O movimento que envolve negócios pensados, fundados ou liderados por mulheres é também chamado de empreendedorismo feminino. Trata-se de um movimento que tem vindo a provocar transformações no mercado de trabalho, com a valorização do papel da mulher nas empresas e considerando sempre a diversidade.
O empreendedorismo feminino contribui então para o empoderamento das mulheres, conseguindo abrir novos caminhos para que se tornem líderes não apenas de equipas, como também do seu próprio trajeto pessoal e profissional.
No fundo, o movimento também pode ser entendido através das iniciativas de liderança feminina – como a atuação de mulheres em altos cargos dentro das empresas.
De facto, não podemos afirmar que o perfil empreendedor se restringe às pessoas que abrem o seu próprio negócio. Afinal, este tipo de perfil pode estar presente em qualquer profissional que tenha uma postura focada, com determinação, inovação e coragem.
Por isso mesmo, o empreendedorismo feminino vai além desse tipo de definição. Ele representa uma quebra de paradigmas quando o assunto é a capacidade de liderança da mulher.
A importância do empreendedorismo feminino
Ultimamente tem-se vindo a batalhar para a construção de uma sociedade mais justa em diversos aspetos. E o empreendedorismo feminino colabora precisamente neste sentido – criando oportunidades de liderança para as mulheres.
Assim, assumir o próprio negócio é uma das formas de empoderamento e claro, de ascensão para cargos de liderança com um enorme potencial de mudar totalmente a realidade das mulheres.
No fundo, o empreendedorismo feminino funciona como um movimento que permite empoderar as mulheres através de salários justos, cargos mais altos e abertura de negócios. O que se pretende é precisamente isto: a igualdade de género dentro das empresas. Quer a nível de salários, como respeito, promoção de ideias, funções relevantes e subida hierárquica.
Tal como acontece com os homens, que facilmente sobem na carreira, são levados a sério quando abrem os seus próprios negócios e tem altos salários quando comparados com as mulheres.
Além disso, é ainda importante referir que os ganhos com o próprio negócio ajudam as mulheres a sustentar as suas famílias sem que, muitas vezes, sintam que dependem do companheiro a nível financeiro.
O empreendedorismo feminino em Portugal
O Índice Mastercard de Mulheres Empreendedoras (MIWE), que analisa a igualdade de género no mundo empresarial e a forma como a empreendedorismo feminino tem vindo a progredir em 65 países do mundo inteiro, indica que Portugal está em 6º lugar na lista dos países do mundo com mais mulheres empresárias.
O nosso país está à frente de Espanha, Itália ou Irlanda. E fica apenas atrás de países como a Suécia, o Canadá, Nova Zelândia, Estados Unidos e Singapura.
O estudo mencionado, teve como como base as melhores oportunidades e apoios oferecidos pelo país. Além de concluir que as mulheres empreendedoras têm tendência a prosperar mais em termos económicos nos seus negócios.
Portanto, esta é uma excelente notícia tendo em conta que é o resultado de muito trabalho e esforço que as mulheres têm vindo a fazer ao longo dos anos no mercado de trabalho.
Mais mulheres a gerirem empresas
Portugal ganha assim destaque quando analisada a percentagem de mulheres gestoras de empresas. Assumindo uma posição dianteira (de 37,4%) à frente de países como a Irlanda, França ou Alemanha, por exemplo.
Além disto, os indicadores como a percentagem de mulheres em trabalhos especializados e técnicos é superior (correspondendo a 52,5%) quando comparada com outros países como a Dinamarca, Irlanda, Espanha ou Alemanha.
Através destes dados é possível perceber que o nosso país tem vindo a colher os resultados da luta que tem vindo a ser batalhada pelas mulheres. No entanto, há ainda algo que atrasa o processo: o acesso a apoio financeiro.
O acesso a apoio financeiro constitui ainda uma barreira para o empreendedorismo feminino
Apesar de as melhorias serem notórias, a verdade é que Portugal está significativamente abaixo da média global no acesso das mulheres empresárias a produtos financeiros e no apoio a PMEs.
A falta de acesso a financiamento é uma das principais barreiras que as mulheres empreendedoras enfrentam em todo o mundo e Portugal não fica de fora.
De facto, há ainda várias áreas que necessitam de ser trabalhadas. Para que seja possível criar mais oportunidades para as mulheres e contribuir de uma forma decisiva para que se reduzam as desigualdades de género.
Ora, tal passa por mobilizar todos os recursos necessários para áreas chave como:
- A inclusão financeira;
- As PME, para políticas que auxiliem e simplifiquem o acesso das mulheres aos créditos e ao investimento.
Além disso, também é preciso que se desenvolvam recursos que permitam o desenvolvimento de competências, a inovação e o conhecimento.
Mas todo este avanço que observamos atualmente, é claramente um reflexo de um comportamento que tem vindo a mudar nos últimos anos. O mundo tem mudado bastante, e com isso, temos mais exemplos de mulheres que conciliam as suas vidas pessoais com um emprego e uma carreira de sucesso.
Mesmo até em áreas como a política, a economia ou o desporto que eram forçosamente relacionadas com os homens, atualmente começamos a observar cada vez mais mulheres no poder e bem-sucedidas.