma embolia pulmonar, as artérias que não estão obstruídas conseguem enviar sangue suficiente até à zona afetada do pulmão para impedir a morte dos tecidos.
Mas em caso de obstrução dos vasos sanguíneos mais importantes e maiores ou quando existe uma doença pulmonar associada, o volume que é fornecido pode mesmo não ser suficiente para conseguir evitar a morte do tecido. Por isso, neste tipo de situações (que correspondem a 10% do total), ocorre então um enfarte pulmonar.
Além disto, saiba que os danos são sempre mais graves quanto maior for o coágulo, sendo que podem até causar morte súbita em alguns casos.
Quais são os dados em Portugal relativamente ao assunto?
Na última década no nosso país, ocorreu um aumento da incidência da embolia pulmonar que está relacionado com um maior número de pessoas dependentes acamadas muito provavelmente.
Aliás, é atualmente estimada em 39 por 100 mil habitantes, com tendência crescente, sobretudo em pessoas com mais de 80 anos e com doença oncológica.
Quem o diz é um estudo realizado em Portugal que refere ainda uma redução abrupta da mortalidade intra-hospitalar de tal forma que a própria taxa de mortalidade na população em geral se reduziu.
Uma das explicações possíveis é o facto de poder ter ocorrido um aumento dos episódios de embolia pulmonar com níveis de gravidade menores, pela maior capacidade de diagnóstico de casos menos graves. Há ainda outra possível explicação que está relacionada com uma maior efetividade dos cuidados de saúde nos hospitais.
São 7 os sintomas mais frequentes associados à embolia pulmonar
Por norma, os êmbolos mais pequenos não causam sintomas. No entanto, quando são maiores ou múltiplos e obstruem a passagem de sangue a uma grande área do pulmão, os sintomas podem ser variados, sendo que o mais frequente é a falta de ar. Anote alguns dos vários sintomas possíveis:
- Desmaio;
- Falta de ar ou dificuldade a respirar;
- Ansiedade;
- Agitação;
- Dor no peito aguda, sobretudo durante a respiração profunda;
- Aumento da frequência cardíaca;
- Morte súbita.
Para além disto, importa ainda referir que os sintomas acima descritos surgem, normalmente, de forma súbita. E o risco de morte dependerá sempre da dimensão do êmbolo, assim como do tamanho e número de artérias pulmonares obstruídas e o estado de saúde do paciente.
Sintomas como tosse, febre ou expetoração com sangue podem surgir quando se verifica enfarte pulmonar e sentem-se mais horas depois do início da embolia.
Como é feito o tratamento?
Ao contrário do que possa pensar é possível tratar a embolia pulmonar. O tratamento passa pela administração de medicamentos anticoagulantes, que evitam o aumento de volume dos coágulos sanguíneos previamente existentes e previne a formação de novos.
Além disto, saiba que a medicação pode ser administrada por via intravenosa ou subcutânea.
Depois, podem ser utilizados outros medicamentos anticoagulantes de administração oral. Por norma, estes são indicados após a alta hospitalar.
A duração do tratamento e o medicamento exato a utilizar depende sempre da situação do doente e da causa da embolia. Ainda assim, quando existe risco de vida há duas formas de tratamento recorrentemente usadas:
- Cirurgia de extração do êmbolo da artéria pulmonar através de um cateter;
- Trombólise (que consiste na administração intravenosa de medicamentos que dissolvem o coágulo).
Que tipo de risco e complicações se podem dar?
Na verdade, a embolia pulmonar pode mesmo ser fatal. Cerca de 33% das pessoas que desenvolvem uma embolia pulmonar não diagnosticada e que não é tratada, não sobrevivem.
No entanto, quando o tromboembolismo pulmonar é diagnosticado e tratado de forma atempada e eficaz, este número reduz de forma drástica.
Para além disto, saiba que a embolia pulmonar também pode desencadear a hipertensão pulmonar – uma doença em que a pressão arterial nos pulmões e no lado direito do coração é muito elevada.
Ou seja, quando existem obstruções nas artérias dos pulmões, o nosso coração entra em esforço para vencer a resistência da passagem do sangue. Por isso mesmo, aumenta a pressão arterial dentro dos vasos fazendo com que o coração fique mais fraco (insuficiência cardíaca). Ora, tudo isto pode resultar numa sequela para o seu corpo.
Em alguns casos raros, os êmbolos mais pequenos podem ocorrer de forma frequente e desenvolverem-se ao longo do tempo. O resultado é uma hipertensão pulmonar crónica.