No dito vernáculo corrente, é comummente usada a expressão “embraiagem a patinar”. Essa escolha de palavras normalmente significa que há algum desgaste na embraiagem, o que pode levar a problemas ao trocar as mudanças. Para além disso, às vezes pode mesmo não conseguir controlar o automóvel na perfeição. Mas vamos por partes.
A embraiagem é o sistema responsável por transmitir e alterar a potência do motor para a caixa de velocidades. É esse sistema que, também ele, garante que a transmissão seja interrompida enquanto uma velocidade é selecionada.
Resumidamente, o sistema de embraiagem é a conexão e o transmissor entre a caixa de velocidades e o motor, usando como intermediário uma outra peça: o volante do motor.
Quando o sistema de embraiagem ou uma das suas peças está gasta, pode no pior dos cenários não conseguir acelerar (embora as rotações continuem a aumentar) ou até ficar apeado.
No entanto, antes que isso aconteça, e antes que tenha de ser forçado a pagar entre 150 e 600 euros (dependendo da marca e modelo, podendo até ser mais), costuma notar alguns sintomas. Saiba quais são.
Embraiagem a patinar: principais sintomas
Sente cheiro a queimado
Quando o disco não fica conectado corretamente ao volante do motor, dá-se um sobreaquecimento no espaço entre os dois. Eventualmente, isso dará origem a um cheiro a queimado.
Este cheiro a queimado é um dos mais reconhecidos sintomas de que algo está errado com a embraiagem, apesar de, ao mesmo tempo, poder demonstrar que existem outros problemas.
As rotações aumentam demasiado
Uma boa forma de diagnosticar uma embraiagem a patinar é através das rotações. Normalmente, se as rotações são demasiado altas quando conduz a uma velocidade fixa, isto pode ser sinal de que a embraiagem já teve dias melhores. Isto porque indica que está a ser necessário maior esforço por parte do motor.
Um teste popular faz-se ao acelerar na 4ª ou 5ª mudança. Se as rotações aumentarem, mas a velocidade do carro não acompanhar esse aumento, tem a embraiagem a patinar.
Ou seja, se sentir que as rotações aumentam inexplicavelmente e o carro não acelera da mesma forma, será um sinal de que tem a embraiagem a patinar.
Sente ao conduzir
Se já conduz há vários anos o mesmo automóvel e está habituado à sua embraiagem, terá alguma facilidade a perceber se há ou não problemas na mesma.
É natural existir desgaste com o passar dos anos, mas quando esta patina notará uma diferença significativa, nomeadamente tornar-se-á necessário colocar mais força no pedal para poder engrenar a embraiagem.
Caso não considere claros os outros sintomas, existem vários testes que se podem fazer. Um deles faz-se ao conduzir na 3ª mudança. Enquanto mantém o pé no acelerador carregue na embraiagem, soltando-a logo de seguida. Se as rotações não descerem de imediato, é sinal de que tem a embraiagem a patinar.
O pedal vibra
Ainda de acordo com a experiência que tem com o carro, outro sinal de quem tem a embraiagem a patinar, será sentir algumas vibrações injustificadas ou anormais no pedal da embraiagem.
Essas vibrações acontecem normalmente no momento de desembraiar. Ou seja, quando coloca o pé a fundo no pedal. As vibrações indica algum problema que tem que ser resolvido.
Em qualquer uma das circunstâncias, procure um mecânico o quanto antes.
Durabilidade do sistema de embraiagem e razões que podem antecipar o desgaste
Embora a embraiagem seja afetada pela condução e pelo uso que faz dela, alguns especialistas indicam que a mesma costuma durar, em média, entre 100 e 150 mil quilómetros.
A maior parte das razões que provocam uma diminuição da durabilidade do sistema de embraiagem estão relacionadas com maus hábitos do condutor. Os erros mais comuns que originam embraiagens a patinar “antecipadas” são os seguintes:
- Descansar o pé esquerdo em cima do pedal de embraiagem;
- Arrancar com a segunda mudança engatada;
- Condução demasiado brusca ou arriscada, provocando mudança rápidas e constantes;
- Acelerar enquanto está ainda a mudar de mudança e com o pé no pedal da embraiagem;
- Carregar demasiado rápido e brusco no pedal de embraiagem.
Assim, não se esqueça: a embraiagem “paga” pelo condutor. É uma espécie de “saco de pancada” e, portanto, tem de ser tratada com algum cuidado.
Quanto mais defensiva for a sua condução, mais tempo durará a embraiagem e menos preocupações terá sobre se ela está ou não a patinar.