Em março de 2020, na primeira vaga da pandemia da COVID-19, foram várias as empresas a entrar em layoff ou a ajustar o seu funcionamento às regras implementadas para contenção do coronavírus. Apesar dos números do desemprego, há empresas com vagas de emprego em tempo de pandemia.
Em maio de 2020, o país começava a preparar, de forma faseada, o regresso à atividade económica. Apesar da avaliação feita pela Organização Internacional do Trabalho que previa o aumento do desemprego global em quase 25 milhões, verificou-se uma quebra na procura de emprego e não propriamente um aumento brutal do desemprego.
Agora, depois de uma segunda vaga da COVID-19 no final de 2020 e em pleno combate à terceira, voltou o Estado de Emergência e as medidas de confinamento mais restritas estão aí outra vez. O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) fala num aumento do número de inscritos nos centros de emprego.
Mais 29,6% inscritos nos centros de emprego em dezembro de 2020
Segundo dados divulgados pelo IEFP, o número de desempregados inscritos nos centros de emprego aumentou 29,6% em dezembro, em relação ao mesmo mês em 2019. Para além disso, também aumentou 1% face a novembro de 2020.
No final de dezembro estavam registados, nos serviços de emprego do continente e regiões autónomas, 402.254 desempregados. Isto representa 69% de um total de 582.926 pedidos de emprego.
Este aumento do desemprego verifica-se, essencialmente, nos grupos mulheres, adultos com idade igual ou superior a 25 anos, inscritos há menos de um ano. Verifica-se também nos grupos que procuravam novo emprego e os que possuem como habilitação escolar o secundário.
A nível regional, no mês de dezembro de 2020, o desemprego aumentou na generalidade das regiões. A região mais afetada é a do Algarve, seguida de Lisboa e Vale do Tejo e da região da Madeira.
De acordo com o IEFP, o desemprego aumentou nos três setores de atividade económica face ao mês homólogo de 2019. O aumento mais pronunciado sentiu-se no setor serviços (33,7%).
A subidas percentuais mais acentuadas verificaram-se nas atividades de alojamento, restauração e similares (57,7 %), transportes e armazenagem (44,3 %) e atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio (41,5 %).
Para além disso, no sector secundário, destaca-se a subida nos ramos da indústria do couro e dos produtos do couro (51,6%), da fabricação de veículos automóveis, componentes e outros equipamentos de transporte (34,9%)e da indústria do vestuário (22,6%).
Serviços de apoio, comércio, saúde e apoio social com mais ofertas de em em tempo de pandemia
No final de dezembro de 2020, as ofertas de emprego por satisfazer totalizavam 10.862 , nos centros de emprego nacionais. Este número corresponde a uma redução anual de 5,6% e a uma diminuição mensal 21,7 % das ofertas.
Em relação a ofertas de emprego, em dezembro de 2020, as atividades económicas com maior expressão foram as atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio ( 21,6%), comércio por grosso e a retalho (13,3%) e administração pública, educação, atividades de saúde e apoio social (11,8%).
O coronavírus causou, obviamente, alterações no mercado de trabalho, desemprego e perda de rendimentos. Mas é importante, também, salientar a forma como as empresas se adaptaram para continuar a produzir e a prestar serviços. Mais ainda, verificou-se o surgimento de oportunidades de emprego em tempo de pandemia.
Mercado de trabalho global: novas e velhas oportunidades de emprego em tempo de pandemia
Apesar de falarmos num aumento do número de pessoas à procura de emprego, há empregadores que continuam a recrutar, apresentamos aqui algumas das tendências mundiais de recrutamento.
No Reino Unido e no Canadá há vagas nas áreas de gestão de projetos, engenharia de software, desenvolvimento de negócios e contabilidade no mercado de trabalho.
Itália, Espanha, Alemanha e Rússia continuam a procurar candidatos para vagas de representante de vendas e suporte, especialista em mecânica, motorista, operário de armazém e administrativo.
Franceses, Alemães e Portugueses estão a direcionar-se também para o setor agrícola.
Em Portugal, a pandemia do novo coronavírus colocou sob pressão as atividades como o retalho alimentar, saúde, transportes e a logística. Situação que obrigou as empresas e instituições a reformular planos de recrutamento para dar uma resposta eficaz às necessidades do país.
A COVID-19 influenciou também a forma como os utilizadores da plataforma Jooble procuram emprego. Em Espanha, por exemplo, passou de “limpeza” para “limpeza de hospitais” e em Itália “babysitter” foi substituída por “trabalhos de entrega”.
O trabalho online é também uma das mais fortes tendências do emprego em tempo de pandemia e está para durar mais algum tempo. É o caso do ensino online com a oferta das mais variedades de aulas particulares que vão desde explicações de matérias escolares até à prática do exercício físico.
Tendência de emprego em tempo de pandemia no nosso país
O impacto das medidas de prevenção da COVID-19 afetam de forma diferente os diversos setores da economia. Um dos mais afetados é o da Restauração e Hotelaria.
Por outro lado, tem aumentado a procura de profissionais nas áreas da Saúde, Tecnologia e Transformação Digital, não havendo uma resposta suficiente em termos de profissionais no mercado de trabalho para contratação.
De acordo com um estudo da Manpower, sobre tendências de contratação para o 1.º trimestre de 2021, é esperado um aumento de contratação pelos empregadores do subsetor Público, integrado no setor de Outras Atividades de Serviços, e do setor de Outras Atividades de Produção, no subsector da Agricultura e subsetor do Fornecimento de Eletricidade, Gás e Água.
Nos setores da Construção, Indústria e das Finanças e Serviços é esperado um ritmo de contratação moderado.
Empresas a recrutar
Critical TechWorks
A Critical Techworks tem várias oportunidades, no Porto e em Lisboa, para a área tecnológica.
Novabase
A Novabase, empresa de serviços TI, tem também oportunidades em aberto, essencialmente, em Lisboa.
Emprego no retalho alimentar
Lidl, Pingo Doce, Continente, Minipreço, Auchan e Mercadona têm várias oportunidades de emprego ativas e em diferentes zonas do país.
Remote Europe
Não é uma empresa, o Remote Europe é um site que reúne ofertas de trabalho, em países europeus, totalmente remotas que poderá ser uma ajuda para quem procura oportunidades de emprego nestas condições.
Ainda que trabalhar remotamente não fosse totalmente novidade para alguns, a verdade é que a pandemia pela COVID-19 e as consequentes alterações no mercado de trabalho trouxeram à ordem do dia o conceito de teletrabalho para as vagas de emprego em tempo de pandemia.